domingo, julho 07, 2013

Renovar ou contar?

São conhecidos casamentos que se mantêm apenas pelas aparências, justificados com causas nobres, mas que apenas existem teoricamente com os cônjuges a viveram em quartos separados, sem se falarem ou, pior, com maus tratos permanentes. Geralmente a mulher entra numa atitude de aceitação das sevícias por receio das consequências ou mesmo eventual benefício, ainda assim, existente da situação. À volta toda a gente sabe como as coisas correm e lamentam a situação. Mas, enfim, entre marido e mulher não metem a colher. Mais recentemente, algumas destas situações adquiriram a caracterização de crime público.
Quando este quadro é transposto para o governo de um país, as consequências são devastadoras. Ontem vimos o político, taticamente de olhos no chão, ouvindo paciente o discurso do teórico primeiro ministro a enunciar-lhe os poderes. Foi um requinte de sadismo exposto publicamente. Com aquele ar taticamente modesto, falso, Portas estava  cheio com aquela nomeação para primeiro ministro plenipotenciário. A renovação dos votos acabou sem beijo na boca.
Quem acredita neste casamento que levante o dedo. Mas apesar de tudo será quase impensável que o velho de Belém se dê ao incômodo de não apadrinhar este casamento fora de prazo e queira substituir os votos renovados por votos contados. Mas nunca se sabe, eles andam à procura de deixar uma imagem na História e, às vezes, são imprevisíveis. Mas isto deve ser um desejo pessoal.

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