segunda-feira, maio 23, 2005

Viva o Benfica!

Notas à margem de uma notícia do Expresso:

CONSTÂNCIO DEFENDE CONSENSO

(Não percebo, pensei que já havia. Há uns tempos, uns queixavam-se que os outros lhes tinham deixado o país de tanga com um défice de 4%, agora esses outros dizem que os queixosos de ontem lhes deixaram um país com um défice ainda maior, 6,8%. Consenso: uns e outros fazem o mesmo e depois queixam-se. Não é preciso mais consenso, necessário é chegarmos ao consenso de os pôr a andar.)


Vítor Constâncio defendeu hoje a necessidade de um «consenso alargado» para efectuar a consolidação orçamental nos próximos anos, recomendando a adopção de medidas efectivas que convençam os agentes económicos e os mercados.

(É claro que essa é a preocupação, que nos convençam a nós é secundário. Portanto, já se adivinham as medidas...)

Para o governador do Banco de Portugal, que hoje apresentou o relatório da comissão para fazer a previsão do défice das contas públicas para 2005, o mais importante neste momento é colocar «o interesse do país em primeiro lugar».

(O problema é o país não sermos nós, deve ser a Santinha Economia. Por mim, dava a prioridade aos paisanos e estava-me nas tintas para o país.)

Constâncio defendeu a redução das despesas do Estado (devem querer pagar-nos menos ordenados, menos saúde, menos educação, menos segurança social), mas também a adopção de medidas do lado da receita (mais impostos, mais portagens pagas,etc), considerando urgente a apresentação de «resultados na redução do défice orçamental já este ano».

Vítor Constâncio rejeitou ainda a ideia de que o programa de medidas a anunciar pelo Governo para reduzir o défice conduza a uma recessão da economia portuguesa.

«As medidas são difíceis e muito abrangentes, mas só por si um programa de ajustamento orçamental a três anos não dará origem a uma recessão económica em Portugal, embora o efeito das medidas a tomar seja restritivo sobre a economia», afirmou.

O governador adiantou que grande parte das medidas se refere à despesa do Estado e não se relaciona directamente com as empresas, que com a baixa taxa de juros e o extenso mercado europeu devem procurar ser mais competitivas para aumentar as exportações.

O défice orçamental português deverá atingir 6,8 por cento do PIB em 2005 devido, sobretudo, a insuficiências orçamentais, que ascendem a 3200 milhões de euros.

Só no Sistema Nacional de Saúde a comissão Constâncio encontrou 1512 milhões de euros que não estavam orçamentadas. (Bingo! Toca de introduzir a ideia do utilizador-pagador e outras ideias geniais do género)

A rubrica de remunerações certas e permanentes, correspondente aos gastos com os funcionários públicos que terão de ser pagos para cobrir os aumentos de vencimentos, irá ter de ser reforçada em 360 milhões de euros, usando a dotação provisional do Ministério das Finanças, explicou Constâncio. (Abatamos os funcionários como quem abate sobreiros!)

O orçamento das Estradas de Portugal, que tinha sido retirado das contas públicas, vai ter de ser reintegrado, dado que não tem autonomia, pelo que o défice foi agravado em mais 458 milhões de euros. (Vamos lá por portagens nas auto-estradas; por que não andamos de burro?)

Vítor Constâncio esclareceu ainda que a comissão detectou um agravamento do défice da Segurança Social de 599 milhões de euros relativamente ao que estava orçamentado de início e na Caixa Geral de Aposentações de 228 milhões de euros. (E se baixassem um pouco as reformas?)

Do lado da receita, houve também uma revisão em baixa da previsão que ajudou a agravar o saldo das contas públicas, já que o Estado não vai encaixar este ano 700 milhões de euros de dividendos
(É a crise!)

Para mim que não tenho nada que ver com a Dona Economia, quero afirmar que não me importo de pagar mais impostos e pagar menos despesas que os impostos hoje pagam. PAGO O MESMO. Aliás, se os impostos contribuírem para reduzir as desigualdades (é para isso que servem, não?)prefiro até, que se opte pelo aumento dos impostos.

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