Uma semana razoável. Não só os Republicanos começaram a ser despedidos lá no grande Império, como, por aqui, algo timidamente, Sócrates esboça algum controlo sobre a banca. Aparentemente, muito tímido, mas o suficiente para eriçar João Salgueiro que o vem chamar de peronista. Só pela reacção parece poder ter algum significado, o suficiente para se esperar para ver o que dá. No fundo, o mais provável, é que seja apenas o meu desejo de viver no país mais limpo.
Tive a dose mínima possível do Congresso de Obesidade. Correu bem. Além de ter contribuído para que os participantes votassem (61% no final do debate) pelo não uso de fármacos no tratamento da obesidade, libertei-me da ligação à direcção da SPEO. Três anos foi tempo suficiente para perceber que a luta contra a obesidade tem de ser ganha fora dos conflitos de interesse, e a SPEO, como a maioria das sociedades científicas está amarrada aos financiamentos da indústria, o que de uma forma ou de outra sempre acabará por condicionar a sua acção. Para a tornar verdadeiramente independente será necessário criar fontes de financiamento alheias, o que até pode ser possível, mas está além da minha disponibilidade em termos de actividade possível a custo zero.
Foi também positivo verificar que o Ambulatório começa a acalmar e que é possível reforçar muito em breve a qualidade.
Por fim, as aulas de Gestão começam a ser instantes de bem-estar. Sabe bem aprofundar ideias e ir além do que se acha, começar a ter-se uma visão mais abrangente e séria das coisas com que estou a lidar todos os dias. A percepção dos fundamentos da mudança do mundo ajuda a encontrar melhores caminhos para nele se estar.
Bom entender as diferenças entre chefia e liderança percebendo que sem uma e sem a outra se vive na anarquia; entender que nos sistemas onde estou, um dos grandes problemas é a atribuição de direcção apenas por critérios, presumivelmente, técnicos, quando se pode ser um técnico excelente e ser-se absolutamente incapaz de liderar.
Compreender melhor a génese do SNS, perceber que ainda é um jovem adulto, que gasta quase 7,2% do PIB e quais as medidas de contenção de despesas. Estou, é verdade, a ser informado por uma informação classista, mas vai dar-me jeito conhecer esta argumentação para definir estratégias, possivelmente, mais justas.
Uma nota negativa na semana: Em Paris,dirigido por Christophe Honore (ponho aqui o nome para ter cuidado da próxima vez), um filme insuportável de feio. Quando o crítico escreve «Será mesmo possível que uma história de amor nos faça saltar de uma ponte?» isso é um aviso ao espectador menos forte emocionalmente. Mas o filme não merece que se morra por ele, apenas que se passe ao lado.
2 comentários:
"Volver"... isso sim é um filme mto bom, devias ter ido connosco :p
Se me tivesses perguntado o que achava do "franciú" nem ao lado terias passado... fugias para bem longe dele ;)
que fique bem claro: eu gostei. podem sempre ir ver para perceberem a diferença entre XX e XY
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