Estamos num país difícil. Os funcionários públicos têm um sistema especial de apoio à saúde, que vai sofrer alterações passando por cortes nos subsídios às consultas, análises e meios complementares. Como compensação, naquilo que acho dever ser uma experiência pioneira em termos de apoio social em todo o mundo, esses serviços decidiram criar um sistema de apoio após a morte e começaram a enviar cartões aos funcionários mortos. Não é que logo se levantam vozes contra esta iniciativa!
Esta é uma das histórias em que mais uma vez se vê logo de que lado está a culpa. Como podem eles saber que o funcionário morreu, se eles nem se dão ao trabalho de depois de mortos, lhes fazerem a respectiva comunicação. Do tipo, em papel de 35 linhas:
Eu F...., funcionário público (cansado de funcionar) venho por este meio, comunicar a V. Exas que a partir do dia de hoje me encontro na situação de morto. Peço, por isso, que, para os devidos efeitos, o meu nome deixe a partir desta data de constar nas vossas listas com todas as implicações daí decorrentes, nomeadamente a cessação do envio do respectivo cartão de beneficiário.
Pede deferimento
Data
Fulano (com assinatura reconhecida)
Bom, aqui deixo esta sugestão de minuta aos mortos mais distraídos. Que diabo, não custa nada e poupam-se os incómodos à família.
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