quarta-feira, julho 30, 2008

Com a ajuda de Brecht

Perante a ameaça do baronato ordenado, a Ministra começa a hesitar? Será mesmo que a imposição do fim da promiscuidade causará a terrífica debandada dos médicos? Que médicos irão embora? Os instalados no sistema, os que já hoje têm larga actividade na medicina privada. E que acontecerá aos hospitais se forem embora? Que redução de produtividade acontecerá se certos directores de Serviço que hoje não fazem urgências, nem consultas, nem MCDTs, nem cirurgias quiserem deixar o Serviço Público? Como irão sobreviver os doentes se eles deixarem de lhes fazer o que hoje já não fazem? Não, eles governam, dirigem! Ah, pois, e isso é assim tão complicado?
«Ou será que Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?» (Brecht seguido de Brecht adaptado):

Quem constrói a Saúde nos hospitais e centros de saúde, o SNS?
Nos livros vem o nome dos Directores,
Mas foram eles que estiveram de Banco?

Se os médicos dos hospitais soubessem observar e fazer prescrições
E se soubessem distinguir uma constipação de um cancro
Não haveria necessidade de Directores de Serviço.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

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