O senhor Ministro anda de cabeça perdida. Depois de dizer que os hospitais públicos não assegurarão o anonimato das mulheres que fizerem abortos nos seus serviços, veio agora dizer que os médicos, afinal, já podem trabalhar no privado e no público desde que funcionem em horário reduzido no público, isto é, desde que lhe fiquem baratos. Esqueceu-se de dizer que funcionando em horário reduzido não deverão ter cargos de direcção no público. Este CC tem este jeito meio estranho de atirar ideias para o ar, não as mede, depois não se pode queixar. O mais estranho é que dá a noção de que anda perdido, espezinhado pelo défice, já não consegue raciocinar, ter um projecto. Certamente, que a estas confusões não serão alheios os conselhos de alguns dos seus amigos nem as ordens que lhe chegarão dos bancos cada vez a investirem mais na saúde. No meio destes sinais o homem parece perdido sem saber como concilia um SNS tendencialmente gratuito e universal com tanto interesse mesquinho de tanto parasita. A Saúde não deve ser negócio, como diz o slogan. Mas parece que é isso que ele anda a tentar fazer: acabar com o direito para implementar o negócio. Dá-me pena ver pessoas acabarem assim, desperdiçando os sonhos que tiveram.
Dizem que catorze médicos em 30000 andam a prescrever medicamentos para irem passear. Até nem é muito, mas se quiserem acabar de vez com a pouca vergonha, o melhor seria retirarem os delegados dos Laboratórios de dentro dos centrsod e saúde e hospitais. A chamada informação médica não tem sentido quando toda a Informação de que necessitamos está acessível na Net sempre que o desejarmos. Mas o homem não consegue fazer frente aos corruptores, logo vira-se para os corrompidos. Especialmente, quando é necessário negociar contratos com os médicos, é útil fragilizá-los junto da opinião pública.
Mais vale fazer como Joao Cravinho, que ao menos troca a coerência por um lugar bem pago lá em Londres. Uns assumem-se com clareza e ainda nos deixam uma imagem de bons rapazes. É o caso deste que queria combater a corrupção no país. Só que os parceiros do PS parece que não estão interessados. A vergonha era verde e os bichos andam por aí e comem.
O juiz decidiu que a criança era entregue ao pai biológico e que o pai adoptante deveria ser preso por a não entregar. O tal poder independente da magistratura tem agora que se confrontar com o poder da Imprensa, que está a «demonstrar» a mosntruosidade da decisão. Já ouço, ao almoço, as auxiliares dizerem que o julgamento é uma farsa. Nunca estivemos tão perto do Poder Popular... (Independentemente de achar também que a criança deve continuar com os pais adoptantes!)
Mas está divertido este país onde o PP agora acordou a dizer que os magistrados não podem emitir opiniões. Prepara-se o regresso do Paulinho das feiras?
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