quinta-feira, março 17, 2005

Breve reflexão social sobre a obesidade

Morra a Marta, morra farta! Enquanto desesperam à procura de uma droga milagrosa que os deixe comer sem limites hamburgueres cada vez maiores, litros de coca-cola e baldes de pipocas, alguém os alerta para os riscos de morrerem mais cedo. Mesmo assim, ainda verão nisso um lado bom, algum alívio para o estrangulamento da Segurança Social...
Mas as estatísticas têm sempre este problema de igualarem o que é diferente. Nem todos os americanos vão ter a sua esperança de vida encurtada, porque a obesidade não é um fenómeno que afecte de igual forma todas as pessoas. É bem sabido que são os pobres, os mais afectados por esta praga, o que também não acontece por acaso. Sabe-se que os alimentos baratos são os de mais alta densidade calórica por serem ricos em açúcar e gordura. Isso torna-os mais apetecíveis e mais letais. Matar a fome fica mais barato com alimentos de pior qualidade e satisfazer o apetite mais caro com alimentos mais saudáveis. É assim que enquanto uns se satisfazem, outros engordam e se matam mais precocemente. Contrariamente ao que se pretende fazer crer, muitas vezes, a obesidade não é o resultado da falta de vontade, mas mais uma necessidade derivada das desigualdades existentes. Sempre os mesmos a pagar a factura de terem nascido no bairro errado.

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