sábado, julho 30, 2005

Um homem não se rende

Só porque há outra maneira de fazer as coisas e nós merecemos mais do que aquilo que agora nos dão, era importante que avançasse. Porque nem só de dinheiro se vive, precisamos muito mais de poesia do que de economia, de discurso épico do que de discurso tecnocrático. De chatos e deprimidos, escondidos não se sabe bem de quê, já temos que chegue.
Até Soares já tivemos e o que se promete é mais do mesmo. É isso, que prenuncia a romagem pela finança que o homem anda a fazer. Compromissos que têm preço. Por isso é que Alegre devia avançar. Nem que seja só para termos alguns dias de pedagogia de outra forma de estar, como, aliás, aconteceu nas eleições do PS. O país precisa de gente que não se rende ao politicamente correcto e que ousa desafiar as sondagens, porque tem ideias. É de ideias que estamos carentes, não de tácticas.
«Ah não me peçam pra esperar que só de esperar
eu desespero e a esperança já não basta
que já não posso já não posso suportar
nem os velhos que me falam da virtude
nem os novos que começam a ser velhos
E se a revolta (dizem) é juventude
eu vos digo que há um tempo de acabar
com este tempo que se gasta e que nos gasta.
Altas são as montanhas. E as águas do mar são vastas.
Partir ou não partir. De qualquer modo ousar.
Pois o tempo é de agir. E as palavras estão gastas.»
(em Um barco para Ítaca)

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