segunda-feira, maio 30, 2005
Estatísticas
Grande apoio ao Tratado da Constituição Europeia na Martinica, Guadalupe, Guiana, Ilhas da Polinésia, Nova Caledónia...
Europa, quanto mais longe, mais amada. Os outros votaram porque estavam descontentes com a governação actual. Apenas isso. Podemos dormir descansados.
Economistas e outros papas meteorologistas. Dizem chove e faz sol
Desde cedo que não ouço outra coisa. Vem aí o caos. A economia europeia vai sofrer imenso com este non dos franceses. O Presidente Sampaio lamenta, o pró-socialista Freitas mal se levanta, o Professor das homilias de domingo desencanta(-se)e o país quase já não aguenta tanto drama.
Afinal o Euro vai desvalorizar-se face ao dólar, o que parece ser drama, quando há umas semanas era a sobrevalorização o problema que impedia o desenvolvimento da economia europeia por dificultar as exportações e a sua valorização limitava a possibilidade da retoma.
Depois, os mercados europeus estiveram hoje em boa forma contrariando tanta lamentação e desastre anunciado.
Já nada é como querem que seja e façam o favor de aprender que o povinho quer ser informado. Quando os senhores informadores não fazem o trabalho de casa, acontecem destas coisas, a malta desconfia e diz não.
Afinal o Euro vai desvalorizar-se face ao dólar, o que parece ser drama, quando há umas semanas era a sobrevalorização o problema que impedia o desenvolvimento da economia europeia por dificultar as exportações e a sua valorização limitava a possibilidade da retoma.
Depois, os mercados europeus estiveram hoje em boa forma contrariando tanta lamentação e desastre anunciado.
Já nada é como querem que seja e façam o favor de aprender que o povinho quer ser informado. Quando os senhores informadores não fazem o trabalho de casa, acontecem destas coisas, a malta desconfia e diz não.
domingo, maio 29, 2005
Pelo sim, pelo não
Pelo sim, cinquenta e cinco por cento dos portugueses apoiam a tentativa de uma Constituição europeia, que hoje os franceses referendaram maioritariamente pelo não. É assim, nesta terra somos geralmente pelo sim, sobretudo quando é para nos juntarmos à manada. E logo agora, que andava toda a gente importante (excepto uns cépticos do costume) a dizer que o sim é que era, vieram estes franceses dizer que não... Mas nesta ponta da Europa, vamos dar o exemplo. Ou já demos, porque 55% das pessoas com quem me cruzo na rua, já leram e analisaram ao pormenor as mais de 400 páginas da Constituição e já decidiram. Confesso, que ainda vou na introdução...
Neste dia estão a acontecer coisas estranhas. Eles disseram que não, a nossa economia está em crise. Sócrates finalmente sentiu a derrota. E não só ele, também a Dona Rosa dos Couratos, que hoje ficou de roulotte fechada, sem negócio e tão bem que ela a tinha colocado logo ali ao pé da estação do Metro do Alto dos Moinhos. E também os que vinham vender os cachecóis da dobradinha, que agora vão deixá-los dobradinhos à espera de melhores dias. Sabe-se lá quando será. ou as incertezas da economia. Mas é assim, depois da retoma de há uma semana, a recessão de hoje. São os ciclos da economia à portuguesa, isto é, à Benfica. Este clube é uma Nação!
Neste dia estão a acontecer coisas estranhas. Eles disseram que não, a nossa economia está em crise. Sócrates finalmente sentiu a derrota. E não só ele, também a Dona Rosa dos Couratos, que hoje ficou de roulotte fechada, sem negócio e tão bem que ela a tinha colocado logo ali ao pé da estação do Metro do Alto dos Moinhos. E também os que vinham vender os cachecóis da dobradinha, que agora vão deixá-los dobradinhos à espera de melhores dias. Sabe-se lá quando será. ou as incertezas da economia. Mas é assim, depois da retoma de há uma semana, a recessão de hoje. São os ciclos da economia à portuguesa, isto é, à Benfica. Este clube é uma Nação!
sábado, maio 28, 2005
Comentar o comentário
Agradeço ao anónimo o comentário. Não, pelo anonimato, que não é a minha maneira de estar no comentário, mas, somente, por comentar. Discutir ideias é estimulante, defender pontos de vista engrandecedor.
A natureza humana é muito interessante e conhecê-la é obra. Muitas vezes a não sabemos, pensando dela termos grande conhecimento. Ambicionamos, queremos mais e trabalhamos. Certamente, isso deve premiar-se e estimular-se. Mas a recompensa que se obtem depende, muitas vezes, mais da circunstância que do mérito. Essa análise é que é merecedora de reflexão. Eu falei de grande propriedade, de muitos teres, que quase sempre advêm de muita especulação, alguma sorte, insensato investimento no risco e bem menos do trabalho. Perceber até que ponto a fortuna se não fez à custa de circunstâncias que beneficiaram tendencialmente em determinada direcção. Ora se as circunstâncias levam ao desastre com o benefício de uns quantos, parece normal que sejam esses a pagar a factura do erro que os promoveu.
Sobretudo, estar na vida sem medo de ser.
E já agora, sugiro-lhe a leitura deste conto de Brecht (Se os tubarões fossem homens), publicado no resistir.info.
A natureza humana é muito interessante e conhecê-la é obra. Muitas vezes a não sabemos, pensando dela termos grande conhecimento. Ambicionamos, queremos mais e trabalhamos. Certamente, isso deve premiar-se e estimular-se. Mas a recompensa que se obtem depende, muitas vezes, mais da circunstância que do mérito. Essa análise é que é merecedora de reflexão. Eu falei de grande propriedade, de muitos teres, que quase sempre advêm de muita especulação, alguma sorte, insensato investimento no risco e bem menos do trabalho. Perceber até que ponto a fortuna se não fez à custa de circunstâncias que beneficiaram tendencialmente em determinada direcção. Ora se as circunstâncias levam ao desastre com o benefício de uns quantos, parece normal que sejam esses a pagar a factura do erro que os promoveu.
Sobretudo, estar na vida sem medo de ser.
E já agora, sugiro-lhe a leitura deste conto de Brecht (Se os tubarões fossem homens), publicado no resistir.info.
Os ricos que paguem a crise!
Não basta mostrar a verdade, é preciso apresentá-la amavelmente (Fénelon)
1. Com toda a amabilidade do mundo, em pequenas doses, servidas diariamente, têm-nos vindo a contar a verdade da economia do país. A verdade da economia, apenas essa. Essa verdade revelada pelo senhor Governador do Banco de Portugal, que por acaso já era Governador no tempo de outras verdades. Sendo até próximo daqueles a quem a verdade agora é revelada, fico com uma dúvida que me não sai da cabeça: ou o homem tinha as suas capacidades de analisar a realidade limitadas há uns meses atrás, isto é, o governo de então não lhe fornecia os dados que precisava ou o enganou deliberadamente (e isso é extremamente grave e ele devia denunciá-lo na altura ou pelo menos agora!) ou foi negligente nesse tempo, não procurando saber a verdade e ficando calado. Neste caso, devia assumir as suas responsabilidades. Já agora, que deveria fazer o governo que ganhou as eleições com um programa onde se dizia exactamente o contrário do que agora se faz. Obviamente, devia demitir-se por incumprimento de contrato para renovar a confiança no sistema. O fundamento seria, como fomos enganados, a nossa proposta estava errada, mas temos esta para as realidades concretas, aceitam? A coisa ficava mais ética e menos séptica. Mas, claro, vai-nos restar tapar o nariz. Por enquanto.
2. Para não haver desvios da amabilidade com que a verdade nos é servida nada melhor que construir um certo unanimismo à sua volta. Havendo verdades, a verdade pode ser posta em causa. Por isso, nada melhor que fazer muitos programas de televisão e notícias em que muitos, aparentemente diferentes, dizem sempre mais do mesmo, num discurso onde se percebe que todos bebem nas mesmas fontes. Vêem ex-ministros, economistas, doutores sempre com um discurso igual, mostrar que andamos a viver bem demais e que chega de paródia. Agora vamos ter de fazer grandes sacrifícios para não irmos à falência. Definitivamente, não há nenhum economista no país a pensar de forma diferente! Realmente, se não aparecer na televisão, então não há mesmo. Mas há por exemplo quem escreva Portugal é o país da União Europeia onde são maiores as desigualdades. Segundo dados do Eurostat, os 20% da população mais ricos recebem 6,5 vezes mais rendimentos do que os 20% mais pobres, quando essa relação é, em média, de 4,4 vezes em toda a União Europeia. Por outro lado, de acordo com um estudo divulgado pelo INE, os 10% da população mais ricos apropriam-se de 29% de todo o rendimento disponível, enquanto os 50% da população mais pobres recebem apenas 24% do rendimento.(Eugénio Rosa)Parece afinal que se pode pintar um quadro diferente.
3. Assim, a verdade dos desejos tão proclamados em campanhas eleitorais de que «queremos ricos menos ricos e pobres menos pobres» não passa se slogan afirmado com toda a falsidade por aqueles que nos têm governado. Das duas uma, ou são mentirosos ou incompetentes. Os resultados disponíveis não permitem concluir de outra forma, ou nos enganam repetidamente (uns e outros, isto é, PSD/CDS e PS)ou realmente são incapazes e deviam mudar de vida.
4. Portanto, todas as medidas para solucionar o problema serão muito justas e acertadas em tese, mas têm de ser avaliadas. Essa avaliação passa pelo grau de eficiência com que se consiga atingir o objectivo fundamental, reduzir o fosso entre os tais mais ricos e os mais pobres. É isso que está em causa com a panóplia de medidas que amavelmente nos vão servindo dia-a-dia? De outra forma, será que a partir de agora as casas de luxo vão ser difíceis de vender, vamos ter um parque automóvel mais à dimensão do país com menos Ferraris, Mercedes e BMWs, os grandes rendimentos e a grande propriedade vão ser mais declarados, os ricos vão finalmente pagar a crise?
1. Com toda a amabilidade do mundo, em pequenas doses, servidas diariamente, têm-nos vindo a contar a verdade da economia do país. A verdade da economia, apenas essa. Essa verdade revelada pelo senhor Governador do Banco de Portugal, que por acaso já era Governador no tempo de outras verdades. Sendo até próximo daqueles a quem a verdade agora é revelada, fico com uma dúvida que me não sai da cabeça: ou o homem tinha as suas capacidades de analisar a realidade limitadas há uns meses atrás, isto é, o governo de então não lhe fornecia os dados que precisava ou o enganou deliberadamente (e isso é extremamente grave e ele devia denunciá-lo na altura ou pelo menos agora!) ou foi negligente nesse tempo, não procurando saber a verdade e ficando calado. Neste caso, devia assumir as suas responsabilidades. Já agora, que deveria fazer o governo que ganhou as eleições com um programa onde se dizia exactamente o contrário do que agora se faz. Obviamente, devia demitir-se por incumprimento de contrato para renovar a confiança no sistema. O fundamento seria, como fomos enganados, a nossa proposta estava errada, mas temos esta para as realidades concretas, aceitam? A coisa ficava mais ética e menos séptica. Mas, claro, vai-nos restar tapar o nariz. Por enquanto.
2. Para não haver desvios da amabilidade com que a verdade nos é servida nada melhor que construir um certo unanimismo à sua volta. Havendo verdades, a verdade pode ser posta em causa. Por isso, nada melhor que fazer muitos programas de televisão e notícias em que muitos, aparentemente diferentes, dizem sempre mais do mesmo, num discurso onde se percebe que todos bebem nas mesmas fontes. Vêem ex-ministros, economistas, doutores sempre com um discurso igual, mostrar que andamos a viver bem demais e que chega de paródia. Agora vamos ter de fazer grandes sacrifícios para não irmos à falência. Definitivamente, não há nenhum economista no país a pensar de forma diferente! Realmente, se não aparecer na televisão, então não há mesmo. Mas há por exemplo quem escreva Portugal é o país da União Europeia onde são maiores as desigualdades. Segundo dados do Eurostat, os 20% da população mais ricos recebem 6,5 vezes mais rendimentos do que os 20% mais pobres, quando essa relação é, em média, de 4,4 vezes em toda a União Europeia. Por outro lado, de acordo com um estudo divulgado pelo INE, os 10% da população mais ricos apropriam-se de 29% de todo o rendimento disponível, enquanto os 50% da população mais pobres recebem apenas 24% do rendimento.(Eugénio Rosa)Parece afinal que se pode pintar um quadro diferente.
3. Assim, a verdade dos desejos tão proclamados em campanhas eleitorais de que «queremos ricos menos ricos e pobres menos pobres» não passa se slogan afirmado com toda a falsidade por aqueles que nos têm governado. Das duas uma, ou são mentirosos ou incompetentes. Os resultados disponíveis não permitem concluir de outra forma, ou nos enganam repetidamente (uns e outros, isto é, PSD/CDS e PS)ou realmente são incapazes e deviam mudar de vida.
4. Portanto, todas as medidas para solucionar o problema serão muito justas e acertadas em tese, mas têm de ser avaliadas. Essa avaliação passa pelo grau de eficiência com que se consiga atingir o objectivo fundamental, reduzir o fosso entre os tais mais ricos e os mais pobres. É isso que está em causa com a panóplia de medidas que amavelmente nos vão servindo dia-a-dia? De outra forma, será que a partir de agora as casas de luxo vão ser difíceis de vender, vamos ter um parque automóvel mais à dimensão do país com menos Ferraris, Mercedes e BMWs, os grandes rendimentos e a grande propriedade vão ser mais declarados, os ricos vão finalmente pagar a crise?
segunda-feira, maio 23, 2005
Viva o Benfica!
Notas à margem de uma notícia do Expresso:
CONSTÂNCIO DEFENDE CONSENSO
(Não percebo, pensei que já havia. Há uns tempos, uns queixavam-se que os outros lhes tinham deixado o país de tanga com um défice de 4%, agora esses outros dizem que os queixosos de ontem lhes deixaram um país com um défice ainda maior, 6,8%. Consenso: uns e outros fazem o mesmo e depois queixam-se. Não é preciso mais consenso, necessário é chegarmos ao consenso de os pôr a andar.)
Vítor Constâncio defendeu hoje a necessidade de um «consenso alargado» para efectuar a consolidação orçamental nos próximos anos, recomendando a adopção de medidas efectivas que convençam os agentes económicos e os mercados.
(É claro que essa é a preocupação, que nos convençam a nós é secundário. Portanto, já se adivinham as medidas...)
Para o governador do Banco de Portugal, que hoje apresentou o relatório da comissão para fazer a previsão do défice das contas públicas para 2005, o mais importante neste momento é colocar «o interesse do país em primeiro lugar».
(O problema é o país não sermos nós, deve ser a Santinha Economia. Por mim, dava a prioridade aos paisanos e estava-me nas tintas para o país.)
Constâncio defendeu a redução das despesas do Estado (devem querer pagar-nos menos ordenados, menos saúde, menos educação, menos segurança social), mas também a adopção de medidas do lado da receita (mais impostos, mais portagens pagas,etc), considerando urgente a apresentação de «resultados na redução do défice orçamental já este ano».
Vítor Constâncio rejeitou ainda a ideia de que o programa de medidas a anunciar pelo Governo para reduzir o défice conduza a uma recessão da economia portuguesa.
«As medidas são difíceis e muito abrangentes, mas só por si um programa de ajustamento orçamental a três anos não dará origem a uma recessão económica em Portugal, embora o efeito das medidas a tomar seja restritivo sobre a economia», afirmou.
O governador adiantou que grande parte das medidas se refere à despesa do Estado e não se relaciona directamente com as empresas, que com a baixa taxa de juros e o extenso mercado europeu devem procurar ser mais competitivas para aumentar as exportações.
O défice orçamental português deverá atingir 6,8 por cento do PIB em 2005 devido, sobretudo, a insuficiências orçamentais, que ascendem a 3200 milhões de euros.
Só no Sistema Nacional de Saúde a comissão Constâncio encontrou 1512 milhões de euros que não estavam orçamentadas. (Bingo! Toca de introduzir a ideia do utilizador-pagador e outras ideias geniais do género)
A rubrica de remunerações certas e permanentes, correspondente aos gastos com os funcionários públicos que terão de ser pagos para cobrir os aumentos de vencimentos, irá ter de ser reforçada em 360 milhões de euros, usando a dotação provisional do Ministério das Finanças, explicou Constâncio. (Abatamos os funcionários como quem abate sobreiros!)
O orçamento das Estradas de Portugal, que tinha sido retirado das contas públicas, vai ter de ser reintegrado, dado que não tem autonomia, pelo que o défice foi agravado em mais 458 milhões de euros. (Vamos lá por portagens nas auto-estradas; por que não andamos de burro?)
Vítor Constâncio esclareceu ainda que a comissão detectou um agravamento do défice da Segurança Social de 599 milhões de euros relativamente ao que estava orçamentado de início e na Caixa Geral de Aposentações de 228 milhões de euros. (E se baixassem um pouco as reformas?)
Do lado da receita, houve também uma revisão em baixa da previsão que ajudou a agravar o saldo das contas públicas, já que o Estado não vai encaixar este ano 700 milhões de euros de dividendos (É a crise!)
Para mim que não tenho nada que ver com a Dona Economia, quero afirmar que não me importo de pagar mais impostos e pagar menos despesas que os impostos hoje pagam. PAGO O MESMO. Aliás, se os impostos contribuírem para reduzir as desigualdades (é para isso que servem, não?)prefiro até, que se opte pelo aumento dos impostos.
CONSTÂNCIO DEFENDE CONSENSO
(Não percebo, pensei que já havia. Há uns tempos, uns queixavam-se que os outros lhes tinham deixado o país de tanga com um défice de 4%, agora esses outros dizem que os queixosos de ontem lhes deixaram um país com um défice ainda maior, 6,8%. Consenso: uns e outros fazem o mesmo e depois queixam-se. Não é preciso mais consenso, necessário é chegarmos ao consenso de os pôr a andar.)
Vítor Constâncio defendeu hoje a necessidade de um «consenso alargado» para efectuar a consolidação orçamental nos próximos anos, recomendando a adopção de medidas efectivas que convençam os agentes económicos e os mercados.
(É claro que essa é a preocupação, que nos convençam a nós é secundário. Portanto, já se adivinham as medidas...)
Para o governador do Banco de Portugal, que hoje apresentou o relatório da comissão para fazer a previsão do défice das contas públicas para 2005, o mais importante neste momento é colocar «o interesse do país em primeiro lugar».
(O problema é o país não sermos nós, deve ser a Santinha Economia. Por mim, dava a prioridade aos paisanos e estava-me nas tintas para o país.)
Constâncio defendeu a redução das despesas do Estado (devem querer pagar-nos menos ordenados, menos saúde, menos educação, menos segurança social), mas também a adopção de medidas do lado da receita (mais impostos, mais portagens pagas,etc), considerando urgente a apresentação de «resultados na redução do défice orçamental já este ano».
Vítor Constâncio rejeitou ainda a ideia de que o programa de medidas a anunciar pelo Governo para reduzir o défice conduza a uma recessão da economia portuguesa.
«As medidas são difíceis e muito abrangentes, mas só por si um programa de ajustamento orçamental a três anos não dará origem a uma recessão económica em Portugal, embora o efeito das medidas a tomar seja restritivo sobre a economia», afirmou.
O governador adiantou que grande parte das medidas se refere à despesa do Estado e não se relaciona directamente com as empresas, que com a baixa taxa de juros e o extenso mercado europeu devem procurar ser mais competitivas para aumentar as exportações.
O défice orçamental português deverá atingir 6,8 por cento do PIB em 2005 devido, sobretudo, a insuficiências orçamentais, que ascendem a 3200 milhões de euros.
Só no Sistema Nacional de Saúde a comissão Constâncio encontrou 1512 milhões de euros que não estavam orçamentadas. (Bingo! Toca de introduzir a ideia do utilizador-pagador e outras ideias geniais do género)
A rubrica de remunerações certas e permanentes, correspondente aos gastos com os funcionários públicos que terão de ser pagos para cobrir os aumentos de vencimentos, irá ter de ser reforçada em 360 milhões de euros, usando a dotação provisional do Ministério das Finanças, explicou Constâncio. (Abatamos os funcionários como quem abate sobreiros!)
O orçamento das Estradas de Portugal, que tinha sido retirado das contas públicas, vai ter de ser reintegrado, dado que não tem autonomia, pelo que o défice foi agravado em mais 458 milhões de euros. (Vamos lá por portagens nas auto-estradas; por que não andamos de burro?)
Vítor Constâncio esclareceu ainda que a comissão detectou um agravamento do défice da Segurança Social de 599 milhões de euros relativamente ao que estava orçamentado de início e na Caixa Geral de Aposentações de 228 milhões de euros. (E se baixassem um pouco as reformas?)
Do lado da receita, houve também uma revisão em baixa da previsão que ajudou a agravar o saldo das contas públicas, já que o Estado não vai encaixar este ano 700 milhões de euros de dividendos (É a crise!)
Para mim que não tenho nada que ver com a Dona Economia, quero afirmar que não me importo de pagar mais impostos e pagar menos despesas que os impostos hoje pagam. PAGO O MESMO. Aliás, se os impostos contribuírem para reduzir as desigualdades (é para isso que servem, não?)prefiro até, que se opte pelo aumento dos impostos.
domingo, maio 22, 2005
Finalmente, Sócrates
O dia por que esperou Sócrates. Finalmente, estão criadas as condições para anunciar as medidas económicas que tem preparadas. Que o diga amanhã, ninguém vai dar por nada. Perante, a verdadeira retoma, ninguém se vai importar com os aumentos dos impostos, as limitações das reformas ou os salários congelados.
É por estas coisas que eles gostam tanto de futebol.
É por estas coisas que eles gostam tanto de futebol.
sábado, maio 21, 2005
Folclore
Folclore
À beira do Centro Comercial, esperando o intervalo dos hamburgueres e a visão das monstras concluída, alinham-se as barraquinhas cheias de bons conselhos para se deixar de ser gordo. Até lá estão os cartazes dos que vão consultar o médico para perderem peso. Coitados, sempre ao engano.
Faz-se o folclore do costume, os rastreios do colesterol e da hipertensão e da diabetes e até se mede o Índice de massa Corporal.
O espaço está ali cheio de esapço, enquanto ao lado, no Centro Comercial, os corredores vão enchendo. Mais logo, à hora do almoço, o piso de cima vai encher e cansados das montras, vão sentar-se à sombra do vermelho e amarelo dos néons comendo a apetitosa e barata comida de cheiro característico a América.
Se os rastreios e os diagnósticos tratassem, alguém...
Mas o tai chi chega ao Alentejo.
Somos assim
Além dos mais jogadores no Euromilhões, somos os que mais ganhamos. Aconteceu mais uma vez. Alguém ganhou mais uns milhões. Para nossa acalmia, acontece nestas alturas, irem-nos mostrar o sítio onde foi jogado o palpite e, obviamente, entrevistar os passeantes.
Perguntam então a uma senhora o que faria com aquele dinheiro todo e a resposta vem rápida: comprava uma casa melhor e também para os meus filhos! Assim se gastam quarenta milhões de euros? Não, nem se faz ideia do que isso é, nem do que significa. Andamos noutra dimensão, com zeros a menos. Mas somos generosos, sempre!
Perguntam então a uma senhora o que faria com aquele dinheiro todo e a resposta vem rápida: comprava uma casa melhor e também para os meus filhos! Assim se gastam quarenta milhões de euros? Não, nem se faz ideia do que isso é, nem do que significa. Andamos noutra dimensão, com zeros a menos. Mas somos generosos, sempre!
quarta-feira, maio 18, 2005
O sonho
De Sebastião da Gama:
O Sonho
Pelo Sonho é que vamos,
conmovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma dêmos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos
Pelo Sonho é que Vamos (1953)
O Sonho
Pelo Sonho é que vamos,
conmovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma dêmos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos
Pelo Sonho é que Vamos (1953)
No dia em que a sorte mudou e o sonho se foi
Hoje foi o dia do contraponto. Aquele golo na Holanda, foi o despertar do sonho já perdido. Hoje do quase 2-2, se chegou ao 1-3 e, seguramente, pela cabeça de muitos passou a ideia de que milagres não há todos os dias.
Se houvesse justiça no futebol não seria assim. Todos sabemos. Mas se o futebol fosse justiça não existia. É esta fronteira com a sorte que identifica a multidão com o futebol. É possivelmente da natureza humana buscar-se muito mais a sorte do que a justiça. Pelo menos enquanto as emoções dominarem as razões. Foi também possivelmente por isso, que esta equipa de soldados do exército vermelho, enquanto o foi, nunca ganhou. Ganhou agora, quando a rigidez da razão fica ao lado e avançados brasileiros conseguem sonhar ali na frente.
O êxito depende do risco e da sorte e muito pouco do trabalho e da justiça. Constato, assim, que é a aleatoridade que nos governa. Talvez porque seja da nossa natureza e esta vá demorar tempo a mudar. Será que mudará? Ou, definitivamente, iremos perceber que não podemos viver sem dúvidas, sem o gozo do risco, sem a alegria da sorte, que teremos de estar sempre não programados, sem planos quinquenais ou a qualquer distância. Será mesmo essa a nossa natureza?
Se houvesse justiça no futebol não seria assim. Todos sabemos. Mas se o futebol fosse justiça não existia. É esta fronteira com a sorte que identifica a multidão com o futebol. É possivelmente da natureza humana buscar-se muito mais a sorte do que a justiça. Pelo menos enquanto as emoções dominarem as razões. Foi também possivelmente por isso, que esta equipa de soldados do exército vermelho, enquanto o foi, nunca ganhou. Ganhou agora, quando a rigidez da razão fica ao lado e avançados brasileiros conseguem sonhar ali na frente.
O êxito depende do risco e da sorte e muito pouco do trabalho e da justiça. Constato, assim, que é a aleatoridade que nos governa. Talvez porque seja da nossa natureza e esta vá demorar tempo a mudar. Será que mudará? Ou, definitivamente, iremos perceber que não podemos viver sem dúvidas, sem o gozo do risco, sem a alegria da sorte, que teremos de estar sempre não programados, sem planos quinquenais ou a qualquer distância. Será mesmo essa a nossa natureza?
terça-feira, maio 17, 2005
Corporações
E mais uma vez mais se prova que temos os melhores doentes do mundo. Capazes de diagnósticos certeiros: o problema é, claro, a organização. Sabe bem saber que há quem aprecie o que se vai fazendo e encontro-os com frequência. Ao pé desta realidade temos o poder de algumas organizações, cuja função continuo sem entender muito bem. Como se pode conceber como reguladora de actividade da Saúde uma Ordem de Médicos? Parece-me, que é entregar a um dos participantes no jogo, a capacidade de o arbitrar. Mais uma vez tive essa experiência em mais uma reunião hoje. Estão ali mesmo para se defenderem dos males...
segunda-feira, maio 16, 2005
Um combate de todos os dias
Um combate de todos os dias.
Pois é, a obesidade é um combate que muita gente tem de travar diariamente, sem tréguas e sem recurso a armas de destruição maciça dos adipocitos. Não existem tais ferramentas! Apenas, o controlo preciso do equilíbrio entre o que comemos e o que gastamos. É esse o caminho!
Mas para o percorrermos é necessário combater quem nos educa mal, quem nos perverte os gostos e os hábitos, quem nos estimula a consumir sem parar desde muito jovens. Teremos de combater quem nos impõe ritmos de trabalho em que se não podem fazer as refeições que é necessário fazer, quem nos não permite intervalos de relaxamento, quem nos aponta sempre o dever do sacrifício face à D. Economia. Teremos de lutar por cidades onde possamos caminhar, sem carros sobre os passseios, com pistas para nos deslocarmos, onde não haja a necessidade diária de nos arrastarmos até ao trabalho e, depois, até casa ao fim do dia. E termos espaços e segurança para sairmos à noite e irmos até ao café, conversar com os amigos depois de não termos tido um dia de trabalho arrasador e gerador de mau humor, isolamento, sedentarismo, depressão.
Pois é, no próximo sábado vai haver um DIA DE lUTA CONTRA A OBESIDADE. Mas essa luta só será ganha se, diariamente, tivermos muitas outras lutas. As lutas fundamentais contra as causas da obesidade e de muitos outros males.
domingo, maio 15, 2005
Fim de semana em três momentos
Anteontem
Telejornal com Fátima, muita Fátima e depois futebol, o de amanhã, sobretudo. Fátima e Futebol, como sempre neste país F… por estes e outros Fs.
Ontem
Ao fim de uns anos o país volta à normalidade ou quase. Faltam ainda 90 minutos. Mas a festa já aí está. Vale a pena porque isto é assim: quando o Sporting ganha a festa é do bairro e da elite, quando o Porto ganha, é da região e do patrão novo-rico, mas quando o Benfica ganha, a festa é Nacional e do Povo.
Já tinha sido assim há uns anos neste dia, voltou a ser agora neste 14 de Maio que ainda acabará por ser dia do Benfica…
Hoje
Espreito pela janela a relva verde, brilhante com o sol e as folhas avermelhadas da buganvília. Subitamente, um pássaro gordo pousa num ramo e chilreia. São estes momentos que me fazem sentir que dar pouso a um pássaro pode ser já suficiente e muito. Aquela árvore que agora o aloja foi ali posta por mim, é como construção minha. Posso olhá-la e sentir-me realizador de uma coisa que dá abrigo a pássaros. È muito maior do que tirar uma dor a alguém ou restaurar-lhe uma função perdida. Mas ainda não entendi porque é diferente. Mas lá que sinto que é, sinto.
Telejornal com Fátima, muita Fátima e depois futebol, o de amanhã, sobretudo. Fátima e Futebol, como sempre neste país F… por estes e outros Fs.
Ontem
Ao fim de uns anos o país volta à normalidade ou quase. Faltam ainda 90 minutos. Mas a festa já aí está. Vale a pena porque isto é assim: quando o Sporting ganha a festa é do bairro e da elite, quando o Porto ganha, é da região e do patrão novo-rico, mas quando o Benfica ganha, a festa é Nacional e do Povo.
Já tinha sido assim há uns anos neste dia, voltou a ser agora neste 14 de Maio que ainda acabará por ser dia do Benfica…
Hoje
Espreito pela janela a relva verde, brilhante com o sol e as folhas avermelhadas da buganvília. Subitamente, um pássaro gordo pousa num ramo e chilreia. São estes momentos que me fazem sentir que dar pouso a um pássaro pode ser já suficiente e muito. Aquela árvore que agora o aloja foi ali posta por mim, é como construção minha. Posso olhá-la e sentir-me realizador de uma coisa que dá abrigo a pássaros. È muito maior do que tirar uma dor a alguém ou restaurar-lhe uma função perdida. Mas ainda não entendi porque é diferente. Mas lá que sinto que é, sinto.
quinta-feira, maio 12, 2005
Dia da Libertação dos Impostores
Acaba de me ser enviado por um Banco, um mail, que me refere um novo conceito económico criado numa Faculdade de Economia Portuguesa: O dia da libertação dos impostos. Rapidamente, é o dia a partir do qual deixamos de pagar impostos e passamos a ganhar para nós. A notícia é-me dada com um comentário laudatório da Santa Economia dos Estados Unidos, que diz exactamente que «quando nos comparamos com os Estados Unidos da América, podemos verificar que em média, um contribuinte americano irá trabalhar menos 41 dias para pagar os seus imposto do que o contribuinte português». Curiosamente, num gráfico apresentado, verifico que depois da Irlanda, somos na União Europeia quem tem menos dias de trabalho para pagar os Impostos. E o gráfico não mostra aqueles que, entre nós, nem chegam a trabalhar um único dia para pagarem os Impostos que deveriam... São claramente, os mais trabalhadores, os que odeiam tanto o Estado, que já se instalaram por conta própria na nossa economia.
Depois desta novidade, surgiu-me uma ideia que vendo de barato aos investigadores da dita Faculdade. Criem o conceito do dia da Libertação dos Encargos (que saem directamente do bolso dos índigenas) com o Pagamento da Saúde, da Educação, dos Encargos com a Reforma, etc. e digam-me em que lugar ficam os Estados Unidos e países onde os desgraçados dos habitantes são actualmente escravizados pelo Estado opressor, como a Suécia ou a Dinamarca.
Esta divulgação está obviamente inquinada por conflito de interesses. Estes banqueiros acham muito melhor que lhes compremos seguros de saúde ou complementos de reforma do que paguemos Impostos ao Estado. Será uma forma de nos controlarem melhor e continuarem a ficar cada vez mais ricos à nossa custa. Continuo à espera que nem o Espírito Santo lhes valha nesta tão nobre causa. E já agora que nem o Nobre valha ao Espírito Santo, em causas aparentemente menos nobres.
No que me for possível, continuarei à procura do Dia em que me livrem de impostores, o dia em que esta ciência mude e todos acordemos finalmente.
quarta-feira, maio 11, 2005
Mudanças
A estabilidade nos serviços pode muito bem ser a antecâmara do pântano. As pessoas habituam-se umas às outras, conhecem as suas reacções e passam a actuar de forma calculada, preocupando-se em garantir a homeostase enquanto a decomposição do organismo vai avançando. A lentidão do processo cria mesmo alguma habituação e, inconscientemente, ninguém dá pelo cheiro.
Quando alguém de fora surge, com outra base de informação, outras reacções, o organismo desperta, agita-se, torna-se mais criativo. Quem até estava adormecido, começa a sentir a necessidade de despertar, de procurar novo setpoint. No fundo todos ficam mais satisfeitos com o que fazem. O mundo da lamentação pode limitar-se.
As águas agitam-se e, retrospectivamente, até se percebe que já não era bom o cheiro que existia, fica outro perfume no ar.
A experiência desta sessão clínica, mostrou-me que a mobilidade das pessoas entre os serviços é fundamental. Ninguém perde, todos ficam mais vivos, menos instalados. Os que servimos, esses serão os que mais ganham. É a passagem de um modelo monárquico para a República. Para facilitar as coisas e acelerar os processos, fico mesmo a pensar se não deveria começar-se por substituir de forma regular todas as chefias... A influência no colectivo era potenciada pelo novo estilo do Chefe.
Quando alguém de fora surge, com outra base de informação, outras reacções, o organismo desperta, agita-se, torna-se mais criativo. Quem até estava adormecido, começa a sentir a necessidade de despertar, de procurar novo setpoint. No fundo todos ficam mais satisfeitos com o que fazem. O mundo da lamentação pode limitar-se.
As águas agitam-se e, retrospectivamente, até se percebe que já não era bom o cheiro que existia, fica outro perfume no ar.
A experiência desta sessão clínica, mostrou-me que a mobilidade das pessoas entre os serviços é fundamental. Ninguém perde, todos ficam mais vivos, menos instalados. Os que servimos, esses serão os que mais ganham. É a passagem de um modelo monárquico para a República. Para facilitar as coisas e acelerar os processos, fico mesmo a pensar se não deveria começar-se por substituir de forma regular todas as chefias... A influência no colectivo era potenciada pelo novo estilo do Chefe.
terça-feira, maio 10, 2005
DECO(ro)
É como se legiões de doentes, de um momento para o outro, tivessem que desatar a correr dos hospitais para fora. A notícia só diz que a DECO detectou, mas o caso é que se detecta a coisa deve ser preta, mais se semelhando a um qualquer Marburg. Tanto mais que tendo a DGS negado, na notícia apenas se refere que desdramatizou. Ou seja os habituais intelectuais continum a escolher os verbos errados. Primeiro teriam feito melhor figura se tivessem indicado o que tinha sido verdadeiramente detectado, depois deveriam ter referido não a desdramatização, mas realmente a ausência de problema. Nessa altura teriam ficado sem notícia. Ou poderiam ter ido mais longe e noticiado que a DECO alarmou a opinião pública sem motivo. Esta era realmente a notícia. Só que neste caso, estariam a favor dos técnicos contra os consumidores, o que também não é grande caminho para as vendas. Meter medo é sempre mais rentável do que informar e se se puder levantar alguma suspeição sobre o poder, mesmo o técnico, tanto melhor. A campanha do medo é fundamental para que outras coisas fiquem como estão.
Com notícias destas, mais valia fazerem destaques como o www.sapo.pt:
«Maria do Carmo confronta Angélica! Não perca o episódio de hoje!» Vende na mesma e os doentes escusam de ter medo de tomar banho nos hospitais.
Quanto à DECO poderia continuar o seu estilo de vendas tipo Readers Digest. Se você comprar este nosso produto, nós oferecemos-lhe mais uma caneta que deita luz pelo cu e projecta as horas no tecto do seu quarto, quando você gostava de continuar a dormir e ainda mais um computador, quer dizer uma pda, quer dizer uma agenda electrónica, quer dizer uma coisita (que o entusiasme a comprar o tal produto, que geralmente lhe vai servir para nada ou muito pouco).
Com notícias destas, mais valia fazerem destaques como o www.sapo.pt:
«Maria do Carmo confronta Angélica! Não perca o episódio de hoje!» Vende na mesma e os doentes escusam de ter medo de tomar banho nos hospitais.
Quanto à DECO poderia continuar o seu estilo de vendas tipo Readers Digest. Se você comprar este nosso produto, nós oferecemos-lhe mais uma caneta que deita luz pelo cu e projecta as horas no tecto do seu quarto, quando você gostava de continuar a dormir e ainda mais um computador, quer dizer uma pda, quer dizer uma agenda electrónica, quer dizer uma coisita (que o entusiasme a comprar o tal produto, que geralmente lhe vai servir para nada ou muito pouco).
segunda-feira, maio 09, 2005
Ajuste de contas
Esta história que se vai escrevendo todos os dias. Nuns dias, sabe-se da ajuda dos Aliados; noutros, finalmente, ficamos a saber que muitos outros, muitos mais, libertaram a Europa do domínio de uns loucos. Os números ficam aí e falam, falam muito, sobre a luta contra o nazi-fascismo e de quem por ela deu a vida. Depois há outras pequenas histórias, certamente.
domingo, maio 08, 2005
À Benfica
Há fenómenos que só estão ao alcance alguns. Por exemplo, ampliar com bancadas artificiais os campos dos adversários, enchendo de vermelho todos os estádios do país. Isto é, jogar em casa, quando se está fora. Como dimensão chega.
Neste clube o que não cabe é a pequenez dos comentários à la Pinto da Costa. Este clube deve ser pedagógico. Nada justifica que se atire lixo contra os adversários. Perder um jogo não tem importância nenhuma, desde que a grandeza que se tem, se não perca.
Qu'essa merda, o meu? Como está o Peresterelo a dizer. É bom que se ouça sempre.
Perde-se porque se tem uma equipa à medida e quando se tapa a cabeça, os pés ficam de fora. Ou taparam-se os pés e a cabeça arrefeceu.
Mas ainda assim, o Sporting ainda não ganhou ao Guimarães, nem na Luz ao contrário do que é ciência adquirida por estes tempos. Para além do mais, os santos últimos minutos se calhar não chegam todos os dias e, afinal, quem não perde com o Penafiel?
Neste clube o que não cabe é a pequenez dos comentários à la Pinto da Costa. Este clube deve ser pedagógico. Nada justifica que se atire lixo contra os adversários. Perder um jogo não tem importância nenhuma, desde que a grandeza que se tem, se não perca.
Qu'essa merda, o meu? Como está o Peresterelo a dizer. É bom que se ouça sempre.
Perde-se porque se tem uma equipa à medida e quando se tapa a cabeça, os pés ficam de fora. Ou taparam-se os pés e a cabeça arrefeceu.
Mas ainda assim, o Sporting ainda não ganhou ao Guimarães, nem na Luz ao contrário do que é ciência adquirida por estes tempos. Para além do mais, os santos últimos minutos se calhar não chegam todos os dias e, afinal, quem não perde com o Penafiel?
sábado, maio 07, 2005
Rotinas
Deve ser por hipersensibilidade, mas esta mania de ter como página inicial o yahoo.com, tem-me dado invariavelmente, nos últimos dias, sempre o mesmo tipo de informação: mais uns quantos iraquianos ou americanos que morrem.
sexta-feira, maio 06, 2005
Fátima ou Mourinho
Perdemos sempre quando isto acontece, quando um acto de sorte, leva à vitória. Nessas alturas, há um orgasmo de facilidade, o triunfo do desenrascanço mais uma vez e ficamos a acreditar na sorte como fonte de resolução dos problemas. Depois ficam a mostrar-nos repetidamente as imagens da alegria inesperada, que substituiu os rancores do minuto anterior, em que todos se preparavam para realçar a nossa pequenez e, espasme-se, a nossa falta de sorte. Acontece-nos por acaso, que é a única forma de acontecer nesta terra sem programa, sem rigor. Quando algum trabalho leva a esse rigor, logo a arrogância estraga a imagem positiva do trabalho. Somos de extremos, incapazes de olharmos o trabalho como rotina normal e natural. Fátima ou Mourinho, sem nada de permeio.
quinta-feira, maio 05, 2005
Desinformação organizada
A história é recorrente. Uns casos de infecção meningocócica levam a declarações solenes de médicos hospitalares. O delegado de Saúde vem fazer o estado da arte indicando o que é necessário fazer. Os jornalistas, colocando-se numa posição inqualificável, vão saber o que pensam os pais, ou melhor, o que acham. Com efeito, eles não pensam nada, porque não sabem nada e pensar é um acto de saber. Os pais das crianças, acham. Têm medo e dizem disparates o que é óptimo para aumentar audiências. Trata-se de uma situação bem caracterizada com respostas científicas bem estabelecidas. É isso que é preciso divulgar, não as angústias e a ignorância, os achados despropositados motivados pela preocupação, mas infundamentados. Do Olimpo da Comunicação Social, os senhores jornalistas actuam de forma distante, obedecendo a um código não deontológico, estimulam objectivamente a dúvida e disseminam a ignorância. Vendem o seu produto, são fáceis. Mas a facilidade é inútil, perniciosa e irracional. Como penso que os jornalistas raciocinam, nem sei que pensar da forma como fazem a notícia...
terça-feira, maio 03, 2005
Dor
Ando naquele estado de descrença na ciência. Por a mais b me demonstram que não tenho razão para ter dor num ombro. O exame objectivo, a radiografia, a ecografia foram definitivas: está tudo bem, são que nem um pero. Só que dói na mesma. Pior, além da dor, ainda deixei de ter razão. Tenho então que descrer nesta ciência que contraria a evidência. Este desfasamento entre sintoma e ciência que o não explica, deixa-me céptico. Era bom que não havendo explicação para a dor, a dor se fosse embora. Mas não, persiste, a estúpida!
Aprendo que nada tranquiliza saber da falta de razão da dor se ela, irracionalmente, se mantém. De pouco vale a razão se o sentimento a não acompanha.
Aprendo que nada tranquiliza saber da falta de razão da dor se ela, irracionalmente, se mantém. De pouco vale a razão se o sentimento a não acompanha.
segunda-feira, maio 02, 2005
Breve
Vergílio Ferreira: Escrever é ter a companhia do outro de nós que escreve Há dias em que mais vale estar só. Por isso, já está por hoje.
domingo, maio 01, 2005
Tanta festa
Quando assim calha, é pena. Hoje não fomos trabalhar, porque fez anos que somos trabalhadores. Ou talvez não. Foi por ser domingo. Para aumentar a confusão foi dia da mãe. Muito acontecimento para caber em 24 horas ou nas horas de um dia de descanso. São poucas as horas dos dias de descanso.
A festa do trabalho não foi a festa dominante. Vai longe a enxurrada que acabou no 1º de Maio, no Estádio. Agora há arraiais distribuídos por aí, mas não são nada do que aquilo foi. É pena. Já poucos se lembram das promessas de sangue no 1º de Maio.
Fica o dia das mães ou de algumas pelo menos. E ainda assim, há mães com trabalho, mães com trabalho a dobrar, mães sem trabalho, mas sempre com trabalhos e as outras que estão dispensadas do trabalho de mães porque outras vieram fazer o trabalho delas, enquanto vão às massagens ou às compras.
A festa do trabalho não foi a festa dominante. Vai longe a enxurrada que acabou no 1º de Maio, no Estádio. Agora há arraiais distribuídos por aí, mas não são nada do que aquilo foi. É pena. Já poucos se lembram das promessas de sangue no 1º de Maio.
Fica o dia das mães ou de algumas pelo menos. E ainda assim, há mães com trabalho, mães com trabalho a dobrar, mães sem trabalho, mas sempre com trabalhos e as outras que estão dispensadas do trabalho de mães porque outras vieram fazer o trabalho delas, enquanto vão às massagens ou às compras.
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