quinta-feira, janeiro 04, 2024

PAROLE

Hoje aconteceu, a acompanhar o esparguete com gambas, ouvir ao almoço música italiana, daquela que existia antes da colonização cultural da Europa. Houve um tempo em que em Itália, França e até no Reino Unido nasciam canções e se fazia cinema de grande qualidade. Depois o rolo compressor das audiências impôs-se e o santo mercado com o critério único da quantidade e das vendas matou as Gigliola Cinquetti, os Nicola di Bari e os Gianni Morandi de Itália e os Jacques Brel, Aznavour, Brassens, Leo Ferré, Ferrat e tantos outros em França. Dominados pelos critérios americanos, a Europa desistiu, parou, rendeu-se. Ainda se fosse em nome de um mundo melhor seria aceitável o sacrifício, mas o que obtivemos em troca foi apenas conteúdo oco e alienação onde as ideias foram espezinhadas pelo poder dos milhões de dólares das indústrias do entretenimento. O dito mundo livre, ditou a sua lei e impôs o seu modelo vazio. O tal cheio de virtudes ocidentais que poderá levar Trump de novo ao poder, eleito democraticamente, como dizem. Parole, parole.

Foi um misto de saudade e revolta que me aconteceu ao almoço.

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