quarta-feira, maio 11, 2005

Mudanças

A estabilidade nos serviços pode muito bem ser a antecâmara do pântano. As pessoas habituam-se umas às outras, conhecem as suas reacções e passam a actuar de forma calculada, preocupando-se em garantir a homeostase enquanto a decomposição do organismo vai avançando. A lentidão do processo cria mesmo alguma habituação e, inconscientemente, ninguém dá pelo cheiro.
Quando alguém de fora surge, com outra base de informação, outras reacções, o organismo desperta, agita-se, torna-se mais criativo. Quem até estava adormecido, começa a sentir a necessidade de despertar, de procurar novo setpoint. No fundo todos ficam mais satisfeitos com o que fazem. O mundo da lamentação pode limitar-se.
As águas agitam-se e, retrospectivamente, até se percebe que já não era bom o cheiro que existia, fica outro perfume no ar.
A experiência desta sessão clínica, mostrou-me que a mobilidade das pessoas entre os serviços é fundamental. Ninguém perde, todos ficam mais vivos, menos instalados. Os que servimos, esses serão os que mais ganham. É a passagem de um modelo monárquico para a República. Para facilitar as coisas e acelerar os processos, fico mesmo a pensar se não deveria começar-se por substituir de forma regular todas as chefias... A influência no colectivo era potenciada pelo novo estilo do Chefe.

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