terça-feira, janeiro 30, 2024

 MORTE DA ROTINA (NA FORMA TENTADA)

Não haverá, talvez, dias iguais. Para que serviriam os dias iguais? Os dias mudam e neles nos mudamos também, como propôs um dia Heraclito. Mas também pode a sensação da mudança ser ilusória (Parménides). E nisto andamos há mais de 2000 anos.
Descendo à terra e sendo mais objetivos, olhamos a vida como uma finita sucessão de dias e lamentamos a existência de dias iguais ou da rotina, porque estar em dias onde já se esteve nada acrescenta aos dias. É como se desses dias não tivéssemos saído. A vida igual torna-se, dessa forma, mais curta por muitos que sejam os dias. Precisamos, pois, de criar dias novos por uma questão vital. A alternativa é continuar-se igual, na mesma água do rio, deslizando nela sendo-se arrastado, apenas se mudando de lugar, o que possivelmente já é bastante para se estar diferente. De uma maneira ou de outra, a mudança impõe-se. É a vida.

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