quinta-feira, dezembro 28, 2006

Não à pena de morte

Há um estranho e séptico silêncio à volta da sentença de Saddam. Obviamente, deve neutralizar-se quem como ele fez o que fez, mas vai uma grande distância entre isso e a condenação à morte. Temos obrigação de aguentar os monstros que criamos. Esta é uma das poucas certezas que tenho por estes dias. Estranho que a morte de alguém seja causa de regozijo como parece acontecer entre os cowboys que dominam este mundo. Fico algo aliviado por viver numa região onde a barbárie não é saudada. Mas não é bastante. É bom que se diga que a pena de morte é barbárie. Ponto.
Deve ser a mesma lógica de justiça que faz com que os seguidores destes bárbaros sejam defensores da penalização das mulheres que se vêem na necessidade de abortar, o célebre princípio do respeito pela vida humana. E vamos vê-los na defesa da sua convicção nos próximos tempos, tanto quanto os vemos agora a festejar a morte de mais um condenado.

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