Não sei se é Marx se Keynes. Eu sei que a minha é, claramente, uma Economia tótó. Quando mais jovem, ensinaram-me que os bancos era um sítio onde se punha o dinheiro para ficar mais protegido. Os donos dessas casas, até nos pagavam umas migalhas de juros, porque eram muito espertos e sabiam investir muito bem esses dinheiros. Esse negócio fazia-me algum sentido. Mas nunca consegui entender essa coisa que é o negócio dos Bancos ser o crédito sem limites, porque sempre que alguém me pediu dinheiro, tive o cuidado de perceber se me poderia pagar, de lhe exigir garantias. Imaginava eu que os Bancos faziam o mesmo e teriam sempre garantidas de uma forma ou de outra o pagamento dos dinheiros que emprestavam. Mas não, quem nunca criou qualquer produto palpável andou para aí a criar ilusões de crescimento partindo do princípio que tudo continuaria sempre a valer mais do que hoje vale, quase por definição. Mas não, agora chegaram à conclusão que é necessário baralhar e dar de novo e eu tenho uma incómoda impressão de que alguma «mão invisível» se prepara para me vir ao bolso.
Eu tótó da economia me confesso e digo que me fazia mais sentido que o valor das coisas fosse o seu custo de produção, em vez de um leilão permanente. Também não percebo muito bem um mundo onde uns produzem quasetudo consumindo pouco e outros consomem quase tudo quase nada produzindo, limitando-se a produzir sonhos e ilusões. Mais cedo ou mais tarde, a necessidade de sobrevivência, os obrigará a começar a produzir, porque não terão eternamente a capacidade de pagar sem o fazer, já que, na minha economia tótó, a minha possibilidade de pagar tem de estar suportada em algo que produzi e tem um valor, porque existe realmente. Necessariamente, mais que uma ilusão.
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