segunda-feira, dezembro 11, 2006

O novo ópio

A primeira Dama é de centro esquerda diz ela e a Visão reproduz em primeira página. O que quererá isto dizer num tempo em que se diz que já não há esquerda nem direita? Quer mais ou menos dizer que se estará por aí, como o outro que por aí também anda, nalgum sítio indefinido em que se tem solidariedade (outro termo que perdeu o significado) com uns e se apoiam os que os geram. Mas estas coisas escritas em primeiras páginas têm sempre um efeito calmante. Agora que a religião já não é o que era, cabe à imprensa ser o ópio do Povo.
À noite, o Professor lembra que isto de primeiras damas teve origem na tradição monárquica e foi sendo recuperado, depois de um interregno, pela II República. Com o devido respeito, acho que a origem será distinta. A culpa é das monarquias europeias que despertaram o gosto nos Americanos, que sem reis, precisavam da figura feminina para os fazer sonhar com Rainhas de Inglaterra e Princesas do Povo. Manuela Eanes e sucessoras foram apenas inspirar-se nas Primeiras Damas do lado de lá para criarem a moda entre nós. Sempre o País fácil! Já temos, como eles, Museu da Presidência. Muito tempo não faltará, até termos o das Primeiras Damas, com exposição de serviços de porcelana e vestidos de noite, como lá. Achava graça a que a Sra Hillary ganhasse as eleições, só para ver a posição do Clinton entre as velhas damas do museu de Washington... Castigo duro para os seus devaneios!

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