Fácil é decidir quando o resultado está feito antes da decisão. Decide facilmente quem não tem dúvidas, quem escolheu antes da escolha. A justificação da escolha é, apenas nestes casos, a fabricação dum somatório.
Fácil também é decidir, quando é incomparável o objecto da escolha que se faz, quando a diferença é de tal forma abissal que até os cegos a veriam.
Fácil, diria eu, é decidir quando, bem ou mal decidido, ainda somos responsabilizados pela escolha, quando somos nós que definimos os critérios para escolher.
Escolher sem ter escolhido antes, entre realidades de perto comparáveis e sem aplicarmos os nossos critérios para decidir tendo em vista objectivos a atingir, é a verdadeira dificuldade. Por mais, que tentemos satisfazer-nos com a escolha, resta-nos sempre a dúvida de termos feito o melhor. Mas isso acontece com qualquer escolha que fizessemos nestas circusntâncias, porque se calhar, o melhor, é um conceito inatingível no contexto em que nos mexemos.
Tanto mais que, nos dias que correm, já ninguém escolhe com este carácter de escolha definitiva. Mas isso é nas outras escolhas, que nestas ainda temos essa ideia de utopia e estabilidade. Daí a surrealidade de tudo isto.
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