Nesta coisa dos desejos e votos de Ano Novo, assim de repente, parece-me que ganha a saúde. A paz também não estará mal classificada e, às vezes, há os mais realistas a falar de dinheiro. Há também uns manhosos e jovens liberais que desejam boas realizações. Suponho que estão a falar de comissões e coisas do género, ou seja, de mais uns pontos percentuais de aumento na folha de Excel. São os que querem subir sempre, todos os anos, a gerar valor para o acionista. De tanto subirem, os pés vão descolar um dia do chão e o risco de queda séria é real. Curiosamente, o antigo desejo de prosperidade está quase desaparecido. Será que isso traduz o conformismo com a crise permanente? As expectativas andam por baixo. Mas o mais estranho e inquietante é a quase ausência do Amor nos desejos. Se pensarmos que não é um bem tão universalmente distribuído, fica-se a pensar que a omissão possa traduzir desilusão e desistência.
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