quarta-feira, março 22, 2006
O futebol é uma escola (até para as escolhas)
A aplicação da legislação dos concursos médicos para provimento de lugares é um exercício de absurdo. Selecciona-se uma equipa com base num molho de critérios gerais. Imagine-se um treinador de futebol a escolher os elementos da equipa com base numa grelha muito objectiva que aponta alguns grupos de critérios que no caso poderiam ser muito lógicos. Os parâmetros de avaliação poderiam ser, por exemplo,tempo de prática da modalidade, tempo em que foi foi capitão de equipa, golos marcados, golos sofridos e por aí adiante. Muito objectivo, muito independente, mas um absurdo completo. O que importa à equipa é sê-lo, isto é, ter guarda-redes, defesas, médios e avançados. Cada um dos grupos terá necessariamente de ser avaliado de acordo com perfis de avaliação distintos. Não se pode usar o mesmo critério para seleccionar uns e outros. Exactamente o que se faz nesta coisa dos concursos médicos é o contrário, tenta-se aplicar uma grelha uniforme não tendo em conta as necessidades da equipa. O resultado é o funcionamento das equipas. Imagine-se uma equipa de futebol constituída só por avançados ou só por guar-redes... Era muito melhor deixar ao Director de Serviço a escolha dos seus elementos e despedi-lo, como se faz aos treinadores, quando os resultados não aparecessem. E só não é assim, porque essa seria a forma de lhes pôr o poder em jogo. E eles até agora não têm permitido.
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