Há vários anos que aquele nódulo lhe deforma o pescoço. Mais de 6 cm de diâmetro de nódulo tóxico com que lida muito bem, com os comprimidos que lhe pararam o emagrecimento, as tremuras e os suores. Está tudo perfeito, a vida corre bem lá no seu Alentejo. Melhor seria que o hospital não tivesse passado a SA. Agora tem de haver registos para fazer as análises. É assim que aumentam o número de consultas. Os «meus amigos do laboratório» agora não podem fazer as análises sem uma requisição. Para ter uma requisição tem de se marcar uma consulta. Não suporta estas burocracias dentro da sua forma de estar. Já nem quer lá ir. Agora, antes quer ir ao privado fazer análises. Então que sentido faz os «amigos» estarem a pedir-lhe aquelas coisas. Ele ia, tirava o sangue e depois trazia os resultados manuscritos num papel. Não, não consegue entender estas modernices.
Mesmo assim, lá se vai orientando. Análises seriadas. E está tudo bem. Para quê a cirurgia? Vamos lá andando mais algum tempo. Sempre mais algum tempo em cada consulta e já passaram quatro anos. «Não gosto do Bloco, sabe!»Até dá jeito vir a Lisboa, de tempos a tempos, ainda por cima à sexta-feira...
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