quinta-feira, julho 07, 2005

Hoje, Londres

A única certeza é que irá continuar a acontecer. Os motivos e as motivações de quem os faz são estranhas. É uma linguagem diferente de quem, vivendo em épocas diferentes, se encontra no mesmo espaço, se não tolera, possivelmente, porque, no diálogo necessário, mais importante do que o espaço que habitam ,é o tempo a que pertencem. Viajamos no espaço, mas não conseguimos ainda viajar no tempo. Por isso, o diálogo entre a contemporaneidade e a idade Média se torna impossível. Possivelmente, ao Ocidente, mais do que perseguir e destruir o espaço deles, restará a tentativa de lhes acelerar o tempo, trazê-los para uma época mais próxima, menos obscurantista. É um grande esforço de investimento, mas perfeitamente inevitável, porque é impossível a coexistência em tempos diferentes, habitando o mesmo espaço. A religião é, claramente, o ópio de todos os povos. Dramático seria recuarmos no tempo, no reforço de outros fanatismos de sinal contrário. O desenvolvimento económico será sempre o fim das religiões porque nos dá a esperança de vida em vida e acaba com esperanças só possíveis além da morte. O caminho será, pois, de aproximação, de elevação de condições de vida que destruam todos os deuses em nome de quem se morre.
De outra forma, hoje Londres, ontem Madrid e Nova Iorque e amanhã muitos mais sítios, de forma inesperada e súbita surgirão. Diariamente, o Iraque.
Não se pode continuar seguro num mundo em que as disparidades gritam. Há, certamente, caminhos que nos conduzem a novos amanheceres. É por aí que temos de ir.

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