sábado, julho 06, 2013

Pimba

COM A VERDADE ME ENGANAS
Quanto mais ela me engana
Mais eu sou louco por ela
Quanto mais ela me foge
Ainda mais corro atrás dela
Quanto mais ela me afasta
Mais eu a quero abraçar
Quanto mais me diz que basta
Mais eu a quero beijar
REFRÃO:
O nosso caso é uma novela
Vivo enganado mas gosto dela
E qualquer dia eu sei que sim
Que vai ser ela a andar atras de mim
Quanto mais ela me engana
Mais eu acredito nela
Quanto mais ela me trama
Menos faço por esquecê-la
Quanto mais me diz mentiras
Mais eu penso que é verdade
Quanto mais coisas me tira
Mais lhe dou minha amizade
REFRÃO
Quanto mais ela me trai
Mais mantem acesa a chama
Ela diz-me "tudo bem"
Com a verdade me engana
Tony Carreira e o gozo do engano a propósito desta semana trágico-cómica.
Vamos ter um novo governo com os mesmos do velho, mais coisa menos coisa. Desta vez e inovando em relação à história a que estamos habituados, não perdendo tempo mudando os atores principais por outros seus iguais, usam os mesmo com ideias «corrigidas». Estragam-se menos casas. Fizeram um curto retiro, meditaram e aí vêm eles, cheios de santidade, resolver tudo aquilo que andaram, nos dois últimos anos, a destruir. É a assunção do gozo do engano ou o desprezo pela capacidade de pensar dos enganados. Mas possivelmente até terão razão porque o gozo de serem enganados é coisa que os portugueses têm exaustivamente demonstrado nos últimos anos, esquecendo a sabedoria do poeta que há tanto tempo nos ensinou que toda a  vida era feita de mudança. Mas isso era em tempo de descobertas e grandeza, não da pequenez satisfatória. Agora, não arriscam, andam em círculos, deste para aquele, naquele gozo de alterne que a nada leva. Pimba.
E o chato nisto tudo é a falta de mercado: aos cidadãos deveria ser possível escolher o seu país e pagar os seus impostos a quem melhor os servisse, divorciarem-se do país onde o acaso os fez nascer. Em resumo, o direito à lucidez.


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