Já não se trata de votar em branco, mas de nos assumirmos como não cidadãos. Que se estará a passar numa sociedade em que este tipo de coisas é possível? E são precisamente os jovens, aqueles que mais interesse teórico teriam na melhoria da sociedade que assim procedem. Parece que nos transformamos em meros consumidores. Também dos actos dos políticos. Uma geração desengraçada conveceu os jovens que têm direito a tudo, que o esforço é um bem negativo, que o bem-estar um direito inalienável, que deve ser conseguido o máximo com o mínimo esforço. Isso é uma boa relação custo-benefício. Alienados, preparam-se para comer os restos. Mas ainda estão a tempo de perceber que ninguém dá nada a ninguém e que os que os convenceram dos direitos todos, são os mesmos que lhes tiram os contratos colectivos de trabalho e lhes impõem contratos individuais, que lhes tiram as garantias no emprego, na saúde, na educação, em resumo que lhes oferecem tudo para eles consumirem, ficando à espera de amealhar com o investimento deles. É urgente reflectir, não ir com as outras (da boa vida, por sinal, mas só delas). Não há almoços grátis, lembram-se? É altura de fazer uma sociedade de mais acção e menos reacção e para isso é fundamental que nos assumamos como cidadãos intervenientes.
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