A planura lá em baixo cheia de castanhos, dourados e verdes enche-nos o olho logo pela manhã.
O caminho hoje começa na direcção de Beja, com a intenção de antes de se chegar a Pisões, virar à esquerda para Quintos e depois seguir para Vale de Russsins . No cruzamento que dá acesso à terra, a estrada acaba ou seja segue em frente por um estradão e é por aí que se avança. Sempre em frente até surgir no cimo de um monte à esquerda uma camioneta de passageiros. Deixamo-la à esquerda e continuamos sempre em frente até começarmos a descer para a ribeira. Lá chegados, temos de a passar (fácil está seca) e começar a subir uma estrada direita ao céu e seguir sempre em frente à espera de encontrarmos finalmente Amendoeira. Surge depois de seguirmos por cima de vários montes de sobreiros e ao fim de uma estrada ladeada por um aramado limitante de vacas. De repente, algum alívio por se ter voltado ao asfalto e vermos logo em frente as placas a anunciar o Pulo do Lobo. Desce-se sempre aconselhados pelas indicações até ao parque de estacionamento lá na margem direita do Guadiana. Um local deserto, com o silêncio só cortado pelo rugir da água que subitamente acalma num extenso lago, onde o rio quase parece ter parado. E ninguém a toda a volta.
Há então que seguir até Mértola, voltando à Amendoeira.
Mértola é uma mancha na encosta na margem direita do Guadiana. Um castelo e uma Igreja Matriz que antes fora Mesquita e uma visita ao Museu islâmico, onde um filme mostra hábitos comuns em árabes e portugueses. Afinal, somos um bocado pretos também senhor PP e não aprece vir ao mundo nenhum mal. E volto a não perceber as Cruzadas do Bush e Cia.
Seguimos depois na estrada para Serpa até chegarmos ao desvio para Pomarão, que tomamos para chegarmos a este porto fluvial onde alguns iates esperam no meio do rio. Nas paredes do café os sinais de cheias antigas em dias bem menos calmos que os de hoje, certamente.
Regressar em sentido contrário pela estrada que lá nos levou e seguir na direcção de Santana de Cambas onde entramos para iniciar a descida para as Minas de São Domingos, pela estrada que lá ao fundo ocupa a velha linha de comboio das minas. Passadas algumas pontes com lombas respeitáveis, entramos numa paisagem de chão amarelado aqui e além matizado de vermelhos mais ou menos escuros e finalmente, chegamos às ruínas das minas. Vêem-me à lembrança por momentos, paisagens de Yellowstone.
Seguimos depois para a vila das Minas onde alinhadas as casas do bairro operário, têm ruas de terra batida como as das cidades do deserto na Tunísia. O mundo não é assim tão diferente... As pessoas também e garanto, as classes ainda não acabaram!
Volta-se à estrada de Serpa até aparecer, em Vale do Poço, a indicação de Pulo do Lobo, agora a ser visitado na margem esquerda já perto do pôr do sol.
E pronto, o dia acaba na esplanada do café Alentejano na praça da Câmara de Serpa, onde possíveis professores tomam café depois das notícias do ranking e cachorros soltos vão correndo de um lado para o outro despreocupadamente. Como tudo o que se passa por aqui... Eu começo a estar preocupado... com a semana de trabalho a começar já amanhã à noite. Calma que amanhã ainda é dia útil até às nove da noite!
Correio: fernandobatista@netcabo.pt
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