Subitamente, um texto nos agita e ficamos, por instantes, longe, muito longe de toda a realidade mesquinha em que nos movemos. Hoje, já nem a falta das viagens é alibi. O conhecimento do mundo está na ponta dos nossos dedos, numa viagem que fazemos sentados frente a um qualquer monitor. Lemos, não podemos ignorar. Mas estamos bem na nossa inércia. Lamentamos e não agimos.
Depois ouvimos, o lamento da deslocalização das empresas. Sabemos que vão ser perdidos postos de trabalho. Só porque há quem, na aldeia global, trabalhe mais barato. E os revolucionários de hoje o que dizem? Basicamente, esquecem o internacionalismo, defendem o estado de coisas actual, defendem os votos que lhes dão o poder. O mundo está diferente. Com o mal dos outros podemos nós bem. Mas afinal eles são os explorados de hoje, os mais explorados, os que terão de se unir. E certamente vão faze-lo. Se necessário, contra nós próprios. Esta história está longe de acabar e vai muito para além dos anos que andamos por cá.
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