segunda-feira, janeiro 15, 2024

 5

5 é o número de hoje, mas o relatório da OXFAM 2024 (https://www.oxfam.org.au/.../INEQUALITY-INC-Oxfam-Report...) tem mais números:
Desigualdade em números
• Desde 2020, e o início desta década de divisão, os cinco homens mais ricos do mundo viram suas fortunas mais do que dobrar, enquanto quase cinco bilhões de pessoas viram sua riqueza cair.8
• Se cada um dos cinco homens mais ricos gastasse um milhão de dólares americanos diariamente, eles levariam 476 anos para esgotar sua riqueza combinada.9
• Sete em cada dez das maiores corporações do mundo têm um CEO bilionário ou um bilionário como seu principal acionista.10, 11
• Globalmente, os homens possuem US$105 trilhões a mais em riqueza do que as mulheres - a diferença de riqueza é equivalente a mais de quatro vezes o tamanho da economia dos EUA.12
• Os 1% mais ricos do mundo possuem 43% de todos os ativos financeiros globais.13
• Os 1% mais ricos do mundo emitem tanta poluição de carbono quanto os dois terços mais pobres da humanidade.14
• Nos EUA, a riqueza de uma família negra típica é apenas 15,8% da de uma família branca típica.15 No Brasil, em média, os brancos têm renda mais de 70% maior do que a dos afrodescendentes.16
• Apenas 0,4% das mais de 1.600 maiores e mais influentes empresas do mundo estão comprometidas publicamente em pagar um salário digno a seus trabalhadores e apoiar o pagamento de um salário digno em suas cadeias de valor.17
• Levaria 1.200 anos para uma trabalhadora do setor de saúde e social ganhar o que um CEO nas maiores empresas Fortune 100 ganha em média em um ano.18
Esta é a consequência do modelo de desenvolvimento capitalista dominante. MAS ISTO NÃO É UMA INEVITABILIDADE, tem de haver alternativas! É preciso procurá-las e não continuar a ser enganado pelas mentiras das direitas. O relatório aponta algumas medidas que deveriam constar dos programas dos governos que se elegem. É um pouco longo, mas vale a pena:
''1. REVITALIZAR O ESTADO. Um Estado forte e eficaz é o melhor baluarte contra o poder corporativo. Ele é um provedor de bens públicos; um criador e modelador de mercados; um corretor de falhas de mercado; e um proprietário e operador de empreendimentos comerciais nacionais, respondendo por até 40% da produção doméstica mundial em 2018.80 OS GOVERNOS precisam assumir um papel proativo na moldagem de suas economias para o bem comum. Eles DEVEM:
• GARANTIR SERVIÇOS PÚBLICOS que combatam a desigualdade, INCLUINDO SAÚDE, EDUCAÇÃO, SERVIÇOS DE CUIDADO E SEGURANÇA ALIMENTAR.
• INVESTIR EM TRANSPORTE PÚBLICO, ENERGIA, HABITAÇÃO E OUTRAS INFRAESTRUTURAS PÚBLICAS.
• Explorar um monopólio público ou uma opção pública em setores que são propensos ao poder de monopólio e fundamentais para enfrentar a desigualdade extrema e promover uma transição rápida para longe dos combustíveis fósseis. Estes poderiam incluir ENERGIA PÚBLICA, TRANSPORTE PÚBLICO (onde os custos de investimento em infraestrutura significam que só pode haver um provedor eficiente) e outros setores onde há um benefício nacional significativo.81
• MELHORAR A TRANSPARÊNCIA, A PRESTAÇÃO DE CONTAS E A SUPERVISÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS (incluindo as empresas estatais).
• Fortalecer, FINANCIAR E DOTAR DE PESSOAL A CAPACIDADE REGULATÓRIA para fazer cumprir as regulamentações que garantam que o setor privado sirva ao bem comum.
2. REGULAR AS CORPORAÇÕES Os governos precisam usar seu poder para conter o poder desenfreado das corporações e prevenir injustiças em suas cadeias de fornecimento, nacional e internacionalmente. Eles devem:
• QUEBRAR OS MONOPÓLIOS PRIVADOS E LIMITAR O PODER CORPORATIVO. Os governos podem aprender com os casos atuais de antimonopólio, como os dos EUA e da Europa, e com as lições da história onde a concentração de riqueza foi combatida com sucesso.82 Eles também devem acabar com o monopólio sobre o conhecimento, democratizando o comércio e acabando com o abuso das regras de patentes (por exemplo, da Big Pharma sobre os medicamentos) que impulsionam a desigualdade.
• • EMPODERAR TRABALHADORES E COMUNIDADES. As CORPORAÇÕES DEVEM PAGAR SALÁRIOS DIGNOS e se comprometer a garantir a justiça climática e de gênero: pagamentos de dividendos e recompras de ações devem ser proibidos até que isso seja garantido. OS SINDICATOS DEVEM SER APOIADOS, PROTEGIDOS E INCENTIVADOS. A REMUNERAÇÃO DOS CEOS DEVE SER LIMITADA. Os governos devem introduzir medidas legalmente vinculantes para garantir os direitos das mulheres e dos povos racializados, e para garantir a devida diligência obrigatória em direitos humanos e ambientais.
• AUMENTAR RADICALMENTE OS IMPOSTOS SOBRE AS CORPORAÇÕES E OS RICOS INDIVÍDUOS. Isso inclui um imposto permanente sobre a riqueza e um imposto permanente sobre os lucros excessivos. O G20, sob a liderança brasileira, deve defender um novo acordo internacional para aumentar os impostos sobre a renda e a riqueza dos indivíduos mais ricos do mundo.
3. REINVENTAR OS NEGÓCIOS
OS GOVERNOS PODEM USAR SEU PODER PARA REINVENTAR E REORIENTAR O SETOR PRIVADO. Eles devem:
• Usar todo o seu poder para criar e promover uma nova geração de empresas que não colocam os acionistas em primeiro lugar - incluindo cooperativas de trabalhadores e locais, empresas sociais e negócios de comércio justo - que são
propriedade e governados no interesse dos trabalhadores, das comunidades locais e do meio ambiente. Negócios competitivos e lucrativos não precisam ser acorrentados pela ganância dos acionistas.
• FORNECER APOIO FINANCEIRO A NEGÓCIOS EQUITATIVOS. Eles também podem usar instrumentos econômicos como impostos e outros como compras públicas para priorizar modelos de negócios equitativos. Nenhuma ajuda econômica ou contrato governamental deve ser dado a empresas que não estão cumprindo suas metas de emissão zero, pagando salários abaixo do mínimo digno ou sonegando impostos.''

Sem comentários: