As cidades americanas têm todas aquela ilha central com uns prédios de vidro muito altos, numa aspiração de chegar ao céu ainda na terra. São, invariavelmente, os edifícios dos bancos e de algumas grandes empresas. Depois têm um imenso mar de casas baixinhas espraiando-se por milhas e milhas a toda a volta. São as que não resistem aos tufões. A ilha fica vazia à noite, de luzes acesas para afastar os fantasmas, rodeada de uma realidade imensa que respira a toda a volta. Nos postais ilustrados é sempre o Financial District e a Downtown que vemos, de tal forma que, para a generalidade das pessoas, Nova Iorque é quase sempre imaginada como a parte sul de Manhattan. É assim no mundo... das aparências. Depois há Bronx, Queens e tudo o resto muito grande, muito maior. Na verdade.
Por cá também andam uns cavalheiros que sonham construir um país para porem num postal ilustrado chamado Portugal modernizado. Para isso precisam de arrasar toda a pequena empresa, criar um desemprego ENORME (como diria um deles abrindo bem os olhos no meio das enormes olheiras e franzindo a testa), facilitando uma mão de obra cada vez mais barata para ser absorvida pelas grandes empresas modernas a preço de saldo. Teriam, finalmente, realizado o seu sonho de modernidade e obtido a foto para o postal. No seu fanatismo estão convencidos que só há um caminho. Enganam-se porque há sempre um outro ao lado, geralmente em sentido contrário. Estes tipos satisfazem-se com a imagem, alienados que estão da realidade, centrados nas grandes organizações (tantas vezes de malfeitores) ignorando, ostensivamente, os que apelidam de colaboradores.
Teremos de ser todos a cair na real e a dizer que não colaboramos! Nós trabalhamos. É urgente organizar este combate, surgir uma liderança esclarecida com um projeto claro e alternativo baseado na realidade.
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