terça-feira, dezembro 26, 2006

Pós-Natal

Nas revistas cor de rosa, o Natal são lindas árvores com luzinhas que acendem e apagam sem parar. Mais recentemente, são também as mesas de Natal que as enchem. Os tios estão de sorriso de marca e abrem as portas de casa a quem quer espreitar. O Natal tem um glamour imenso.
Mas há outro fora das revistas. E muito mais Natal que esse das prendinhas e do Pai Natal, acidentalmente, vermelho. Sem renas nem trenós, que a vida às vezes puxa-se à mão contra os atritos que se lhe erguem e nem se sabe se avançamos ou ficamos. Muitas vezes, apenas se patina no chão do tempo, sem a alvura do frio que nos vendem embalada. O Natal das dúvidas que se acumulam sobre o sentido desta sucessão de coisas. Neste Natal, o outro glamouroso, só oprime ainda mais. Mas também há um sentir de bem ter feito, que liberta e nos ergue. A vida e a ética não vêm nas revistas que nos falam do Natal e são o que é, realmente, importante, muito mais que todo o glamour.

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