sexta-feira, janeiro 20, 2006

Resistir!

A casa era grande e pobre o candidato. Ainda assim, não faltaram os amigos, com a tristeza compreensível da ausência dos muitos que se imagina existirem. Não havia bifanas, nem vinho tinto, nem autocarros. Assim, a casa fica demasiado grande. Mas candidato pobre em vez de dar, pedia. Pedia 10 euros pela entrada. E ainda assim, sem atocarros, sem bifanas e sem vinho tinto, tinha ali os amigos que acreditam. Amigos sem faixas impressas em agências publicitárias, com boas cores e letra de forma. Como dantes, as palavras iam escritas com letras a preto com a tinta escorrida. Escritas militantemente.
Só isso valeu a pena. E eu dei comigo, quase 30 anos depois a ir a um comício. Já valeu a pena. Esperemos por domingo à noite. Desistir seria grande falta de educação!
Desejos de um fim-de-semana o mais ALEGRE possível.
Citação:


«Que o poema vista de domingo cada dia

e atire foguetes para dentro do quotidiano.

Que o poema vista a prosa de poesia

ao menos uma vez em cada ano.

Que o poema faça um poeta de cada

funcionário já farto de funcionar.

Ah que de novo acorde no lusíada

a saudade do novo o desejo de achar.

Que o poema diga o que é preciso

que chegue disfarçado ao pé de ti

e aponte a terra que tu pisas e eu piso.

E que o poema diga: o longe é aqui.»


Deram-me ontem a bandeira que quero agitar domingo à noite. Vamos a isto!

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