terça-feira, maio 10, 2005

DECO(ro)

É como se legiões de doentes, de um momento para o outro, tivessem que desatar a correr dos hospitais para fora. A notícia só diz que a DECO detectou, mas o caso é que se detecta a coisa deve ser preta, mais se semelhando a um qualquer Marburg. Tanto mais que tendo a DGS negado, na notícia apenas se refere que desdramatizou. Ou seja os habituais intelectuais continum a escolher os verbos errados. Primeiro teriam feito melhor figura se tivessem indicado o que tinha sido verdadeiramente detectado, depois deveriam ter referido não a desdramatização, mas realmente a ausência de problema. Nessa altura teriam ficado sem notícia. Ou poderiam ter ido mais longe e noticiado que a DECO alarmou a opinião pública sem motivo. Esta era realmente a notícia. Só que neste caso, estariam a favor dos técnicos contra os consumidores, o que também não é grande caminho para as vendas. Meter medo é sempre mais rentável do que informar e se se puder levantar alguma suspeição sobre o poder, mesmo o técnico, tanto melhor. A campanha do medo é fundamental para que outras coisas fiquem como estão.
Com notícias destas, mais valia fazerem destaques como o www.sapo.pt:
«Maria do Carmo confronta Angélica! Não perca o episódio de hoje!» Vende na mesma e os doentes escusam de ter medo de tomar banho nos hospitais.
Quanto à DECO poderia continuar o seu estilo de vendas tipo Readers Digest. Se você comprar este nosso produto, nós oferecemos-lhe mais uma caneta que deita luz pelo cu e projecta as horas no tecto do seu quarto, quando você gostava de continuar a dormir e ainda mais um computador, quer dizer uma pda, quer dizer uma agenda electrónica, quer dizer uma coisita (que o entusiasme a comprar o tal produto, que geralmente lhe vai servir para nada ou muito pouco).

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