Têm passado os dias, sem quase nada a passar. Continuo pregado no tempo.
Há dias em que me apetece gritar, O PÚBLICO É NOSSO, o privado é dos donos. Mas calo-me, que já ninguém quer saber disso e já basta de me sentir ET. Entretanto fiquei a saber que os colaboradores da organização (são estas as palavras novas para escravos e negreiros) Walmart estão de chamada em casa e vão às lojas quando são bipados. Esta interessante sociedade parece-se cada vez mais com o mercado de pretos imigrados ali ao pé do Colombo, disponíveis para darem o corpo na construção civil todos os dias antes das 8. Quando a maré os leva.
O regresso ao passado continua quando Saddam é pendurado na praça do pelourinho em que transformaram a Internet por estes dias. Ninguém sente a pequenez que se é. O espectáculo da morte os encanta.
Em Portugal ainda se morre naufragado a 40 metros da praia e os nossos almirantes da armada pedem desculpa e não sabem porque se morre assim sem socorro. Nada acontece depois da desculpa, que ela dilui o chafurdo da imprensa e, afinal, os que foram são os do costume. Sempre as mulheres da Nazaré tiveram estes prantos, faz parte do cenário português.
Neste pântano, sorrio quando uns miúdos que quase pagam o equipamento para jogarem à bola, vão ao Porto ganhar aos senhores do futebol e têm prémio de produtividade em patuscada de leitão da Bairrada. Ainda há provas da existência de Deus...
O céu segue geralmente nublado e as radiosas alvoradas tardam a chegar.
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