A criação de regras é uma actividade complexa quando os grupos que as criam não conseguem abstrair-se das pessoas a quem se dirigem. Entre nós há este hábito maçador de fazer tudo a pensar nas pessoas específicas desses grupos e o que se tolera, quando muito, é algum equilíbrio de poderes. Surge um problema concreto e nomeia-se uma pré-comissão para a qual se escolhem uns quantos iluminados. Depois, estes cozinham a constituição definitiva da comissão em que os critérios são o equilíbrio de poderes entre os seus membros. Depois o tempo passa e a certa altura as pessoas mudam. É chegada a altura de tentar nomear novos pelos que partem num jogo monárquico em que os quie têm de partir ainda assim, possam manter algum poder através daqueles a quem fizeram o favor de indigitar. Mudaram os tempos e as circunstâncias e com a mudança vieram as incongruências e a comissão fica sem sentido, carecendo de lógica, tanto mais que os especialistas de ontem trabalhavam em locais onde hoje estão outros e entretanto apareceram mais locais. O mais cómico e ao mesmo tempo trágico, é que se invoquem princípios éticos para manter a lógica da monarquia e bloquear o acesso a grupos novos. Super cómico é o facto de a comissão estar completamente esvaziada de qualquer poder e apenas garantir um estatuto que não passa de uma imagem que serve para usar poderes noutros lados.
Este é um post obviamente datado, dirigido e exclusivamente para recordar mais tarde. Quem não estiver ligado a este problema concreto, provavelmente, não entenderá nada disto. Mas isto é o meu país onde uns têm estádios que julgam poder partir, porque são deles, outros crianças em que batem, porque as fizeram,outros se vangloriam do que lhes resta, considerando seus os méritos de outros como acontecerá mais logo quando o FCP eliminar o Manchester. Há sempre a esperança de ficarem frustrados... Sinceramente, quanto menos vitórias no futebol, melhor o prognóstico do país.
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