domingo, setembro 14, 2003

Três reflexões sobre a natureza dos homens

1. Num acidente a mota é abalrroada. Fumega no chão. O objecto tinha acabado de sair do stand de vendas e teve o azar de encontrar um condutor meio distraído que não travou o carro a tempo. O motard inconsolável fumegava também e acabou por aliviar a sua tensão aos murros e pontapés no desgraçado do automóvel. Aceitamos amolgar mais facilmente uma pessoa que o nosso objecto de estimação.
2. O que acontece quando um cão assalta a travessa dos bifes? Um grande grito para minimizar os estragos e possivelmente uma vergastada condicionadora. Isto é, um acesso de raiva momentâneo, justificado. Dentro de 24 horas, tudo está esquecido e o bicho volta a ter as festas do costume. E se formos roubados, por um amigo? Contentar-nos-emos com a penalização legal? Será que lhe vamos perdoar alguma vez? Porque será mais fácil perdoar aos animais que aos nossos semelhantes?
3. O Paulo Portas voltou a falar. E descobriu que a causa do desemprego em Portugal são os imigrantes. Claro, os pretos, não é PP? Assim que os conseguir mandar para África vamos deixar de ter desemprego, vai haver uma corrida para as carrinhas paradas junto ao Colombo a contratar pessoal para as obras às 7 e meia da manhã. Todos brancos ou terão de ser loiros também? E fica também resolvido o problema da habitação. Casas abarracadas para todos os brancos desempregados e baratas devolutas nos bairros periféricos da cidade. É da natureza dele.
A boa novidade é que retitrando o socialismo da constituição, o emprego sobe em flecha, passaremos a ganhar como os Europeus e por aí fora. O homem anda com pouca imaginação ou tem mais vocação para partir governos do que para construir. Ele agora nem pode celebrar a recusa dos suecos aderirem ao euro... deve ser por isso que lhe dá para estas coisas. Ou então está a preparar-se para ir com as Forças Armadas para o Iraque...

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