" Vivo numa casa muito pequena, mas as minhas janelas dão para um mundo muito grande."
Confúcio ( 551 - 479 a. C. )
Vou lembrar-me desta exposição de Amadeo, não tanto pelos quadros que vejo, mas pela entrada na exposição. Uma fila! Num país onde as filas costumam ser apenas no trânsito, fico satisfeito por esperar, imaginando que o interesse por estas coisas está a aumentar. Rapidamente (a fila também não era assim tão grande) surge a explicação para o entupimento. Por motivos de segurança, as senhoras não podem entrar com malas de mão!!! Isso mesmo, não se trata de mochilas ou guarda-chuvas, malas de mão mesmo que pequenas, mínimas mesmo. O funcionário da empresa de segurança esclarece que se trata de uma norma determinada pelo valor da obra exposta. Amadeo Souza Cardoso é, como se sabe um pintor de obras valiosas. Vai daí, toda a gente tem de entrar de mão e ombros a abanar. O presumível responsável desta situação chama-se Paulo Salgueiro. Já o imagino a organizar a segurança de uma exposição de Van Gogh ou Picasso. De certeza que obrigará os visitantes a entrarem nus.
Depois, olhando os quadros, fico com a impressão de que Amadeo fez aquilo que os portugueses para serem grandes (na sua terra) devem fazer, emigrar. Quanto ao que vi não me parece ser assim tão grande. Viveu num tempo de originalidade, viu a pintura que se fazia em Paris e integrou-se. Depois colocou umas casinhas de aldeia dentro dos quadros e essa parece-me ser a sua diferença. Tudo o mais já tinha visto em muitos outros. O resto é a histório do peixe e do aquário. Pode ser-se um peixe pequeno em aquário grande, ou tendo o mesmo tamanho, pode ser-se um grande peixe em aquário pequeno. A dimensão é a mesma quando se é pequeno. Tudo é relativo, mas a pequenez pode sufocar.
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