O ministro veio hoje dizer-nos que daqui para a frente tudo vai ser diferente. Como na cantiga. Veio dizer que sabe ouvir, mas na hora de decidir, é ele quem o faz. Diz ele, porque em democracia tem capacidade de decidir quem o povo elegeu. Irrepreensível em tese. Mas não poderá esquecer-se que na tal democracia, há igualmente o dever de cumprir o programa que determinou a escolha, porque nem queira saber como reagem os enganados. E como a história recente bem tem mostrado, os eleitos de hoje, são os demitidos de amanhã. A memória às vezes é curta, mas a capacidade de reacção é a última a morrer.
Depois, subitamente, na cerimónia que já estava a ser chata, acordou a sala. Informa-nos que andam a ameaçar o Conselho de Administração!! Ele sabia muito bem que essa ia ser a notícia. Teria sido necessário ser o Ministro a dá-la? Com esta saída, penso que saberia que ninguém mais iria discutir a EPE (ainda não sei se o E primeiro, é de entidade ou empresa, ou se isso tem alguma diferença...). Logo, nas notícias era o crime prometido e anunciado por ele, que iria ser a notícia. Perdeu-se assim a oportunidade de divulgar o significado da sigla e, fundamentalmente, explicar qual a diferença que se anuncia e que assim continua promessa oculta em nevoeiro. Mas mais grave, atirou para o ar uma suspeita que recai sobre mais de 5000 funcionários. Noutras ocasiões partiu cadeiras, hoje mostrou um estilo tipo 24 horas, cheio de pressa de fazer notícia, quando a verdadeira só o será quando a Polícia nos contar o que se passou. Julgo que não haveria necessidade e foi gratuito. Ou haverá algo de mais maquiavélico por trás deste incidente? Estará a preparar alguma para o que necessita de ter algum clima propício?
Estariam cerca de 300 pessoas na sala, logo, gastaram-se 300 horas mais coisa menos coisa? Será que valeu a pena?
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