MORTE DA ROTINA (NA FORMA TENTADA)
terça-feira, janeiro 30, 2024
segunda-feira, janeiro 29, 2024
ANESTESIA OCULTA
domingo, janeiro 28, 2024
É ESTRANHO
sábado, janeiro 27, 2024
DO REGISTO E DA MENTIRA
sexta-feira, janeiro 26, 2024
MAIS OU MENOS
terça-feira, janeiro 23, 2024
A CAMA
sábado, janeiro 20, 2024
O TRIUNFO DOS BIMBOS
sexta-feira, janeiro 19, 2024
A SECA DA CHUVA
quinta-feira, janeiro 18, 2024
O OTIMISTA
quarta-feira, janeiro 17, 2024
O DISTRAÍDO
segunda-feira, janeiro 15, 2024
TEXTO EM BRANCO
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sábado, janeiro 13, 2024
‘’VEMOS, OUVIMOS E LEMOS, NÃO PODEMOS IGNORAR’’
quarta-feira, janeiro 10, 2024
segunda-feira, janeiro 08, 2024
A REVISÃO ANUAL
sábado, janeiro 06, 2024
Pequenos diálogos
Ia animada a conversa sobre roubos de telemóveis sempre a aumentar devido à vinda dos imigrantes, claro. «Já passou no Martim Moniz? Qualquer dia nem a polícia lá entra.» O Sr. Manuel dono da mercearia onde vou fazer pequenas compras no comércio local, parece que vai ter de substituir o sapo que tem à porta por outro bicho mais abrangente, porque agora a culpa dos males do mundo já não é só dos ciganos. Abandonei a superioridade moral e o desprezo que às vezes se tem perante a cultura dos leitores do Correio da Manhã e fui à luta manifestando a minha gratidão aos novos ‘’invasores’’ por me assegurarem a reforma que recebo todos os meses e também a não contração da população do país e a sua contribuição para a atenuação da inversão da pirâmide etária. Ao menos quebrou aquele sentimento de impunidade que começa a reinar na afirmação do disparate xenófobo. Calaram-se com algum ar de espanto, pagaram e saíram da loja. Ao Sr. Manuel ainda disse, que mais grave que o roubo dos telemóveis (serão mesmo os imigrantes que os fazem?) são os roubos legais que os bancos nos fazem. Concordou comigo e sorrimos com alguma cumplicidade, desejando um ao outro um bom fim de semana. No comércio local há estes tempos de diálogo.
sexta-feira, janeiro 05, 2024
CADA VEZ MAIS POBRES, DIZEM OS RICOS
Introdução: Portugal cada vez mais pobre, dizem. Já fomos ultrapassados pela Eslovénia, Malta, Chéquia, Eslováquia, Lituânia, Estónia, Polónia, Hungria. Visitei alguns desses países e, sinceramente, fiquei com dúvidas.
quinta-feira, janeiro 04, 2024
PAROLE
Hoje aconteceu, a acompanhar o esparguete com gambas, ouvir ao almoço música italiana, daquela que existia antes da colonização cultural da Europa. Houve um tempo em que em Itália, França e até no Reino Unido nasciam canções e se fazia cinema de grande qualidade. Depois o rolo compressor das audiências impôs-se e o santo mercado com o critério único da quantidade e das vendas matou as Gigliola Cinquetti, os Nicola di Bari e os Gianni Morandi de Itália e os Jacques Brel, Aznavour, Brassens, Leo Ferré, Ferrat e tantos outros em França. Dominados pelos critérios americanos, a Europa desistiu, parou, rendeu-se. Ainda se fosse em nome de um mundo melhor seria aceitável o sacrifício, mas o que obtivemos em troca foi apenas conteúdo oco e alienação onde as ideias foram espezinhadas pelo poder dos milhões de dólares das indústrias do entretenimento. O dito mundo livre, ditou a sua lei e impôs o seu modelo vazio. O tal cheio de virtudes ocidentais que poderá levar Trump de novo ao poder, eleito democraticamente, como dizem. Parole, parole.
quarta-feira, janeiro 03, 2024
SOS SNS
Na terra dos apaixonados que nunca experimentaram, ouvimos as opiniões que têm, só porque lhes contaram. São crentes, sempre prontos a espalhar a fé que lhes pregam. E fazem-no com a convicção dos pregadores, por exemplo, daquelas que de microfone apertado na mão ali à porta das urgências dos hospitais anunciam a sua verdade, gritando mais do que muitas parturientes no ato que as levou ali. Lá dentro há a tranquilidade com que agora se resgata o que esteve guardado nove meses e que até já parece rir pelo meio de algum choro que anuncia vitalidade. Mas à porta da urgência a gritaria é aflita. Não sei quantas horas de espera, aqui 15, no Porto são só 2. Até dá para apanhar o Alfa e ir à invicta, carago!
terça-feira, janeiro 02, 2024
DESEJOS
Nesta coisa dos desejos e votos de Ano Novo, assim de repente, parece-me que ganha a saúde. A paz também não estará mal classificada e, às vezes, há os mais realistas a falar de dinheiro. Há também uns manhosos e jovens liberais que desejam boas realizações. Suponho que estão a falar de comissões e coisas do género, ou seja, de mais uns pontos percentuais de aumento na folha de Excel. São os que querem subir sempre, todos os anos, a gerar valor para o acionista. De tanto subirem, os pés vão descolar um dia do chão e o risco de queda séria é real. Curiosamente, o antigo desejo de prosperidade está quase desaparecido. Será que isso traduz o conformismo com a crise permanente? As expectativas andam por baixo. Mas o mais estranho e inquietante é a quase ausência do Amor nos desejos. Se pensarmos que não é um bem tão universalmente distribuído, fica-se a pensar que a omissão possa traduzir desilusão e desistência.
segunda-feira, janeiro 01, 2024
VOTOS DE ANO NOVO
Quem diz isto, é alguém que dentro de horas passará pela septuagésima vez de um Ano Velho para um Ano Novo. Ao fim de 70 vezes, já dá para perceber que a maior parte do novo será apenas mais do velho e, por isso, não há grandes expectativas de novidades surpreendentes. Afinal as guerras irão continuar, mesmo que acabem algumas e surjam novas, a maioria dos companheiros de jornada continuará apenas a sobreviver, mesmo que uns poucos, com mais sorte, possamos continuar a viver, a saúde terá tendência a piorar porque a idade não perdoa, mesmo que transitoriamente possa melhorar e continuaremos a rir, mesmo que choremos algumas vezes. Setenta vezes depois, posso apenas desejar que tenham vontade de celebrar todos os dias novos sem vontade de perder tempo com o passado. Pensar o passado é um exercício inútil, pois não quereremos repetir as coisas más e, mesmo as coisas boas que aconteceram, já passaram e só nos resta fazer outras tão boas ou melhores do que essas. Regressemos ao futuro, porque o passado está morto. No próximo abril terão passado 50 anos em que mudou a vida de quase todos. Que o próximo março, não estrague o que abril abriu. Juntem os vossos aos meus votos e o sol brilhará para todos nós.