sábado, dezembro 07, 2013
Fazer
Fazer é acabar.
De pouco serve conceber, começar a obra, imaginar, criar se depois ela se não concretiza. Vivemos num tempo em que à criatividade é dada toda a importância, deixando para a ralé o acabamento da ideia. Mas andaríamos despidos se a moda concebida não fosse tecida algures na Ásia, os doentes morreriam se as prescrições médicas não fossem administradas pelos enfermeiros e os engenheiros atravessariam os rios a nado se os operários não acabassem as pontes imaginadas e calculadas. Custa, pois, entender tanta diferença entre criação e realização.
sábado, novembro 23, 2013
Factos e irrealidade
Estar na ação e ver o relato da ação permite ver a inconsistência do jornalismo e como propaga a mentira e não mostra a verdade. A preguiça sintética leva a pescar sons fora do contexto e repeti-los faz nascer uma verdade que afinal é mentira. Reduz-se, assim, a força da intervenção ao sabor de interesses ocultos (lembrei-me outra vez de Um inimigo do povo). É notável, que não tenha visto nenhuma fotografia do público que assistiu à sessão, que até cantou um hino nacional vibrante (à maneira da seleção de rugby). Publicadas só as das personalidades, num pudor injustificável, pois, os que ali foram são gente que dá a cara. Será porque a imagem da Aula Magna cheia a abarrotar, dava uma imagem pouco tranquila a quem a visse?
sexta-feira, novembro 22, 2013
Seguramente inseguro
Há um país que espera, indeciso na volta a dar. Agora que se entendeu que o caminho seguido foi repetidamente ilegal (anticonstitucional)e para nada serviu, tendo a dívida a corrigir aumentado ainda mais, há um grito de esperança e um silêncio doloroso. «Viva a República!!» gritou enérgico o velho senhor a quem tudo isto deve doer horrores, mas a mensagem, vinda da fragilidade, embora desperte ternura, condescendência, já não desencadeia a ação necessária, porque o caminho para manter viva a República está mergulhado em denso nevoeiro. Naquela sala (Aula Magna da Reitoria) havia muita ideia (não era um rebanho trazido em camionetas), muito desejo de que os desvarios tenham um fim. Mas nem sempre as ideias contêm em si as soluções necessárias que impedem os naufrágios, sendo preciso um rumo definido que não se vê. Até porque muitos foram os que souberam por que ficaram em casa. São os que podendo agarrar o leme manterão o barco no mesmo destino fatal. Há uma urgência de isso ser percebido, para que o poder que está agora a ser mal usado, não continue a ser desperdiçado por outros diferentes, mas afinal iguais. Está na hora de escolher alternativas que até podem passar por negócios entre os que ali estavam, para que os que mandam agora e os que taticamente ali não foram não possam mais ser o poder que desgoverna. O problema são as unidades táticas, sem programa e não se perceber que às vezes, em vez de estar mal acompanhado, mais vale estar só (ou mudar de companhia). Há que empreender, ousar, perceber que a consistência com razão sempre triunfará, ainda que, conjunturalmente, possa parecer débil. De forma esclarecida perceber que Seguro não é seguro nem muito diferente dos passos que se têm dado. Há, por isso, um esclarecimento necessário.
quinta-feira, novembro 14, 2013
Um inimigo do povo
Da inutilidade da verdade real face à verdade publicada, porque é esta que define o gosto das maiorias que preferem, quantas vezes vezes acreditar na mentira desde que lhes seja mais bem vendida. A maioria de ignorantes mandando na democracia que, dizem, é o mais perfeito dos regimes, ainda que imperfeito, quando, na verdade,são minorias esclarecidas e possuidoras da verdade quem deveria conduzir os processos. Um país é como uma empresa, dizem, mas não lhes passa pela cabeça pôr a votos o conselho de administração.É esta a triste impossibilidade de melhores dias, por todos os bloqueios existentes. Mas na verdade, «o homem mais forte do mundo é o que está mais só» e «é possível a minoria ter razão e a maioria está sempre errada». O resto é arte de demagogos, organizadores da carneirada dos consensos nacionais.
No contexto atual dificilmente seria mais adequado arranjar um texto melhor que este Ibsen «Um inimigo do povo», que os amigos do povo(teatro a 5€ à quarta-feira!!) da Comuna têm em cena no teatro da Praça de Espanha.
terça-feira, novembro 12, 2013
Passagem
Provavelmente a morte será das poucas coisas que acontece aleatoriamente, mas sempre se sente nos funerais a que vamos que a senhora escolhe sempre aqueles a que não deveria dar prioridade, quando afinal andam por aí tantos a fazer menos falta. Mas, possivelmente, a sensação é explicável porque não vamos aos dos outros.
segunda-feira, novembro 11, 2013
Sinais
Dois dias depois, uma nota breve.
É óbvio que o desvario de Cardozo não tem perdão, mas, entretanto, criou-se uma unanimidade à volta do homem, porque ele faz golos. Os fins a justificarem os meios. Não era assim dantes.
Até no futebol a nova moral vai triunfando.
domingo, novembro 10, 2013
Gato com rabo de fora
Mais um sábio a avisar-nos que é urgente acabar com a democracia. Nada de eleições ou auscultações perigosas à vontade dos cidadãos. Ok, pode haver eleições, mas nos próximos anos quer ganhem uns quer os outros, a política deve ser a mesma. Isto seria profundamente anti-democrático e intelectualmente desonesto não fosse ser verdade tendo em conta os protagonistas que se querem chamar de os partidos do arco da governação. Com efeito e na verdade, PS ou PSD/CDS são uma e a mesma coisa quando se trata de resultados práticos e só por razões táticas e esperança de uma maioria absoluta (para garantir os lugares dos amigos) o PS Seguro não vai ao beija mão do atual governo. Mas que raio, as opções não terminam aqui. Há outras diferentes. O problema é que tantos ainda não tenham percebido que o alterne de todos estes anos é uma e a mesma coisa.Mas esta ideia da possibilidade de acordo e mesmo a incapacidade de não perceber a teimosia o que prova é isso mesmo: só as moscas mudam!
Esta proposta de união é gato com rabo de fora.
sábado, novembro 09, 2013
Desonestidade
Anualmente querem chatear-me num fim de semana com isto do ranking das escolas. As notícias são todos os anos iguais. As escolas privadas tiveram melhores resultados que as públicas. A escola Nossa senhora de qualquer coisa foi a melhor, a escola c+s de um qualquer barreiro a pior de todas. Mesmo percebendo a miserável fraude, todos os telejornais e jornais realçam os rankings e abrem com o óbvio do ensino privado ter melhores resultados que o público e o subentendido de como seria otimo acabar com o público para gastar menos ao Orçamento do estado. Antes porém, há uma prova que tem que ser feita a bem da verdade: por exemplo, no próximo ano, o Estado contrata todos os professores da escola top e coloca-os a dar aulas na pior de todas e vice-versa. Aguardem-se os resultados. Então perceberemos que a mestria desses mestres não transforma a realidade com a facilidade que nos impingem. O resto é desonestidade intelectual.
quinta-feira, novembro 07, 2013
Público e privado
A última semana foi fértil em acontecimentos que fui registando para reflexão futura que agora expresso (como semanário...).
1. O presidente do futebol fez uns comentários divertidos acerca do Cristiano Ronaldo e disse aquilo que alguns não gostam de ouvir: o Messi é o melhor! Num país pobre de ser melhor, a coisa não caiu bem e até o conselho de ministros manifestou a indignação. Ainda há pormenores que unem a populaça com o governo. PC deve estar grato ao senhor.
Quando se ocupam lugares públicos perde-se em liberdade o que se ganha em visibilidade. A um líder não é permitido emitir a sua opinião, mas apenas a que é politicamente correta. Ou seja mentir de forma consensual em público, não manifestando a sua verdadeira opinião privada. Sinais do constrangimento das liberdades. Prefere-se a mentira em público à verdade privada.
2. Um ilustre casal está zangado. Que teremos nós a ver com isso? Casais desavindos ainda são notícia, não pela discórdia existente, mas pelo que ajudam uma imprensa moribunda a vender papel. E foi curioso ver como alguns pudicamente referiram os factos, manifestando a preocupação de não invadir a privacidade, mas falando deles apenas porque são públicos. Públicos porque são colunáveis os seu protagonistas, mas na forma tão privados como as zangas de qualquer Maria e qualquer José, que ficam no domínio estritamente privado e se manifestam por números de mulheres mortas por violência doméstica, publicados de quando em quando. Possivelmente é mais relevante a morte pública do que uns estalos privados. Mas enfim o critério contabilístico sobrepõe-se ao jornalístico e assim vamos...
3. Público e privado é também disso que trata o celebrado guião do Estado, que o PP escreveu numa viagem entre duas feiras. Cada um escreve como sabe e com a força que lhe permitem é possível elaborar-se sobre o que nos apetece. Mais estranho é a discussão que se segue, em que um bando de colaboracionistas quer impôr a coisa escrita como verdade final. Estão lá os títulos dos capítulos e a conclusão, quer-se agora ajuda para que se escrevam os textos em conjunto. Procura-se a união nacional que outros já impuseram e Cavaco há tempos tentou, esquecendo-se que nisto do Estado há um maior e outro menor (como no fado) e que o tom é que muda a música, não sendo possível escrever a mesma pauta, para ambos em simultâneo, sem que a coisa fique irremediavelmente desafinada. Nos Estados como nos casais não há consenso quando as realidades objetivas são antagónicas e mesmo que corram paralelas nunca se encontrarão (até por imperativo geométrico). Esta tentativa de pôr tudo a falar a uma só voz não é própria de gente livre e pensante, mas de mentecaptos formatados numa mesma cartilha aceite de forma acéfala. É a luta de classes, estúpidos!
terça-feira, outubro 29, 2013
Responsabilidade
É demasiado este silêncio à espera, dia-a-dia, de um recomeço adiado sempre pelo desejo de manter uma memória cronológica bem organizada. É verdade, andei de férias e aconteceram coisas boas, memoráveis nessa atividade. Tanta foi a atividade que fiquei sem o tempo para o seu registo e depois nem o registo dos dias seguintes, porque não me decidia a manter um hiato de registos que não queria ter. Finalmente, a decisão de deixar aqui uma memória que irá ser relembrada logo que possível por blocos escritos sem a pressão dos dias e com o que as lembranças me oferecerem registar.
Hannah Arendt, um filme recente, levantou a questão da responsabilidade individual até de se pensar e dessa coisa inqualificável que é viver-se sem reflexão. Podemos ser mandados, não ter liberdade de decisão porque estamos num processo totalitário, mas impossível é que não pensemos no que fazemos. Fazer isso, é assumirmos a irresponsabilidade, o estado de inimputabilidade próprio de loucos, mas não de homens no seu perfeito juízo. É uma desculpa para o mal que individual e, juntos, coletivamente poderemos estar a fazer. Colaborar com o mal, mesmo por omissão de resistência, não é responsável, mas é responsabilizável. Não basta dizer-se que se não percebeu a maldade em que se estava a laborar, quando por um ócio irresponsável de pensar, não se deu conta do colaboracionismo ativo em que se esteve. Porque nem é o medo que leva à inércia, pois face ao medo, há muitas vezes a vontade da coragem que o ultrapassa; é apenas demissão na maior parte das vezes, uma demissão instilada pelos propalados conceitos de que «não vale a pena», «que se pode fazer», «eles são todos iguais» e assim por diante. É que se eles são todos iguais, se não formos diferentes, iguais a eles seremos. Aí anda a nossa responsabilidade individual de pensar e agir. E não há vitórias fáceis porque de há muito sabemos que «a vitória é difícil, mas é nossa» e até o poeta nos disse «que tudo vale a pena». Em resumo, temos de ter uma maior exigência de vida, longe que isso é de consumo sobrevivente, e saber que a alternativa, como foi para outros, é de «Vitória ou morte», e que a certeza é: «Venceremos!».
Há que criar as certezas, não consumi-las.
sexta-feira, agosto 09, 2013
Saudades de futuro
Tanto tempo passado a imaginar as realizações de amanhã só poderiam ter resultado nesta imensa saudade de futuro.
quinta-feira, agosto 08, 2013
O risco do conhecido
Todo o percurso histórico do homem tem sido no sentido de acabar com o desconhecido, perceber os fenómenos, prever melhor os males e dessa forma ter mais garantias de uma vida mais segura estando-se mais habilitado a enfrentar as dificuldades adivinhadas. É como se os homens fossem avessos à incerteza e, por natureza, procurassem a garantia e a segurança que o conhecimento dá. É da nossa natureza tentarmos controlar o meio em que nos movemos. Prevemos melhor as intempéries, sabemos atempadamente qual vai ser o sexo dos nossos filhos, não nos enganamos a chegar a um destino, orientados que vamos pelo GPS e, cada vez mais, o gozo da surpresa fica limitado a coisas como os números do Euromilhões. O aleatório é o limite do conhecimento e, progressivamente, o risco do desconhecido se vai reduzindo mais e mais. Mas, como tudo, nada é absolutamente perfeito. Esta realidade faz com que não seja mais possível a fantasia da descoberta. A maneira como vou chegar às cataratas Vitória é radicalmente diferente do que Livingstone viveu. Eu já as vi dos vários ângulos em que o Youtube me as mostrou e fica-me apenas a esperança da surpresa possível de a visão ao perto não ser gravável nos filmes que se fazem. É a ilusão que se leva havendo, ainda assim, o risco de o que se viu filmado ser uma mentira melhorada da realidade.
É o risco do conhecido
terça-feira, julho 30, 2013
Até ao cabo da cidade
Nas diferenças das paisagens e das gentes nos encontramos com a grandeza do mundo. O resto são telejornais de instantes que acabam no fim do teletexto dos textos medonhos que nos revelam os desastres do dia a dia. Ao fim de um noticiário e mais recentemente dos comentários especializados no sistema, ficamos mais pequenos, intranquilos, dóceis, possivelmente. E deixamos de comer bife por causa do colesterol, peixe por causa ao mercúrio, os miúdos não jogam à bola na rua por causa dos roubos. Aos poucos só nos é permitido tentar passar a vida ao canto, muito quietinhos, respirar devagar, não agitar e ficarmos muito felizes com as brincadeiras dos ídolos que nos metem em casa e espalham pelos outdoors. Em resumo, esticamos a duração de coisa nenhuma como objetivo final de vidas sobrevividas.
Por isso, há uma grande tranquilidade na imaginação de um mês sem civilização ocidental. No fim, ao chegar, será como ter ido a ares desintoxicar e sentir que tudo está igualmente pequeno e desprezível. Mas nós crescemos um bom bocado, porque rejeitamos o medo.
Vamos ao cabo da cidade. Faltam 13 dias.
terça-feira, julho 23, 2013
Heróis da treta
Mudam-se os tempos e mudam-se os heróis. Aos heróis gregos associava-se a virtude, a coragem, a contribuição definitiva para os avanços dos homens. Ainda há alguns anos, os heróis eram modelos de coragem, algo a que nos aspirávamos a chegar.
Hoje Mandela não é herói porque foi político, Bill Gates não é herói porque é rico e filantropo. Ainda recentemente, os heróis foram a fantasia dos superpoderes (Super-homem)que não temos mas desejávamos ter. Atualmente, os heróis são os modelos, os artistas do cinema e do desporto.
Há nesta evolução uma perversidade óbvia. A moral dos heróis de antes que inspirava os homens e os fazia melhorar, resume-se agora a algo de inacessível, a um sentimento de admiração do impossível, na elevação da impotência e do medo e à necessária aceitação da nossa generalizada incapacidade. Não são fontes inspiradoras de comportamentos, mas deuses todos poderosos que se contemplam de olhos no alto. Do desejo de ascender, passamos à necessidade de acatar a diferença que aliena. Não é de admirar, porque há muito o conhecimento científico veio pôr em causa o papel alienante das religiões. Foi, pois necessário, criar algo inovador que mantivesse a função de obrigar a não pensar, instigando ao mesmo tempo um medo omnipresente que paralisa.
O único risco que os dominadores têm é a perda do medo dos dominados. Essa consciência tem de crescer porque há um novo mundo a descobrir ainda que os novos adamastores tudo tentem para que isso não seja possível.
É importante não dar ouvidos aos novos velhos de Belém nem aos colaboracionistas com a proteção dos mercados e resistir,afirmando a nossa vontade de liberdade. Sem medo, porque a dimensão do que há a ganhar, suplanta enormemente as perdas que nem temos, realmente!
segunda-feira, julho 22, 2013
Day after e a necessária cisão
Foi boa a decisão de Cavaco, porque ao insistirem na política em curso com reforço da austeridade, os governantes existentes ou rearrumados, vão cavar cada vez mais a sua sepultura e, num futuro mais ou menos próximo, o seu castigo será o quase desaparecimento de circulação. Desta vez a memória é recente e irá funcionar. A curto prazo o sacrifício será grande, mas no futuro a compensação será certa.
Foi má a decisão de Seguro, porque mantém o pantanal do PS, onde é necessária uma fratura que ficou adiada. Na verdade só com essa fratura será possível, no futuro, criar um PS de esquerda e depois alguma convergência pondo fim ao regime de alterne que tem desgovernado o país nos últimos quase 40 anos.
Daqui a uns tempos falta à esquerda uma fatia de 15% do PS para ser possível, finalmente, uma governação diferente. A fratura do PS é, pois, um objetivo estratégico da esquerda e uma questão de bom senso para aqueles que ainda se mantêm neste PS de Seguro.
domingo, julho 21, 2013
Alforrecas
sábado, julho 20, 2013
Xeque ao rei(zinho)
O rei está em xeque, depois do avanço tentado, sem êxito, contra os peões. Agora, volta à casa de partida, sem perspetivas de comer nenhuma das peças que ameaçou. O jogo estaria empatado, não fossem as regras obrigar a jogar. Algum lance inovador ainda não testado? Nenhuma das combinações possíveis lhe parece conveniente, mas a jogada é inevitável. Abdicar? O relógio vai andar ainda muitas horas antes de conhecermos o próximo lance.
sexta-feira, julho 19, 2013
A vida sem viver é inútil
Eles não acordaram. E o povo quando vai acordar? Há no ar alguma perigosa paralisia do medo a lembrar-me as palavras do O´Neil cantadas pelo Zé Mário
Perfilados De Medo
Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
E a vida sem viver é mais segura.
Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.
Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.
Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido...
quinta-feira, julho 18, 2013
Vai anilhar cagarras!
É da sua natureza pisar a pequena selvagem em vez de espezinhar os grandes selvagens. Também lhe é fácil dar ordens a aves, mas a ingrata cagarra nunca lhe dará ouvidos, nem lhe trará as notícias do sul e, só para o chatear, ainda lhe há-de roubar uns jaquinzinhos. O Sr. Silva, na maré baixa, vai anilhando cagarras contribuindo para o enriquecimento linguístico com mais uma expressão: «Vai anilhar cagarras, pá!», isto é, faz uma inutilidade qualquer, mas não me chateies.
Outros passarinhos, passarões, continuam sem acordar não lhe dando também ouvidos, mas o grande passarão Coelho já vai ameaçando sem subtilezas. Se não acordarmos, o senhor Silva vai ter que nos aturar ou recorrer à bomba atómica.
Isto está a tornar-se um jogo de xadrez com alguns gambitos pouco aceites e sem jogadas a longo prazo com efeitos decisivos. Tudo muito previsível e sem graça, porque os jogadores são frouxos e fazem sentir a falta de grandes mestres.
quarta-feira, julho 17, 2013
Inimigos, claro
É com algum grau de estranheza que, depois de ter vivido 1974, com todas as alegrias que brotaram em abril naquele dia 25, esteja agora confrontado com a ideia de uma União Nacional salvadora sabemos bem do quê. Mas, o mais estranho é ver, na opinião publicada, que acham que a unanimidade das ideias é quase natural, quando natural seria o confronto de posições e o apontar de soluções diversas, opostas e inimigas. Esta é uma linha perigosa de ultrapassar, a linha do caminho único, o fim do combate das ideias, como se a luta de classes tivesse morrido por decreto. É uma abjeta ditadura aquela que nos querem agora impôr e a que tantos cedem por comodismo inconsciente, proclamando a impossibilidade dos efeitos de agir. Caminham tranquilos de mão estendida à espera da esmola que talvez venha, abúlicos, desesperançados, talvez vivos sem vida. É um mundo estranho que não esperava ser possível nunca mais. Ficam saudades do confronto e dos perigos (?) sempre presentes de uma guerra nuclear. Mas, que vida há nesta morte omnipresente?
Não quero adversários para jogos de salão, mas inimigos nos jogos da vida.
terça-feira, julho 16, 2013
Tabú
A meditar nas Selvagens sobre o pântano caseiro, lembrar-se-á da poda das anonas, do riso da vaca feita queijo, enquanto se deliciará com uns jaquinzinhos clandestinamente pescados, sendo tudo terminado com uma fatia de bolo rei de encher a boca. Uma certeza lhe resta, no seio da natureza profunda, terá garantida a segurança dos seus computadores e os cidadões ficarão-lhe bem longe...
A cerca de 1000 km, os maratonistas da sua salvação procurarão acordar.
A cerca de 1000 km, os maratonistas da sua salvação procurarão acordar.
segunda-feira, julho 15, 2013
Renascer
Os que há mais de 3 décadas nos adormecem com crises sempre renovadas e histórias de sucesso quase sempre escondidas, estão agora reunidos 7 dias para acordar. Espero que apenas o desacordo venha a ser possível recordar no próximo fim-de-semana. Caso contrário, terão de ser muitos milhões a lembrar a esta troika que já acordámos e queremos exprimi-lo democraticamente, afastando-os de vez da manjedoura onde eles têm enchido a barriga do capital financeiro ao longo deste tempo já, demasiadamente, longo.
Está na hora do poema de Alegre outra vez:
Está na hora do poema de Alegre outra vez:
Que o poema seja microfone e fale uma noite destas de repente às três e tal para que a lua estoire e o sono estale e a gente acorde finalmente em Portugal.
domingo, julho 14, 2013
Uma certeza e várias dúvidas
A democracia manifesta-se pela existência de opiniões divergentes, mas não só. Às vezes são mesmo antagónicas. Não é, pois, sequer decente convidar para acordos, quem, à partida se sabe não estar de acordo com o que se lhe propõe, expressas que têm sido as suas posições reiteradamente. Foi isso que fez Sócrates antes de fazer um governo minoritário. É isso que o PS agora fez. Tanto um como outro fizeram-no para português ver, não que tivessem qualquer ilusão de resultados práticos, além de arranjarem um argumento que, de certa forma, compense aquilo que pensam ir fazer. Não faltará muito para sugerirem que, na impossibilidade de dialogar à esquerda e perante o «interesse nacional», acabam por se aliar à direita?
Esquecem-se da verdadeira alternativa, se fossem de esquerda, realmente. Contudo, optar pela cavacal proposta tem um risco associado. É bem possível, que não saiam inteiros de tal consenso de salvação e, efetivamente, o resultado seja uma cisão por já não ser possível mais tolerar a cobardia. Isto é, pela salvação se atinge a morte. Ou talvez, impere o bom senso e disso seja já uma manifestação o anunciado sentido de voto a favor da próxima moção de censura. Ou será uma decisão revogável face a novas circunstâncias?
Esquecem-se da verdadeira alternativa, se fossem de esquerda, realmente. Contudo, optar pela cavacal proposta tem um risco associado. É bem possível, que não saiam inteiros de tal consenso de salvação e, efetivamente, o resultado seja uma cisão por já não ser possível mais tolerar a cobardia. Isto é, pela salvação se atinge a morte. Ou talvez, impere o bom senso e disso seja já uma manifestação o anunciado sentido de voto a favor da próxima moção de censura. Ou será uma decisão revogável face a novas circunstâncias?
sexta-feira, julho 12, 2013
O arco do desgoverno
O formal Cavaco decidiu pôr fim aos seus poderes limitados e ordenou um affaire a trois. Desistiu, nesse momento, de ser o presidente de todos os portugueses, quando anuiu à crença antidemocrática segundo a qual existem em Portugal só uns partidos do arco da governação. Curiosamente, são os que têm desgovernado isto nas últimas décadas, pelo que melhor seria chamar-lhe os partidos do arco do desgoverno.
O grave é que um presidente, que deveria ser o garante das instituições, tenha o desplante de excluir outros partidos que merecem o apoio de uns quantos portugueses que até agora têm tido que aguentar o desgoverno que uma maioria de iludidos tem imposto a todos.
Começa a ser tempo de dar o governo a alternativas possíveis, não de as excluir.
O grave é que um presidente, que deveria ser o garante das instituições, tenha o desplante de excluir outros partidos que merecem o apoio de uns quantos portugueses que até agora têm tido que aguentar o desgoverno que uma maioria de iludidos tem imposto a todos.
Começa a ser tempo de dar o governo a alternativas possíveis, não de as excluir.
quinta-feira, julho 11, 2013
Má prática
Se um doente fica à beira da morte depois de um médico ter feito uma primeira intervenção ainda se percebe que consulte e siga os tratamentos de outros dois para ver se se consegue safar. Se depois dessa intervenção ainda fica mais perto do crematório, qual a solução possível? Cavaco, recomenda um tratamento feito pelos 3 que o puseram a necessitar de salvação.
Que tal procurar outros médicos, diria eu?
Que tal procurar outros médicos, diria eu?
quarta-feira, julho 10, 2013
À espera de Cristo
Já havia a ilegitimidade de se governar ao contrário do que se tinha prometido no contrato pré-eleitoral. Por mais voltas que se deem ao texto, nunca teriam sido eleitos se prometessem o que têm estado a fazer.
A esta ilegitimidade, adiciona-se agora a numérica: votaram mal, mas ainda assim tinham votado no Pedro maioritariamente. O que acontece agora é que Pedro passou o poder ao Paulo, que, minoritariamente votado, vai governar como se tivesse maioria. É a segunda ilegitimidade dos garotos com nomes de apóstolos.
Cristo, até agora mais morto que vivo, tem uma última oportunidade de ressuscitar. Há quem acredite na ressurreição? Pois, ele tem pouco de Cristo, que esse, soube adequadamente expulsar os vendilhões do templo e este tem um compromisso com os mercados. Gostaria de me enganar...
A esta ilegitimidade, adiciona-se agora a numérica: votaram mal, mas ainda assim tinham votado no Pedro maioritariamente. O que acontece agora é que Pedro passou o poder ao Paulo, que, minoritariamente votado, vai governar como se tivesse maioria. É a segunda ilegitimidade dos garotos com nomes de apóstolos.
Cristo, até agora mais morto que vivo, tem uma última oportunidade de ressuscitar. Há quem acredite na ressurreição? Pois, ele tem pouco de Cristo, que esse, soube adequadamente expulsar os vendilhões do templo e este tem um compromisso com os mercados. Gostaria de me enganar...
domingo, julho 07, 2013
Renovar ou contar?
São conhecidos casamentos que se mantêm apenas pelas aparências, justificados com causas nobres, mas que apenas existem teoricamente com os cônjuges a viveram em quartos separados, sem se falarem ou, pior, com maus tratos permanentes. Geralmente a mulher entra numa atitude de aceitação das sevícias por receio das consequências ou mesmo eventual benefício, ainda assim, existente da situação. À volta toda a gente sabe como as coisas correm e lamentam a situação. Mas, enfim, entre marido e mulher não metem a colher. Mais recentemente, algumas destas situações adquiriram a caracterização de crime público.
Quando este quadro é transposto para o governo de um país, as consequências são devastadoras. Ontem vimos o político, taticamente de olhos no chão, ouvindo paciente o discurso do teórico primeiro ministro a enunciar-lhe os poderes. Foi um requinte de sadismo exposto publicamente. Com aquele ar taticamente modesto, falso, Portas estava cheio com aquela nomeação para primeiro ministro plenipotenciário. A renovação dos votos acabou sem beijo na boca.
Quem acredita neste casamento que levante o dedo. Mas apesar de tudo será quase impensável que o velho de Belém se dê ao incômodo de não apadrinhar este casamento fora de prazo e queira substituir os votos renovados por votos contados. Mas nunca se sabe, eles andam à procura de deixar uma imagem na História e, às vezes, são imprevisíveis. Mas isto deve ser um desejo pessoal.
Quando este quadro é transposto para o governo de um país, as consequências são devastadoras. Ontem vimos o político, taticamente de olhos no chão, ouvindo paciente o discurso do teórico primeiro ministro a enunciar-lhe os poderes. Foi um requinte de sadismo exposto publicamente. Com aquele ar taticamente modesto, falso, Portas estava cheio com aquela nomeação para primeiro ministro plenipotenciário. A renovação dos votos acabou sem beijo na boca.
Quem acredita neste casamento que levante o dedo. Mas apesar de tudo será quase impensável que o velho de Belém se dê ao incômodo de não apadrinhar este casamento fora de prazo e queira substituir os votos renovados por votos contados. Mas nunca se sabe, eles andam à procura de deixar uma imagem na História e, às vezes, são imprevisíveis. Mas isto deve ser um desejo pessoal.
sábado, julho 06, 2013
Pimba
COM A VERDADE ME ENGANAS
Quanto mais ela me engana
Mais eu sou louco por ela
Quanto mais ela me foge
Ainda mais corro atrás dela
Quanto mais ela me afasta
Mais eu a quero abraçar
Quanto mais me diz que basta
Mais eu a quero beijar
Mais eu sou louco por ela
Quanto mais ela me foge
Ainda mais corro atrás dela
Quanto mais ela me afasta
Mais eu a quero abraçar
Quanto mais me diz que basta
Mais eu a quero beijar
REFRÃO:
O nosso caso é uma novela
Vivo enganado mas gosto dela
E qualquer dia eu sei que sim
Que vai ser ela a andar atras de mim
O nosso caso é uma novela
Vivo enganado mas gosto dela
E qualquer dia eu sei que sim
Que vai ser ela a andar atras de mim
Quanto mais ela me engana
Mais eu acredito nela
Quanto mais ela me trama
Menos faço por esquecê-la
Quanto mais me diz mentiras
Mais eu penso que é verdade
Quanto mais coisas me tira
Mais lhe dou minha amizade
Mais eu acredito nela
Quanto mais ela me trama
Menos faço por esquecê-la
Quanto mais me diz mentiras
Mais eu penso que é verdade
Quanto mais coisas me tira
Mais lhe dou minha amizade
REFRÃO
Quanto mais ela me trai
Mais mantem acesa a chama
Ela diz-me "tudo bem"
Com a verdade me engana
Mais mantem acesa a chama
Ela diz-me "tudo bem"
Com a verdade me engana
Tony Carreira e o gozo do engano a propósito desta semana trágico-cómica.
Vamos ter um novo governo com os mesmos do velho, mais coisa menos coisa. Desta vez e inovando em relação à história a que estamos habituados, não perdendo tempo mudando os atores principais por outros seus iguais, usam os mesmo com ideias «corrigidas». Estragam-se menos casas. Fizeram um curto retiro, meditaram e aí vêm eles, cheios de santidade, resolver tudo aquilo que andaram, nos dois últimos anos, a destruir. É a assunção do gozo do engano ou o desprezo pela capacidade de pensar dos enganados. Mas possivelmente até terão razão porque o gozo de serem enganados é coisa que os portugueses têm exaustivamente demonstrado nos últimos anos, esquecendo a sabedoria do poeta que há tanto tempo nos ensinou que toda a vida era feita de mudança. Mas isso era em tempo de descobertas e grandeza, não da pequenez satisfatória. Agora, não arriscam, andam em círculos, deste para aquele, naquele gozo de alterne que a nada leva. Pimba.
E o chato nisto tudo é a falta de mercado: aos cidadãos deveria ser possível escolher o seu país e pagar os seus impostos a quem melhor os servisse, divorciarem-se do país onde o acaso os fez nascer. Em resumo, o direito à lucidez.
sexta-feira, julho 05, 2013
Barnabé
Como se o mundo estivesse adormecido, hoje no palácio há uma reunião de sábios e charlatães para deleite do ocupante.
Fica depois disso a certeza de que haverá um Barnabé, mas que não vai chegar, teremos de o procurar.
quinta-feira, julho 04, 2013
quarta-feira, julho 03, 2013
Hoje não caiu nenhum ministro
Parece que iam cair mais dois, mas só tropeçaram, para já.
Os amigos do político fazem agora o número de que querem dialogar e quem vai ao diálogo é o Político. O diálogo é daqueles em que era bom ser mosca... Vai o Político e pedirá o impossível e que resta ao número um? Aceitar passivo a avalanche das exigências? A cena é de Sodoma, mas que fazer quando, quem inviabiliza, sairá a perder? Será o preço excessivo, aguentará o número Um a estocada?
Os próximos episódios seguem dentro de momentos.
Ao lado do que dorme no palácio cor de rosa, há um outro que gesticula e balbucia, eu estou pronto! e pensa, os papás vão gostar muito de me ver ser o futuro número Um...
Os amigos do político fazem agora o número de que querem dialogar e quem vai ao diálogo é o Político. O diálogo é daqueles em que era bom ser mosca... Vai o Político e pedirá o impossível e que resta ao número um? Aceitar passivo a avalanche das exigências? A cena é de Sodoma, mas que fazer quando, quem inviabiliza, sairá a perder? Será o preço excessivo, aguentará o número Um a estocada?
Os próximos episódios seguem dentro de momentos.
Ao lado do que dorme no palácio cor de rosa, há um outro que gesticula e balbucia, eu estou pronto! e pensa, os papás vão gostar muito de me ver ser o futuro número Um...
terça-feira, julho 02, 2013
Lá vão dois
Aquele vai arejar para outras paragens farto que estava dos políticos eleitos. Ele que nunca fora eleito, decidiu sair batendo com a porta. A folha de Excel não batia certo, alguém se enganou na programação, ele tudo tinha feito bem. Faltavam as pessoas no programa...
Mas a ida dele, é a saída do cérebro. A partir de agora, o bicho ainda mexe, mas a cabeça já se foi.
Andava eu nestas reflexões na área industrial à procura de uma eletroválvula e ligo a TSF. Já não se pode ligar a rádio que cai logo um ministro. Bolas, mas agora sai um político. Não bate com as portas, foi o Portas!
Isto tudo pode ter começado com a tal greve, que não sendo geral, quiçá mesmo apenas uma manifestação dos habituais destas coisas, terá levado a que o PS tenha conseguido fazer passar umas coisas na Assembleia. Já para não falar naquela história dos professores, onde os governantes inflexíveis, flexibilizaram. Vai daí, o que não era político nem eleito, não gostou. Para Portas tinha-se acabado o bode expiatório e ele passava a número 2. Ooops, número 2 é a cabeça, que o número um é apenas isso, um número dos que não conta. A partir de agora era ele que tinha que decidir sem poder desculpar-se com o outro. As coisas ficavam verdadeiramente complicadas. Ala que se faz tarde, que as eleições estão quase aí e a derrota é certa se me identificam com esta gente, terá pensado. E se bem pensou, melhor o fez. Eis senão quando, a las 8 de la noche, o número um, enche o peito que nem um Churchill pífio e faz um número surreal, Não me demito, não abandono o país!
Com este contra-golpe, como diria o Jesus, o Político fica em maus lençóis segundo a teoria de quem fizer cair este governo é o responsável por todas as futuras desgraças.
Perante isto, num palácio cor de rosa, há um que dorme e aguarda que eles se entendam.
Mas a ida dele, é a saída do cérebro. A partir de agora, o bicho ainda mexe, mas a cabeça já se foi.
Andava eu nestas reflexões na área industrial à procura de uma eletroválvula e ligo a TSF. Já não se pode ligar a rádio que cai logo um ministro. Bolas, mas agora sai um político. Não bate com as portas, foi o Portas!
Isto tudo pode ter começado com a tal greve, que não sendo geral, quiçá mesmo apenas uma manifestação dos habituais destas coisas, terá levado a que o PS tenha conseguido fazer passar umas coisas na Assembleia. Já para não falar naquela história dos professores, onde os governantes inflexíveis, flexibilizaram. Vai daí, o que não era político nem eleito, não gostou. Para Portas tinha-se acabado o bode expiatório e ele passava a número 2. Ooops, número 2 é a cabeça, que o número um é apenas isso, um número dos que não conta. A partir de agora era ele que tinha que decidir sem poder desculpar-se com o outro. As coisas ficavam verdadeiramente complicadas. Ala que se faz tarde, que as eleições estão quase aí e a derrota é certa se me identificam com esta gente, terá pensado. E se bem pensou, melhor o fez. Eis senão quando, a las 8 de la noche, o número um, enche o peito que nem um Churchill pífio e faz um número surreal, Não me demito, não abandono o país!
Com este contra-golpe, como diria o Jesus, o Político fica em maus lençóis segundo a teoria de quem fizer cair este governo é o responsável por todas as futuras desgraças.
Perante isto, num palácio cor de rosa, há um que dorme e aguarda que eles se entendam.
segunda-feira, julho 01, 2013
Lá vai um
Andava eu ainda à procura de uma bilheteira na estação de
Entrecampos, quando ouvi ocasionalmente uma voz meia de triunfo dizer ao
telefone móvel, então sabes a novidade? O Gaspar demitiu-se. Incrédulo,
consultei o Tablet e no sapo.pt estava a confirmação, logo reconfirmada na TSF
e no Expresso. Sorri. Na altura quase liguei umas buzinadelas à notícia, mas
terá sido coincidência e correspondido a alguns daqueles ralhetes de condutores
em cruzamentos. Ainda assim, aliviado, sentei-me no meu lugar.
Na aproximação a Vendas Novas, os meus vizinhos de carruagem,
dois alentejanos de Beja que vieram a consultas da coluna aos hospitais de
Lisboa, tinham parado de falar das suas aventuras com os clínicos indecisos
entre operações e esperar mais algum tempo. Um debruçado sobre o telemóvel,
disse monotonamente, diz aqui que o ministro das Finanças se demitiu. Resposta
do outro, vai comer para outra manjedoura, esses nunca ficam a perder e depois
vai para lá outro igual. Pois, anuiu o primeiro.
Há uma desesperança e confusão em tudo isto, a impotência
ensinada durante o fascismo inseriu-se na genética da gente. A propaganda do
tudo igual vomitada diariamente nos media, nas análises superficiais e
emocionalmente catastróficas, arrasa toda a reflexão e raciocínio lógico ou a
criação de possíveis estratégias. Demitidos, ficam à espera. Como a grande
maioria, que noutros tempos também ficou à espera de algo, que surgiu em abril
de 74. Mas surgiu porque uns quantos se tinham mexido entretanto. Curiosamente,
os mesmos que agora vão organizando manifestações e greves que, diz a
propaganda oficial e o subconsciente contaminado, não servem para nada.
terça-feira, abril 16, 2013
Por menos se assassinou um rei
Quando Mário Soares dá uma entrevista ou escreve um artigo num semanário fica sempre a dúvida se a demência não será mais tranquila que a lucidez. Um lúcido perceberá sempre as respostas mais ou menos sussurradas dos comentadores inúteis opinativos que dizem invariavelmente algo semelhante a «deixem falar o velho». Curiosamente, essas doutas opiniões, queiram ou não, têm uma dívida para com os criticados como Álvaro Cunhal ou Mário Soares. Foi essa gente que ignorava os mercados que nos governam que permitiu a libertação da palavra. Um, visionário, não se cansou de alertar contra os riscos daquilo que hoje se percebe ser uma real dificuldade, outro que nos levou para ela, mas ambos gente que sabia pensar pela sua cabeça e que procurou que todos pudessem pensar pela sua própria cabeça.
Mas pensar não é fácil ao contrário do que se procura hoje no mercado...
Mas pensar não é fácil ao contrário do que se procura hoje no mercado...
terça-feira, abril 09, 2013
Just say no!
Um ministro das finanças ocupado a autorizar a compra do papel higiénico é a realidade a que esta coisa chegou. Já houve outro que também era muito poupadinho e gostava de mandar nos seus colegas de ministério. O resultado acabou num abril de há uns anos.
E os sinais são preocupantes quando, por exemplo, começa a fazer escola uma coisa abjeta chamada arco da governação. É como se alguém tivesse decidido que só há um caminho, que o resto é desprezível. Mas aqui a culpa não é deles, é dos que se abstêm, é dos que não pensam, dos que não ousam, dos que ficam a ver o dia seguinte a falar do dia anterior, esmiuçando todos os lances até à exaustão, dos que contemplam a vida dos outros e das outras e se esquecem de ver as suas, dos impotentes e descrentes. E afinal, até há bons conselheiros, prémios Nobel e tudo, que nos dizem para dizermos uma coisa assim tão simples:
E os sinais são preocupantes quando, por exemplo, começa a fazer escola uma coisa abjeta chamada arco da governação. É como se alguém tivesse decidido que só há um caminho, que o resto é desprezível. Mas aqui a culpa não é deles, é dos que se abstêm, é dos que não pensam, dos que não ousam, dos que ficam a ver o dia seguinte a falar do dia anterior, esmiuçando todos os lances até à exaustão, dos que contemplam a vida dos outros e das outras e se esquecem de ver as suas, dos impotentes e descrentes. E afinal, até há bons conselheiros, prémios Nobel e tudo, que nos dizem para dizermos uma coisa assim tão simples:
segunda-feira, abril 08, 2013
É a natureza do trabalho, estúpidos!
Eugénio Rosa fez contas com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de 2005. Estes indicavam um rendimento médio anual de 9335 euros para os trabalhadores com o ensino básico: 1.º ciclo (antiga primária), 2.º e 3º ciclos, de 16 743 para os que têm o ensino secundário e de 28 538 para quem possui o ensino superior.
Habilitações
A maioria dos trabalhadores do sector privado (72,5%) tinha, em 2005, o ensino básico, e apenas 11% possuíam o ensino superior. Já a maioria dos funcionários da administração pública tinha mais habilitações que escolaridade básica. E 44% concluíram uma formação de nível superior.
Comentários para quê? É a natureza do trabalho, estúpidos! Portanto será bom não comparar o incomparável e achar que algumas «garantias» de emprego nas funções públicas mais não são que compensações idênticas às que ocorrem em funções privadas, tipo automóvel da empresa, telemóvel, computador, cartão de crédito, etc.
Comentários para quê? É a natureza do trabalho, estúpidos! Portanto será bom não comparar o incomparável e achar que algumas «garantias» de emprego nas funções públicas mais não são que compensações idênticas às que ocorrem em funções privadas, tipo automóvel da empresa, telemóvel, computador, cartão de crédito, etc.
domingo, abril 07, 2013
Governo anti-social
Só porque, alguns como eu, continuam com a bênção do trabalho, se explica ter eu estado a passar ao lado destes tempos estimulantes. Passo ao lado, mas vivo, mesmo no silêncio desde há quase 15 dias que estão a mudar o mundo, pelo menos este pequenino onde nos movemos, mas se calhar transcendendo-o.
Neste tempo aconteceu o confisco em Chipre e pus-me a fazer contas: 100000/485= 206. 206 meses são 17 anos. Portanto, um tipo com o salário mínimo acumula ao fim de 17 anos os tais 100000 euros para depositar. Só precisa de andar nu, dormir na rua e não comer durante todo esse tempo...mais nada
Deve ser por isso que mais de 98% dos depósitos bancários em Portugal estão abaixo de 100000 euros. O que eu não sabia, é que os outros pouco mais de 1% dos depósitos, representam mais de 40% do dinheiro depositado. E os donos andaram bem vestidos, dormiram em casas de milhões e comeram do bom, além do resto...tudo. Devia ser um trabalho estimulante fazer o estudo de como se entra nesse grupo dos pouco mais de1% e ver que ligações poderiam existir com toda esta conversa do défice e desgraças do Estado ingovernável. Já agora, perceber quantos eram funcionários públicos ou seja a causa de todas as maldições.
Pelo caminho, cortou-se o Relvas por gostar mais de falar do que escrever. Parece que o senhor afinal cometeu um pequeno erro e fez uma oral que deveria ter sido escrita. Gostei particularmente de um título de um jornal: Relvas acaba o curso no Governo.
E o fim de semana foi uma enchente de conteúdos. O Tribunal Constitucional decidiu e já sabemos que quando os juízes decidem, está decidido. Sabemos nós, mas alguns não! A Leal ao Passos ficou perplexa e o dito pôs o ministério a fazer horas extra ao sábado à tarde, após o que, pediu audiência de urgência ao patrão. É curioso, como estas coisas são, pois a urgência afinal não decorreu da reunião extraordinária como o prova a primeira página do Expresso, onde, já pela manhã, ficávamos a saber que o Governo pedia a tal reunião urgente ao Presidente. O bom patrão, confirmou o emprego aos rapazes. Finalmente, o rapazola capataz, veio chispar durante a tarde de domingo (antes do Benfica estar a jogar ou ninguém o ouviria) contra os juízes, que, a partir de agora, vão ser (com o Sócrates e,claro, os funcionários públicos) a causa de todas as misérias do mundo. É o normal funcionamento das instituições democráticas, isto é, PR e Governo, que o resto são forças de bloqueio de democraticidade duvidosa bem dispensáveis, tivéssemos nós outra Constituição. Para já ficamos a saber, que se não levamos de uma forma, apanhamos doutra, porque esta rapaziada salvadora tem esta vocação anti-social e, enquanto andarem à solta, os distúrbios irão continuar.
Neste tempo aconteceu o confisco em Chipre e pus-me a fazer contas: 100000/485= 206. 206 meses são 17 anos. Portanto, um tipo com o salário mínimo acumula ao fim de 17 anos os tais 100000 euros para depositar. Só precisa de andar nu, dormir na rua e não comer durante todo esse tempo...mais nada
Deve ser por isso que mais de 98% dos depósitos bancários em Portugal estão abaixo de 100000 euros. O que eu não sabia, é que os outros pouco mais de 1% dos depósitos, representam mais de 40% do dinheiro depositado. E os donos andaram bem vestidos, dormiram em casas de milhões e comeram do bom, além do resto...tudo. Devia ser um trabalho estimulante fazer o estudo de como se entra nesse grupo dos pouco mais de1% e ver que ligações poderiam existir com toda esta conversa do défice e desgraças do Estado ingovernável. Já agora, perceber quantos eram funcionários públicos ou seja a causa de todas as maldições.
Pelo caminho, cortou-se o Relvas por gostar mais de falar do que escrever. Parece que o senhor afinal cometeu um pequeno erro e fez uma oral que deveria ter sido escrita. Gostei particularmente de um título de um jornal: Relvas acaba o curso no Governo.
E o fim de semana foi uma enchente de conteúdos. O Tribunal Constitucional decidiu e já sabemos que quando os juízes decidem, está decidido. Sabemos nós, mas alguns não! A Leal ao Passos ficou perplexa e o dito pôs o ministério a fazer horas extra ao sábado à tarde, após o que, pediu audiência de urgência ao patrão. É curioso, como estas coisas são, pois a urgência afinal não decorreu da reunião extraordinária como o prova a primeira página do Expresso, onde, já pela manhã, ficávamos a saber que o Governo pedia a tal reunião urgente ao Presidente. O bom patrão, confirmou o emprego aos rapazes. Finalmente, o rapazola capataz, veio chispar durante a tarde de domingo (antes do Benfica estar a jogar ou ninguém o ouviria) contra os juízes, que, a partir de agora, vão ser (com o Sócrates e,claro, os funcionários públicos) a causa de todas as misérias do mundo. É o normal funcionamento das instituições democráticas, isto é, PR e Governo, que o resto são forças de bloqueio de democraticidade duvidosa bem dispensáveis, tivéssemos nós outra Constituição. Para já ficamos a saber, que se não levamos de uma forma, apanhamos doutra, porque esta rapaziada salvadora tem esta vocação anti-social e, enquanto andarem à solta, os distúrbios irão continuar.
terça-feira, março 26, 2013
segunda-feira, março 25, 2013
Exercício
Não ter a solução é humano. É como errar. Não procurar a solução é negligência. É dolo no próprio. Esperar que outros encontrem a solução. Isso é suicídio ou, no mínimo e com muita sorte, a submissão a que a preguiça conduz.
Protestar, ficar indignado é, apenas, estertor, ficar à espera que apareça a solução e, este tempo, é tempo mais de ação do que apenas reação. É tempo de ser humilde e intolerante ao mesmo tempo. Perceber, claro, que as soluções não são fáceis, mas ser-se intolerante na sua busca, porque o existente não é solução, é apenas o problema. Mudar, mudar qualquer coisa, criar hipóteses, testá-las de forma rigorosa, andar à procura da solução.Mas, nunca, ficar quieto à espera de deixar passar a tempestade, porque isso apenas resulta quando se está abrigado e não, como agora, quando se está em campo aberto.
Assegurar as necessidades de cada um, porque o destino é coletivo e não tem graça passar 80 anos sozinho. É verdade, nenhuma pessoa é eterna. Quando muito ficará alguma obra de arte que criou se partilhada num museu, numa biblioteca ou numa sala de concertos e nada mais. O resto são trivialidades. Termos o que produzirmos seria tudo o que precisamos. Princípios? A cada um segundo o seu produto, calculado por benchmarking: toma-se por base as realidades dos países onde é menor a desigualdade, isto é, maior a partilha coletiva da realidade construída e evoluída. Faz-se a relação entre o income individual de uma determinada atividade e o produto nessa realidade e aplica-se a relação a todo o que trabalhe. Exemplificando, vencimento de técnico alemão ou sueco/PIB per capita desses países. Uma vez estabelecido este valor, aplicação do coeficiente a técnico semelhante tendo em consideração o PIB do seu país. E ninguém sairia privilegiado ao contrário do que agora acontece... Nota: a norma aplicar-se-ia do CEO ao assistente operacional.
Protestar, ficar indignado é, apenas, estertor, ficar à espera que apareça a solução e, este tempo, é tempo mais de ação do que apenas reação. É tempo de ser humilde e intolerante ao mesmo tempo. Perceber, claro, que as soluções não são fáceis, mas ser-se intolerante na sua busca, porque o existente não é solução, é apenas o problema. Mudar, mudar qualquer coisa, criar hipóteses, testá-las de forma rigorosa, andar à procura da solução.Mas, nunca, ficar quieto à espera de deixar passar a tempestade, porque isso apenas resulta quando se está abrigado e não, como agora, quando se está em campo aberto.
Assegurar as necessidades de cada um, porque o destino é coletivo e não tem graça passar 80 anos sozinho. É verdade, nenhuma pessoa é eterna. Quando muito ficará alguma obra de arte que criou se partilhada num museu, numa biblioteca ou numa sala de concertos e nada mais. O resto são trivialidades. Termos o que produzirmos seria tudo o que precisamos. Princípios? A cada um segundo o seu produto, calculado por benchmarking: toma-se por base as realidades dos países onde é menor a desigualdade, isto é, maior a partilha coletiva da realidade construída e evoluída. Faz-se a relação entre o income individual de uma determinada atividade e o produto nessa realidade e aplica-se a relação a todo o que trabalhe. Exemplificando, vencimento de técnico alemão ou sueco/PIB per capita desses países. Uma vez estabelecido este valor, aplicação do coeficiente a técnico semelhante tendo em consideração o PIB do seu país. E ninguém sairia privilegiado ao contrário do que agora acontece... Nota: a norma aplicar-se-ia do CEO ao assistente operacional.
domingo, março 24, 2013
GPS do tempo
Agora que, com o GPS, já não nos perdemos nos destinos do espaço, como que optámos por cair nos labirintos do tempo. De repente, destruíram-se as coordenadas em que nos mexíamos e só a incerteza do futuro prevalece. Depois de sairmos da realidade material da vida, substituiu-se o fundamento dos ativos pelo império do crédito. O valor passou a ser o limite de crédito concedido pelo mercado secreto e oculto. A abstração da matemática foi além da objetividade da geometria. A imaginação triunfou e, nos imaginados, nos perdemos, necessitados que ficámos de um GPS do tempo.
Podíamos viver perdidos no espaço, será que se consegue sobreviver à desorientação no tempo? Ou cada passo que se dá poderá ser um avanço sobre a mina oculta que nos fará explodir? O futuro a Deus pertence, mas não é mau que regulemos um pouco a divindade.
Podíamos viver perdidos no espaço, será que se consegue sobreviver à desorientação no tempo? Ou cada passo que se dá poderá ser um avanço sobre a mina oculta que nos fará explodir? O futuro a Deus pertence, mas não é mau que regulemos um pouco a divindade.
sábado, março 23, 2013
Diferenças de iguais
O árbitro inventa um penálti e com isso consegue os 3 pontos
para uma das equipas. Na véspera jantou com o presidente do clube da equipa que
agora venceu. A marosca torna-se pública e prende-se o árbitro por ser
corrupto. Todos, no entanto, acharão correto que o mesmo tratamento punitivo se
aplique ao presidente corruptor. Se calhar até com maioria de razão e o árbitro
até é considerado um pouco vítima do processo. Ele é determinante no resultado,
mas pertence a um grupo mais frágil que o dos presidentes de clube. No fim das
contas, ser fraco faz parte da natureza humana.
Mas nisto da corrupção, outros cenários são igualmente
possíveis. Por exemplo, um político faz um acordo de obras com um CEO de uma
empresa e obviamente lesa os dinheiros públicos. O escândalo sai para a
imprensa (quantas vezes paga pelos políticos concorrentes ou pelas empresas
preteridas) e unanimemente o político é considerado corrupto, como teria que
ser. Não pensemos, por momento, que é apenas ignorante, incompetente,
impreparado. A ninguém passa pela cabeça declarar corruptor o CEO da empresa.
Afinal, ele limitou-se a fazer um bom negócio, criou valor para o seu grupo, o
único culpado foi o político. A multidão escorraça o político, corre a eleger
outro político igual a este, os CEOs corruptores continuam o seu trabalho com
toda a tranquilidade com o beneplácito das massas. Ele impôs o resultado
fraudulento, mas pertence a um grupo mais forte de onde, potencialmente,
poderão sobrar algumas migalhas? O sistema mantém-se com futuro.
Afinal, andam todos ao mesmo, ouve-se dizer.
sexta-feira, março 22, 2013
Dias de chuva
A afixação das listas de devedores ao condomínio no hall de entrada dos prédios já não é o que era dantes. Passar-se-á o mesmo com a lista de devedores às finanças. O que era uma vergonha intolerável nos tempos em que havia vergonha, passa agora a ser informação privilegiada para uma melhor gestão das despesas. Funciona assim: se eu devo 100, mas sei que há outros que devem 500, então a atitude certa é não pagar os 100, porque, se o fizer, estou a pagar para os que devem 500 poderem usufruir do que pagam os pagantes! Portanto, a lógica é ser devedor enquanto se puder.
É o que tinha de acontecer depois de se ter desvalorizado a honra, acabado com a vergonha e feito subir ao máximo do valor o primado das garantias do indivíduo, o tal que, embora vivendo com outros, tem o máximo direito à sua afirmação individual, qual leão na savana. Criou-se, para sua garantia, um sistema de justiça em que chamar-lhes filhos da puta é punível por lei e acabou-se com aquele expediente mais simples de resolução de conflitos que era, simplesmente, ir-lhes à cara.
O problema maior é que esta realidade ao nível do indivíduo se impôs também ao nível dos Estados, em que há uns que impõe lógicas próprias a outros, sem a necessidade de recorrerem a processos dolorosos como as guerras. Ou melhor utilizando guerras politicamente corretas.
É o que tinha de acontecer depois de se ter desvalorizado a honra, acabado com a vergonha e feito subir ao máximo do valor o primado das garantias do indivíduo, o tal que, embora vivendo com outros, tem o máximo direito à sua afirmação individual, qual leão na savana. Criou-se, para sua garantia, um sistema de justiça em que chamar-lhes filhos da puta é punível por lei e acabou-se com aquele expediente mais simples de resolução de conflitos que era, simplesmente, ir-lhes à cara.
O problema maior é que esta realidade ao nível do indivíduo se impôs também ao nível dos Estados, em que há uns que impõe lógicas próprias a outros, sem a necessidade de recorrerem a processos dolorosos como as guerras. Ou melhor utilizando guerras politicamente corretas.
quarta-feira, março 20, 2013
Animais
Animal
You’re an animal
Don’t take anything less
Out of control
You’re out of control
Strike those in distress
Analyse
Advertise
Expand
Bend more rules
Buy yourself an island
Animals
We’re animals
Buy when blood is on the street
Out of control
We’re out of control
Crush those who beg at your feet
Analyse
Franchise
Spread out
Kill the competition
And buy yourself an ocean
Amortise
Downsize
Lay off
Kill yourself
Come on and do us all a favour
You’re an animal
Don’t take anything less
Out of control
You’re out of control
Strike those in distress
Analyse
Advertise
Expand
Bend more rules
Buy yourself an island
Animals
We’re animals
Buy when blood is on the street
Out of control
We’re out of control
Crush those who beg at your feet
Analyse
Franchise
Spread out
Kill the competition
And buy yourself an ocean
Amortise
Downsize
Lay off
Kill yourself
Come on and do us all a favour
terça-feira, março 19, 2013
Ser cipriota
Na Alemanha,
Primeiro vieram buscar os comunistas, e eu não disse nada porque não era comunista.
Depois vieram pelos judeus, e eu não disse nada porque não era judeu.
Depois vieram pelos sindicalistas, e eu não disse nada porque não era sindicalista.
Depois vieram pelos católicos, e eu não disse nada porque era protestante.
Depois vieram por mim e, nessa altura, já não havia ninguém para erguer a voz.
PASTOR MARTIN NIEMOLLER
(Sobrevivente do Holocausto)
Na Europa do sul,
primeiro tiraram os subsídios aos funcionários públicos, eu não disse nada por que não era funcionário público.
Depois reduziram os salários dos funcionários privados e eu não disse nada porque não era funcionário privado.
Depois aumentaram o IVA na restauração e eu não disse nada porque não era restaurador.
Depois taxaram mais os reformados e eu não disse nada porque não era reformado.
Depois vieram taxar os depósitos bancários e houve Cipriotas que ergueram a voz.
domingo, março 17, 2013
TED talk censurada
Quando a ganância e a rapina avança ultrapassando os limites da decência, sabe bem, ouvir alguém que percebe que não irá ser eterno, que percebe ter as mesmas necessidades de camisas e de calças que qualquer outro, que não vive sozinho, que não é, afinal, assim tão borges(samente) superior a todos os seus semelhantes. Isso mesmo: semelhantes.
Curiosamente, esta TED talk foi banida!!! Vamos nós espalhá-la por aí.
Curiosamente, esta TED talk foi banida!!! Vamos nós espalhá-la por aí.
sábado, março 16, 2013
Leituras
Fica o link enquanto durar: http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/fraudegananciaeusura.html
A informação dá trabalho ( a ler), mas ainda vai sendo possível. Pode não durar sempre.
A informação dá trabalho ( a ler), mas ainda vai sendo possível. Pode não durar sempre.
quinta-feira, março 14, 2013
As palavras ditas
Que Deus vos perdoe...
Bem, ou invoca o santo nome de Deus em vão, ou esteve a pedir o perdão de Deus para o Espírito Santo...
Bem, ou invoca o santo nome de Deus em vão, ou esteve a pedir o perdão de Deus para o Espírito Santo...
quarta-feira, março 13, 2013
Cuidado!
Todos os dias sinais difusos, por agora, de preocupação. Há dias soube-se que em Bruxelas foi proibida uma manifestação por alegada insuficiência económica da polícia ser capaz de garantir a segurança. O liberalismo depois do ataque sem tréguas ao estado social, poderá, agora e em nome das restrições «necessárias pela situação económica» arranjar pretexto para limitar as garantias individuais. Toda a atenção é pouca!
sexta-feira, março 08, 2013
Obrigado por existirem
Porque tudo tem uma história, é bom lembrar (transcrito da Wikipedia):
Origem
A ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e daPrimeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América[2], em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York[carece de fontes].
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[3]
No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha eSuíça.[4]
Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.[5]
Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiropelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro(8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.[6]
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o períodosoviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia,Macedónia, Moldávia e Ucrânia.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977.
Fica claro que, para além de serem a melhor companhia dos homens todos os dias, o seu dia especial provém de uma longa história de luta contra a exploração pelos mesmos de sempre. Foi na rua que algumas realidades começaram e necessitam continuar a ser mudadas. Pelos homens e pelas mulheres, em conjunto, contra o inimigo comum. O resto são flores.
quinta-feira, março 07, 2013
quarta-feira, março 06, 2013
Tourada
No ato final da lide, muitas vezes se vê avançar o touro, decididamente, para a espada tal é a cegueira ou a natureza bestial de que é feito. Assim acontece com alguns fanáticos que não medem a consequência dos seus atos tal é a certeza de que estão possuídos. A qualquer destes avanços só um destino os espera, a queda na arena ou no palco da vida.
Hoje Passos Coelho afirmou que «o mais sensato era baixar o salário mínimo...». Na mesma linha poderá escolher acabar com a assistência na doença (com os subsídios de funeral reduzidos até nem aumenta a despesa), acabar com a escola (obtenção de títulos por equivalência), ou finalmente implementar aquela medida que tão atribuída foi a outros: injetar os velhos atrás da orelha... (e resolve a despesa da segurança social). É a natureza desta gente fanática e bestial.
Hoje Passos Coelho afirmou que «o mais sensato era baixar o salário mínimo...». Na mesma linha poderá escolher acabar com a assistência na doença (com os subsídios de funeral reduzidos até nem aumenta a despesa), acabar com a escola (obtenção de títulos por equivalência), ou finalmente implementar aquela medida que tão atribuída foi a outros: injetar os velhos atrás da orelha... (e resolve a despesa da segurança social). É a natureza desta gente fanática e bestial.
terça-feira, março 05, 2013
segunda-feira, março 04, 2013
A verdade e a imagem
As cidades americanas têm todas aquela ilha central com uns prédios de vidro muito altos, numa aspiração de chegar ao céu ainda na terra. São, invariavelmente, os edifícios dos bancos e de algumas grandes empresas. Depois têm um imenso mar de casas baixinhas espraiando-se por milhas e milhas a toda a volta. São as que não resistem aos tufões. A ilha fica vazia à noite, de luzes acesas para afastar os fantasmas, rodeada de uma realidade imensa que respira a toda a volta. Nos postais ilustrados é sempre o Financial District e a Downtown que vemos, de tal forma que, para a generalidade das pessoas, Nova Iorque é quase sempre imaginada como a parte sul de Manhattan. É assim no mundo... das aparências. Depois há Bronx, Queens e tudo o resto muito grande, muito maior. Na verdade.
Por cá também andam uns cavalheiros que sonham construir um país para porem num postal ilustrado chamado Portugal modernizado. Para isso precisam de arrasar toda a pequena empresa, criar um desemprego ENORME (como diria um deles abrindo bem os olhos no meio das enormes olheiras e franzindo a testa), facilitando uma mão de obra cada vez mais barata para ser absorvida pelas grandes empresas modernas a preço de saldo. Teriam, finalmente, realizado o seu sonho de modernidade e obtido a foto para o postal. No seu fanatismo estão convencidos que só há um caminho. Enganam-se porque há sempre um outro ao lado, geralmente em sentido contrário. Estes tipos satisfazem-se com a imagem, alienados que estão da realidade, centrados nas grandes organizações (tantas vezes de malfeitores) ignorando, ostensivamente, os que apelidam de colaboradores.
Teremos de ser todos a cair na real e a dizer que não colaboramos! Nós trabalhamos. É urgente organizar este combate, surgir uma liderança esclarecida com um projeto claro e alternativo baseado na realidade.
Por cá também andam uns cavalheiros que sonham construir um país para porem num postal ilustrado chamado Portugal modernizado. Para isso precisam de arrasar toda a pequena empresa, criar um desemprego ENORME (como diria um deles abrindo bem os olhos no meio das enormes olheiras e franzindo a testa), facilitando uma mão de obra cada vez mais barata para ser absorvida pelas grandes empresas modernas a preço de saldo. Teriam, finalmente, realizado o seu sonho de modernidade e obtido a foto para o postal. No seu fanatismo estão convencidos que só há um caminho. Enganam-se porque há sempre um outro ao lado, geralmente em sentido contrário. Estes tipos satisfazem-se com a imagem, alienados que estão da realidade, centrados nas grandes organizações (tantas vezes de malfeitores) ignorando, ostensivamente, os que apelidam de colaboradores.
Teremos de ser todos a cair na real e a dizer que não colaboramos! Nós trabalhamos. É urgente organizar este combate, surgir uma liderança esclarecida com um projeto claro e alternativo baseado na realidade.
domingo, março 03, 2013
Regresso à verdade
A mentira, na vida como na política, não é arma, e, mesmo quando a mentira é inconsciente, determinada pelo desejo ou pela ignorância e incapacidade de analisar a realidade e leva os seus autores ao refúgio numa espécie de realidade virtual, a mentira não augura nada de bom, porque só a realidade é real e, pelas leis da vida, a sua homeostase com o ambiente em que está, acaba por criar os mecanismos que não permitem que a mistura do azeite com o vinagre se mantenha de forma indefinida.
A legitimidade apenas se consegue pela verdade, não por se ter conseguido iludir os outros de forma transitória, calculada ou fraudulenta. Com o passar do tempo há sempre a emergência do azeite. É por isso, que um governo eleito, pode, passado algum tempo, ser ilegítimo. Acontece quando o contrato que fez com os eleitores é rasgado na prática do dia-a-dia e substituído pela realidade contrária ao que se tinha combinado. Nem a alegação da realidade em que se está e o seu prévio desconhecimento (impreparação!) servem para a manutenção do poder, que, rompido o contrato, é ilegítimo. Se as condições mudaram e o contrato não é realizável, é necessário fazer um contrato de retificação, isto é, apresentá-lo aos eleitores e ir a sufrágio. De outra forma, persiste-se na ilegitimidade do poder, no império da mentira.
É isso que sentem e manifestaram ontem alguns milhares de pessoas, que, de uma forma desorganizada e triste, quase sem esperança e só com revolta, andaram na rua ontem à tarde. Também andei e, se calhar como muitos deles, estava lá para ver como se estava (com os outros), saber quantos ainda não tinham desistido, quantos tinham acordado e estavam prontos para o combate. E eram muitos, bastantes, muitos velhos e algo cansados, ouvindo palavras de ordem que já nem repetiam muitas vezes, ensaiando cânticos desafinados, arrastando-se avenida abaixo lentamente, gritando raivas, a maior de todas a da cegueira de não se ver como se vai mudar. Um vasto grito de não aguentamos mais! Estavam ali mobilizados pelos que se arrogam uma superioridade por não serem políticos ou por quem, sendo político, tem como objetivo não querer ir pelo caminho em que outros andam. Mas por onde, nunca o dizem. Porque não sabem? Mesmo antes de serem «políticos» já enfermam do vício da mentira quando contam 500000 pessoas numa praça onde caberiam apertadas 150000, como se a quantidade fosse o importante e o relevante não fosse a raiva desesperada dos que ali estavam. E fazem política, quando promovem como valor o não se ser político, esquecendo até que alguns dos políticos nada têm que ver com o estado a que este Estado chegou.
A mudança exige ver a realidade e não afirmar o desejo como se dela se tratasse. A realidade de haver assimetrias sociais indecentes, a realidade de haver compromissos de pagamentos de rendas vergonhosas, a realidade de haver privilégios de organizações e pessoas incomportáveis economicamente e depois, também, mas só depois, olhar a impossibilidade de talvez até nem se poder continuar a ter algumas coisas boas como a saúde, o ensino, a segurança social que criámos porque somos civilizados e a que nos habituámos. Ou seja, corrigir os erros corrigíveis, criar um novo paradigma de funcionamento em que a facilidade e o desejo da vida a crédito seja substituído pelo mundo real. Vai ser mau para alguns credores, nomeadamente para a Banca, mas paciência.
Estou certo é que não se chega ao destino se não soubermos para onde queremos ir. Os organizadores destes ajuntamentos de indignação não sabem, mas há políticos que têm alternativas dentro de outros modelos e é com a sua liderança que a desesperança de hoje se transformará na certeza da vitória amanhã. E como disseram no passado alguns líderes, Até à vitória. Sempre!
A legitimidade apenas se consegue pela verdade, não por se ter conseguido iludir os outros de forma transitória, calculada ou fraudulenta. Com o passar do tempo há sempre a emergência do azeite. É por isso, que um governo eleito, pode, passado algum tempo, ser ilegítimo. Acontece quando o contrato que fez com os eleitores é rasgado na prática do dia-a-dia e substituído pela realidade contrária ao que se tinha combinado. Nem a alegação da realidade em que se está e o seu prévio desconhecimento (impreparação!) servem para a manutenção do poder, que, rompido o contrato, é ilegítimo. Se as condições mudaram e o contrato não é realizável, é necessário fazer um contrato de retificação, isto é, apresentá-lo aos eleitores e ir a sufrágio. De outra forma, persiste-se na ilegitimidade do poder, no império da mentira.
É isso que sentem e manifestaram ontem alguns milhares de pessoas, que, de uma forma desorganizada e triste, quase sem esperança e só com revolta, andaram na rua ontem à tarde. Também andei e, se calhar como muitos deles, estava lá para ver como se estava (com os outros), saber quantos ainda não tinham desistido, quantos tinham acordado e estavam prontos para o combate. E eram muitos, bastantes, muitos velhos e algo cansados, ouvindo palavras de ordem que já nem repetiam muitas vezes, ensaiando cânticos desafinados, arrastando-se avenida abaixo lentamente, gritando raivas, a maior de todas a da cegueira de não se ver como se vai mudar. Um vasto grito de não aguentamos mais! Estavam ali mobilizados pelos que se arrogam uma superioridade por não serem políticos ou por quem, sendo político, tem como objetivo não querer ir pelo caminho em que outros andam. Mas por onde, nunca o dizem. Porque não sabem? Mesmo antes de serem «políticos» já enfermam do vício da mentira quando contam 500000 pessoas numa praça onde caberiam apertadas 150000, como se a quantidade fosse o importante e o relevante não fosse a raiva desesperada dos que ali estavam. E fazem política, quando promovem como valor o não se ser político, esquecendo até que alguns dos políticos nada têm que ver com o estado a que este Estado chegou.
A mudança exige ver a realidade e não afirmar o desejo como se dela se tratasse. A realidade de haver assimetrias sociais indecentes, a realidade de haver compromissos de pagamentos de rendas vergonhosas, a realidade de haver privilégios de organizações e pessoas incomportáveis economicamente e depois, também, mas só depois, olhar a impossibilidade de talvez até nem se poder continuar a ter algumas coisas boas como a saúde, o ensino, a segurança social que criámos porque somos civilizados e a que nos habituámos. Ou seja, corrigir os erros corrigíveis, criar um novo paradigma de funcionamento em que a facilidade e o desejo da vida a crédito seja substituído pelo mundo real. Vai ser mau para alguns credores, nomeadamente para a Banca, mas paciência.
Estou certo é que não se chega ao destino se não soubermos para onde queremos ir. Os organizadores destes ajuntamentos de indignação não sabem, mas há políticos que têm alternativas dentro de outros modelos e é com a sua liderança que a desesperança de hoje se transformará na certeza da vitória amanhã. E como disseram no passado alguns líderes, Até à vitória. Sempre!
sábado, março 02, 2013
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