sexta-feira, maio 06, 2005
Fátima ou Mourinho
Perdemos sempre quando isto acontece, quando um acto de sorte, leva à vitória. Nessas alturas, há um orgasmo de facilidade, o triunfo do desenrascanço mais uma vez e ficamos a acreditar na sorte como fonte de resolução dos problemas. Depois ficam a mostrar-nos repetidamente as imagens da alegria inesperada, que substituiu os rancores do minuto anterior, em que todos se preparavam para realçar a nossa pequenez e, espasme-se, a nossa falta de sorte. Acontece-nos por acaso, que é a única forma de acontecer nesta terra sem programa, sem rigor. Quando algum trabalho leva a esse rigor, logo a arrogância estraga a imagem positiva do trabalho. Somos de extremos, incapazes de olharmos o trabalho como rotina normal e natural. Fátima ou Mourinho, sem nada de permeio.
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