«É preciso fazer escolhas. Ninguém pode olhar para o lado face aos actuais problemas do país», declarou o líder socialista. Como poderia ter declarado qualquer outro político em campanha, independentemente do quadrante em que se situe. Fazer escolhas é o cerne das eleições. O país tem problemas? Já tinha dado para perceber. Olhar em frente? OK, mas também é conveniente olhar para o lado (evitar ser burro!), para ver quem temos ao lado e a quem teremos de recorrer, porque é preciso ouvir os outros.
Aos mesmos eleitores indecisos, José Sócrates disse depois que «o país tem de mudar, porque os últimos três anos foram maus demais». Será que foram só os últimos três? Tenho na ideia que outros diziam o mesmo há três anos e até resultou para eles, mas a coisa não melhorou. E como Sócrates também já disse, precisamos de outra coisa. Absolutamente, de acordo, desde que coisa não seja a coisa absoluta, a única coisa que percebi até agora no seu discurso.
«O voto no PS é seguro. É votar na confiança, na mudança, na estabilidade e no futuro de Portugal» Ainda ontem na beira da estrada a vendedora de lenha me dizia que não iria votar para não ter se se arrepender. As pessoas não querem praticar isso do voto seguro e realmente, a melhor forma de o voto ser seguro ainda será não haver maioria absoluta nenhuma e ter de haver diálogo. A sábia senhora é que sabe, isto o melhor é não dar confiança, nada de cheques em branco de que nos venhamos a arrepender depois. A nossa estabilidade e o nosso futuro dependem da capacidade que tenhamos de no dia a dia controlarmos os poderes que delegamos.
Um vazio enorme neste palavreado árido. Que longe está da conversa clara de outros que dizem claramente o que querem: emprego, serviço nacional de saúde, controlo de meios de produção fundamentais por parte do Estado, etc. E tudo isto com um sorriso e sem insultos e insinuações.
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