quarta-feira, dezembro 29, 2004

Forças do mal

Como sempre acontece, quando o mar bate na rocha, são sempre os mesmos que se lixam. Agora bateu bem forte e lá estão os mesmos de sempre. Sempre as mesmas vítimas, independentemente da força do mal que gerou a desgraça. Desta vez, a força do mal foi natural. Natural não foi a outra força do mal, que sabendo que a onda vinha aí com uma hora de antecedência, esperou três horas para dar a notícia, para avisar os mexilhões. Aparentemente, em nome da defesa da imagem do turismo tailandês. Esta gente que sempre se governa com e pelas imagens... O resultado são milhares de mortos, um número sempre a crescer que hoje chega já aos 70000 e amanhã, talvez, aos 100000. Curiosamente, 100000, o número que a Lancet publicou sobre mortos na guerra do Iraque, inspirada por outra força do mal, os chefes do Império.
Se as forças do mal são naturais, aceitam-se. Menos aceitável é a tolerância com que se encaram as outras, as anti-naturais, que se movem por interesses pequenos e que são tanto ou mais perniciosas que as primeiras.
Que tal fazer como este grupo de cidadãos britânicos que escrevem ao PM Blair pedindo responsabilidades?

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