terça-feira, novembro 28, 2006

A Baixa

Ir à Baixa é sempre regressar a um tempo distante, aquela fotografia de boné e gabardina tirada à la minute no passeio dos Restauradores e aos cromos que se trocavam nas escadas da Estação do Rossio, à subida ,Rua do Carmo acima, com falta de ar, até ao aerosol salvador do alergologista milagreiro que me espicaçava o antebraço.

Também às decorações de Natal bem mais discretas do que as bolas de agora. E havia menos homeless nos passeios. Vivemos num tempo de exuberância.

Hoje achei as ruas bem mais largas, a Sá da Costa e a Bertrand persistem em não sair do lugar. A raiva só surgiu quando vi o Lourenço e Santos substituído por uma qualquer loja Calzedonia e, claro, mas essa já tinha dado conta noutras idas, a loja dos brinquedos onde tantas vezes encostei o nariz para sonhar substituída nem sei bem por que coisa. Ainda não consigo olhar direito para os invasores. Mas a Estação do Rossio foi lavada e está bem bonita até que a poluição uma vez mais a pinte de negro.





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