A realidade das coisas está fora da física que são. Um lençol é fisicamente branco, mas só o reconhecemos como tal nas ondulações da representação, onde o pintor lhe inscreve diferentes tonalidades para que o possamos ver. Nunca o reconheceríamos como tal numa tela completamente branca que poderia ser tudo sendo nada.
Somos mais que a nossa história. Não nos ficamos pelo currículo chato e cronológico de acontecimentos de vida. Somos aquilo que imaginamos da nossa história. Somos as nossas histórias e fantasias de vida, aquelas que contamos aos outros. Nos outros nos vamos fazendo e neles sobrevivemos à morte naquilo que neles deixamos. No imaginário poderemos estar muito mais perto da verdade que somos, do que nos dados objectivos que vamos somando pela vida. Sem o imaginário nem chegaremos bem a ser. A nossa eternidade fica dispersa pelos relvados onde aqueles com quem contactámos ao longo da vida assistem ao nosso funeral cheios já da nossa memória.Foi pelo menos assim que fiquei ontem depois de ir ao cinema ver o Big Fish, absolutamente imperdível!
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