Acho sempre comovente esta preocupação com a necessidade de manter a influência portuguesa nas decisões das empresas importantes. Primeiro, privatizam, depois entusiasmam-se (para não dizer que dão outras coisas) com a economia global, a livre concorrência e outros mitos de que tanto gostam, depois invocam os santos porque há trovoada. Se há empresas de sectores estratégicos que devem manter-se sob orientação nacional, o caminho é simples, garantir capital maioritariamente do Estado.
A independência depende da capacidade de decisão e esta da posse dos bens. Em troca de migalhas, como no século XIV, uma burguesia sem princípios nem pátria, nega o Estado em benefício próprio, ao sabor das conveniências (basta lembrar a história do Totta e Champallimaud).
Vai ter novamente que ser a arraia miúda a matar os novos Andeiros. As independências hoje, não se definem por linhas de fronteiras terrestres, mas mais por conceitos de evolução histórica. Patriota, da minha pátria, é quem puser areia nas engrenagens do liberalismo, quem o conseguir fazer gripar. Esse é o caminho. Ainda temos algumas acções no Estado, nas empresas mandam os accionistas que não somos. Garantir o Estado é a melhor forma de preservar a independência, isto é, a nossa capacidade de decidir.
2 comentários:
Quando li o titulo pensei que o alvo iria ser o Presidente Sampaio... enganei-me :)
Não, os alvos estão bem identificados. Pelo menos, por mim,que sei bem sobre quem atiro. E nem atiro sobre pessoas, mas sobre os interesses que lhes estão por trás... (a fazer aumentar as receitas das suas campanhas). Eles estão ocultos, mas que los hay, los hay...
Enviar um comentário