terça-feira, janeiro 03, 2006

EDP

Acho sempre comovente esta preocupação com a necessidade de manter a influência portuguesa nas decisões das empresas importantes. Primeiro, privatizam, depois entusiasmam-se (para não dizer que dão outras coisas) com a economia global, a livre concorrência e outros mitos de que tanto gostam, depois invocam os santos porque há trovoada. Se há empresas de sectores estratégicos que devem manter-se sob orientação nacional, o caminho é simples, garantir capital maioritariamente do Estado.
A independência depende da capacidade de decisão e esta da posse dos bens. Em troca de migalhas, como no século XIV, uma burguesia sem princípios nem pátria, nega o Estado em benefício próprio, ao sabor das conveniências (basta lembrar a história do Totta e Champallimaud).
Vai ter novamente que ser a arraia miúda a matar os novos Andeiros. As independências hoje, não se definem por linhas de fronteiras terrestres, mas mais por conceitos de evolução histórica. Patriota, da minha pátria, é quem puser areia nas engrenagens do liberalismo, quem o conseguir fazer gripar. Esse é o caminho. Ainda temos algumas acções no Estado, nas empresas mandam os accionistas que não somos. Garantir o Estado é a melhor forma de preservar a independência, isto é, a nossa capacidade de decidir.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando li o titulo pensei que o alvo iria ser o Presidente Sampaio... enganei-me :)

FB disse...

Não, os alvos estão bem identificados. Pelo menos, por mim,que sei bem sobre quem atiro. E nem atiro sobre pessoas, mas sobre os interesses que lhes estão por trás... (a fazer aumentar as receitas das suas campanhas). Eles estão ocultos, mas que los hay, los hay...