Possivelmente é a memória que me trai, mas naquele tempo esta semana era dolorosa, quase havia um ar entristecido nas caras. Só domingo, o sorriso voltava de volta do borrego. Agora é mais tempo de ponte, de celebração, sai-se mais cedo à quinta-feira para ir a correr para a fila da auto-estrada, com a mesma emoção de todas as outras pontes que nos levam, afinal, a apenas mais uma semana. Tudo já passou e foi tão breve. Lembro-me, será verdade?, que a música era de Paixão.
Percebo que agora, nesta era de cultura de não sofrimento, seria aberrante. Deve ter sido por isso, que acabou. Agora vivemos a ditadura do fácil. A facilidade da intolerância face ao que não nos fazem e da enorme, infinita tolerância, da nossa falta de obra. E isto, que parece um lamento, nem o é. Apenas é uma dúvida, num dia de chuva que me lembrou outros dias lá muito longe em que, salvo o erro, estes dias eram cinzentos.
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