A democracia manifesta-se pela existência de opiniões divergentes, mas não só. Às vezes são mesmo antagónicas. Não é, pois, sequer decente convidar para acordos, quem, à partida se sabe não estar de acordo com o que se lhe propõe, expressas que têm sido as suas posições reiteradamente. Foi isso que fez Sócrates antes de fazer um governo minoritário. É isso que o PS agora fez. Tanto um como outro fizeram-no para português ver, não que tivessem qualquer ilusão de resultados práticos, além de arranjarem um argumento que, de certa forma, compense aquilo que pensam ir fazer. Não faltará muito para sugerirem que, na impossibilidade de dialogar à esquerda e perante o «interesse nacional», acabam por se aliar à direita?
Esquecem-se da verdadeira alternativa, se fossem de esquerda, realmente. Contudo, optar pela cavacal proposta tem um risco associado. É bem possível, que não saiam inteiros de tal consenso de salvação e, efetivamente, o resultado seja uma cisão por já não ser possível mais tolerar a cobardia. Isto é, pela salvação se atinge a morte. Ou talvez, impere o bom senso e disso seja já uma manifestação o anunciado sentido de voto a favor da próxima moção de censura. Ou será uma decisão revogável face a novas circunstâncias?
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