domingo, janeiro 01, 2006
Nuvens (exactamente como noutros dias)
Tolerar-se-á a recorrência da mentira pela incapacidade de aceitar a verdade, a realidade do dia-a-dia. Dá, assim, jeito fixarmo-nos nestas circunstâncias circulares dos tempos e imaginar recomeços, no que na verdade são continuações. Nada de substancial acontece que motive os clarões de luz na noite entre Dezembro e Janeiro. Apenas a ilusão de que se carece, para a dor dos dias ser, episodicamente, aliviada. De outro modo, apenas os rubicundos rostos dos Casinos sorririam no aplicar das marteladas nas carecas dos vizinhos e a Praça do Comércio estaria praticamente vazia. Hoje, porém, faz-se um dia de pausa, o que já é de saudar.
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