Os conflitos de interesses deveriam vir assinalados nos cabeçalhos dos jornais e nos rodapés dos telejornais. Algumas revistas médicas já o fazem. Mais importante seria perceber-se que a informação como a saúde, deveriam estar afastadas do conceito de negócio. Há certos bem que não são comercializáveis, sob pena de uma deturpação profunda e de se acabar a comprar gato por lebre.
Este artigo do Le Monde Diplomatique é de leitura quase obrigatória para uma melhor compreensão do mundo e da informação que temos. Fica-me a ideia de que a informação e a formação da opinião não são atingíveis pela via da gratuitidade. Não há almoços grátis nem informação oferecida. Poderá ser mais ou menos cara e é preciso definir quem deve ser o pagador. No caso da informação, o acesso, embora seja um direito, é também uma opção e como tal parece-me razoável que a paguemos, pelo menos parcialmente. É melhor pagá-la e sabermos que o que se consome tem qualidade, do que ser-nos dada e estarmos a ser simplesmente manipulados. É bom que a informação nos agite e não que sirva para nos conformar. Compreende-se que as quotas sindicais não nos sejam pagas pelos patrões (se calhar até gostariam...). Da mesma forma, não nos interessa muito uma informação completamente dependente dos grupos económicos. Mais do que uma informação dita independente, precisamos ser leitores independentes e exigentes perante quem no-la dá. Mas para isso, deveremos ser donos dela, isto é, ter a sua propriedade.
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