terça-feira, fevereiro 14, 2006

A santa

No dia em que anunciou um aumento dos lucros de 62 por cento em 2005, a Volkswagen prepara a redução de 20 mil postos de trabalho nos próximos três anos. Em causa está o facto de os lucros serem inferiores ao esperado pela administração.
É com esta simplicidade de texto que a TSF nos dá a notícia. Quando alguém vos disser que os salários não podem aumentar porque há necessidade de criar riqueza antes de a distribuir e que temos de fazer sacrifícios e tal, expliquem-lhes que estão amentir a toda a força. Não é assim que funciona a sagrada economia que os inspira. Essa é mais como explica a notícia acima. A tal economia em nome da qual passam o tempo a pedir-nos sacrifícios, não é para melhorar a vida das pessoas, é para corresponder, para se aproximar dos lucros esperados, especulados. Nos últimos tempos a dita tem procurado chantagear-nos, dividir-nos, negociar caso a caso, destruindo a coesão que nos pode fazer fazer-lhes frente. Ontem no Hospital de São João, enfermeiros protestaram contra a precaridade do emprego. Querem tornar-nos precários, sem qualquer tipo de garantias e em troco de pouco mais do que insegurança. Andam a vender o Estado, delapidando tudo o que pode dar lucro, oferecendo-o aos privados. Houve um tempo em que se resistia e ram tempos duros de resistência. Que se passa agora? Como aceitamos a mordaça?
Esta economia, que nos querem fazer passar por única, não nos serve, queremos outra. A história continua, há mais mundos além dos desenhados pelos sábios do Império e adoptados pelos subditos da terra.

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