domingo, fevereiro 26, 2006

1-0


Fim de tarde avermelhado. Só uma bola foi pouco... mas chega para recomeço.

sábado, fevereiro 25, 2006

Anjos com pés de burro

É nisto que dá. Ainda há sítios no mundo onde o fanatismo não oculta a caricatura do invencível.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Modelos

Há uns separadores de promoção na SIC Notícias onde se promove a estação com a participação bem humorada de algumas das nossas celebridades (não os consigo referir pelos nomes porque já me esqueci, desculpem...). É uma cultura muito em voga esta da promoção dos que saltam mais alto, batem mais forte na bola, aceleram melhor. Pelo contrário ninguém ousa falar de tipos como o Jorge Calado, que ainda ontem mostrou na Gulbenkian o que é ser-se grande, o que deveria ser modelo. Há uma falsa proximidade do povo relativamente aos primeiros e uma fatal distância para os segundos. Por isso os primeiro induzem a ilusão, os outros a frustração, os primeiros a facilidade, os outros a realidade e o trabalho. Dos primeiros ninguém saberá daqui a 10 anos os nomes, os outros serão recordados daqui a muitos.
É que as mensagens querem-se alienantes, emotivas, com tudo o que possa afastar a mais breve reflexão. Nos dias em que andamos, reflectir é subversão, algo que deve ser evitado de todas as formas. Mostrem-nos as lágrimas e os risos dos outros para que não nos passe pela cabeça rir ou chorar e nos limitemos a andar por aí, máquinas obedientes.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Combates

Se não nos acautelarmos, a Indústria Alimentar ainda nos tenta convencer que são os líderes da Educação Alimentar. Veja-se o esforço que fazem pela transformação dos conteúdos fornecidos, cada vez mais saudáveis, com menos açúcar e menos gordura. No fundo só querem defender a liberdade de escolha, embora não consigam explicar por que não pôr no mercado outras drogas mais ou menos duras. Dizem tudo isto com uma inocência chocante.
Por mim fica-me a ideia de que precisamos continuar a proibir (lixo alimentar nas escolas e não só), para que eles promovam cada vez mais alimentos saudáveis.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Consulta

Olhou-me e disse, vou morrer, e morreu mesmo, o estúpido. É a crónica de uma morte anunciada num momento de consulta em que a doente explica os motivos de não cumprir a dieta. O stresse é um momento entre o estúpido e o coitadinho. Há a ternura e o horror, tudo misturado na impotência da vida. Fico limitado a um olhar solidário. No fundo, andamos todos a fazer o melhor que sabemos, com a excepção dos que sabem demais. Pelo meio, faz-se muita asneira com a melhor das boas vontades e debitam-se desculpas de culpas não sentidas, mais desejos e impotências de fazer diferente.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Breve

Há dias em que me fico pelos dias na marca que o calendário me imprime. Ontem aconteceu assim e tem ciclicamente acontecido, como hoje e amanhã. E sempre nesta coincidência mágica de sequência todos os anos. É no mês mais pequeno do ano que tudo acontece. Há estrelas amarelas a saltar da ponta da varinha a deixar-me a sentir um pequeno príncipe contente com o mundo.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Negligência

Cada vez mais assisto a uma cultura de crítica, de pesquisa fanática do erro para obtenção de lucro, procurando má intenção no erro, agora geralmente chamado negligência. O árbitro erra e pede-se a cabeça. Antes de mais, foi comprado. O médico engana-se, pede-se indemnização, prisão até. Crime, grita-se. Há uma fogueira ateada para onde se querem atirar todos os que ainda vão tomando decisões, o primeiro passo para se poder errar. O motivo é muitas vezes bem mesquinho e não ultrapassa a vingança em relação ao que se pensa ser poder, algo em que vivem os frustrados famintos de sangue. Corrigir erros com penas, não os vai evitar no futuro, porque ninguém erra por querer errar. O erro maior é a admissão da infalibilidade, a fé numa ciência exacta. É essa fé um produto vendido a cada esquina, uma mentira repetida incessantemente, para nos atirar uns contra os outros num caldo de intolerância fundamentalista. Enquanto nos vergastarmos, outros assistem ao espectáculo na pacatez dos seus palácios, em orgias de poder sem fim. O verdadeiro poder precisa desta diversão para continuar a reinar. Esta é uma realidade que, muitas vezes, nos escapa e não o entender pode ser negligência.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Momentos de uma profissão

Há algum pudor que nos impede de olhar a morte com naturalidade como se de uma senhora bonita e bem vestida se tratasse, como Saramago no-la apresenta. Pior do que a nossa, muito pior, é olhar a dos outros. E o pior de tudo é decidir sobre ela. Hoje, cada vez mais, depois de escolhermos o momento de nascer, começamos a ter nas mãos a decisão do momento de deixar a morte chegar. Muitas vezes, por um receio, possivelmente natural, tentamos encarniçadamente afastá-la, pesando mal o equilíbrio entre o sofrimento de estar vivo e a tranquilidade de o não estar. A todo o custo, muitas vezes, identificamos vida com prolongamento de tempo sofrido, quando, talvez, mais a devessemos identificar com esperança. Que vida há, além da esperança? Decidir o fim da esperança, é dos actos mais dramáticos desta profissão. Mas quando o olhar de desespero nos enfrenta, nem sempre devemos ser passivos e fazer de conta que não é nada connosco. Se dar esperança é obrigatório, menos não é, concordar com a falta dela, quando não o fazer é um prolongamento insano de dor. Fica um grande alívio, quando os corticóides, desta vez pelo menos, voltam a transformar o olhar e o oxímetro vai mostrando saturações crescentes, quando minutos antes desciam de forma angustiante. Mas se não, impõe-se ajudar o olhar a ficar tranquilo. Muito difícil, mesmo assim racionalizado.
Hoje ainda respirava e, tranquilamente, com olhar agradecido dizia, foi este, apontando-me o dedo. Mas afinal foi apenas ela, eu poderia ter sido obrigado a fazer outras coisas. E naquele momento de agradecimento, fico com o desejo inconfessável de que tenha alta, de que seja transferida para outro lugar qualquer antes da minha próxima urgência interna.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

A santa

No dia em que anunciou um aumento dos lucros de 62 por cento em 2005, a Volkswagen prepara a redução de 20 mil postos de trabalho nos próximos três anos. Em causa está o facto de os lucros serem inferiores ao esperado pela administração.
É com esta simplicidade de texto que a TSF nos dá a notícia. Quando alguém vos disser que os salários não podem aumentar porque há necessidade de criar riqueza antes de a distribuir e que temos de fazer sacrifícios e tal, expliquem-lhes que estão amentir a toda a força. Não é assim que funciona a sagrada economia que os inspira. Essa é mais como explica a notícia acima. A tal economia em nome da qual passam o tempo a pedir-nos sacrifícios, não é para melhorar a vida das pessoas, é para corresponder, para se aproximar dos lucros esperados, especulados. Nos últimos tempos a dita tem procurado chantagear-nos, dividir-nos, negociar caso a caso, destruindo a coesão que nos pode fazer fazer-lhes frente. Ontem no Hospital de São João, enfermeiros protestaram contra a precaridade do emprego. Querem tornar-nos precários, sem qualquer tipo de garantias e em troco de pouco mais do que insegurança. Andam a vender o Estado, delapidando tudo o que pode dar lucro, oferecendo-o aos privados. Houve um tempo em que se resistia e ram tempos duros de resistência. Que se passa agora? Como aceitamos a mordaça?
Esta economia, que nos querem fazer passar por única, não nos serve, queremos outra. A história continua, há mais mundos além dos desenhados pelos sábios do Império e adoptados pelos subditos da terra.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Agostinho da Silva e o outro Silva

“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se a1guns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”

(Agostinho da Silva, "Cartas a um jovem filósofo")



«Raramente me engano e nunca tenho dúvidas»

(outro Silva)

Um é filósofo o outro nem sei que diga, mas dizem ser economista. Se calhar melhor se vive sem a sua economia do que sem a filosofia do primeiro, que partiu há 10 anos.

domingo, fevereiro 12, 2006

Ideias soltas

Prevaricar em benefício próprio deverá ser um dos principais combustíveis que nos fazem mexer. O gozo maior vem de enganar o outro, seja ele Estado ou colega. Cada vez que mais olho à procura da natureza dos homens, mais me parece ser isto verdade. O hedonismo é o nosso estado natural. Que poderíamos fazer e faríamos se tudo nos fosse permitido? Pois é, foram precisas as religiões e as leis do Estado para nos controlar. Acontece, que nos últimos anos temos cada vez mais abandonado a religiosidade e agora nos esforçamos por liquidar também o Estado. Se calhar é a Natureza e esta Evolução que explicam o estado a que estamos a chegar. O avanço da ciência retira-nos os medos e a necessidade de acreditar, porque só é preciso acreditar no que se não sabe. Quando sabemos, não precisamos de crer, sabemos simplesmente. à medida que sabemos, dominamos, temos novos poderes, não precisamos de invocar os favores de Deus. Compreendemos os fenómenos e controlamo-los. Tudo por nossa conta, sem apelar a ajudas. Qual então a necessidade de um estado para nos limitar os nossos poderes?

Mas o conhecimento não é universal, por isso o que ficou dito aplica-se a quem o tem e são esses quem propõe a sua libertação. Já agora em nome de todos para facilitar o seu domínio.

Aos outros, que por acaso são a esmagadora maioria, compete caminhar contra-natura, o que é, obviamente, uma caminhada bem difícil.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Liberdade

Fazer um quadro visível melhor ainda que escrever um livro, mesmo que de linguagem quase matemática como as intermitências da morte, é programa de uma vida. O que é já em si uma expressão curiosa, porque programa será qualquer coisa que a vida deve ou não ter. Aqui os conceitos divergirão entre os que opinam que a vida é um momento e os outros que mais a vêem como uma sucessão deles com um destino a construir. Para os últimos o programa acaba por ser a própria vida, enquanto que para os primeiros um obstáculo que se lhe põe no caminho. É difícil decidir qual a opção mais valiosa. Tenho de aceitar que me atirem na cara que fumam estando conscientes dos riscos, que comem pelo gozo que lhes dá sem que ninguém tenha nada que ver com a obesidade de que sofrem ou a diabetes que virá, que bebem porque aquela colheita é o complemento necessário do prato que os deleita. E até podem ter toda a razão, que destas há mais do que uma e cada qual se não deve impor às concorrentes tudo dependendo das convicções mais profundas de cada um. Até entendo que um cidadão americano não use cinto de segurança, nem capacete na cabeça quando corre recostado na Harley. Quando se estampa é ele que paga a conta… Nos grupos em que há compromissos repartidos, onde o indivíduo ainda não esmagou a ideia do conjunto, as coisas possivelmente terão de ser vistas de forma mais prudente. Temos os direitos que acordámos ter com os que nos estão à volta. Neste caso, as nossas opções sofrem desse condicionamento, somos menos livres à custa de sermos mais tranquilos. Podemos optar entre o momento e o programa dos compromissos, o que se não pode ter, é estarmos com um pé de cada lado da parte boa da coisa, toda a liberdade e alguém que pague a conta. Sapo estas coisas que às vezes são pouco pensadas.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Caricato

Esta é uma crise que a direita provocou. Foram eles que fizeram o desafio. Por mim, precisava ser muçulmano para perceber. Como não sou, não sei julgar. Mas assusta-me a ideia de haver preocupação com os efeitos, quando se escreve ou se desenha. Quase todo o texto ou desenho, afecta de alguma forma as convicções íntimas de cada um. Resta-nos o silêncio se formos por aí. Andam agora por aí alguns chefes ocidentais muito preocupados com o ultraje. Alguns acharam natural a proibição dos véus, outros não desdenhariam recolocar os crucifixos nas escolas. As motivações cheiram-me a petróleo e o fanatismo religioso nem chegaria a existir se a libertação económica fosse o dia-a-dia de todos.
Vivemos num mundo irreal, distorcido, caricaturado e em equilíbrios de medos.

domingo, fevereiro 05, 2006

A morte e o poder

Depois de uma sexta-feira nauseada apesar da domperidona, preparava-me para um fim-de-semana calmo de reorganização de papéis. Estava eu nessa actividade quando, durante uma chamada telefónica, a minha mãe que descrevia em directo o desmaio. Mais uma corrida estrada fora a imaginar cenários, nesta viagem já a tornar-se rotina, até chegar a um cenário de todo inesperado. Sob o alpendre, sentado na cadeira, debaixo do chapéu-de-sol verde, jazia (quase!) o meu pai. O médico que tentei ser detectou palidez, ausência de resposta a ordens e à dor, pulso ausente, movimentos respiratórios presentes, desvio conjugado dos olhos, flacidez dos membros. À falta de melhor puxei a cadeira para dentro de casa e atirei-o para o chão de pernas para o ar. Melhorou ligeiramente a palidez, o pulso melhorou qualquer coisa e comecei a chamar reforços. O 112 e uma médica. Os bombeiros devem ter chegado um quarto de hora depois, a médica logo a seguir. Aos poucos as coisas foram-se compondo e os serviços de urgência receberam menos um doente. Em vez de arrumar papeis, arrumei ideias sobre a incapacidade de raciocinar com clareza em circunstâncias destas, sobre heroínas que aguentam estes sustos uma e outra vez e se mantêm de pé, generosamente em combate de uma forma já quase ultrapassada. À noite, durante o regresso, impressionei-me com a previsibilidade destes episódios. Prognósticos fáceis de fim de jogo. Factor desencadeante, baixo débito, por estase periférica em circulação cerebral limiar. Como um lago onde os peixes tivessem subitamente ficado sem água deixando os peixes em movimentos rápidos, de cauda, atordoados, também os neurónios ficam hibernados, a fazer sacudir os membros, até que chegue de novo o líquido que de novo os faz nadar. E tudo acontece segundo um horário quase exacto de episódio para episódio. Pela noite estrelada, vou andando por entre as intermitências da vida.

Precisava de um domingo de repouso e consegui! O rapto no serralho já estava à espera de ser visto há uns dias e foi o primeiro momento alto do dia. Há um tipo que há 250 anos, nos fala de coisas simples como o de resistir por ideais, da possibilidade de o fazer (continuo a acreditar que ainda é, mas já somos poucos), de que a morte pode ser uma passagem para a paz, e de que o verdadeiro poder é a generosidade de perdoar e respeitar a vontade dos outros. Este é o poder que dura séculos, bem diferentes dos breves poderes que matam por necessidade, por medo. Os poderosos não têm medo, não precisam de subidas imediatas de cotações das acções. Bem diferente, do que se vê no Fiel Jardineiro, o filme da tarde. Também aqui a morte garante melhor a paz do que a força bruta do poder.

No meio disto, a discussão das caricaturas de Maomé não merece mais comentários do que os feitos por Miguel Sousa Tavares no (para quem paga, claro!) Expresso. O Hemingway a que temos direito, quando não fala de FCP, fala direito geralmente e lá diz tudo o que há para dizer.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O prémio

Já ando farto de ser juri nesta aldeia com delírios de país. Ao Prémio concorre um único trabalho. Custa chamar isso a um conjunto de páginas alinhadas, onde se não percebe quais os objectivos ou a hipótese a testar, em que os métodos são duvidosos e a discussão é uma repetição dos resultados, ficando a conclusão a iniciar-se com um esclarecedor parece que. É o país das aparências, dos eu acho, tudo a condizer com a aldeia. Só que na aldeia, os prémios têm dimensão de cidade. Mandava o pudor, que tal exuberância de coisa não tivese saído da gaveta. Aliás, muitos outros pares lá terão permanecido em descanso. Este é um país de ousados, há uns que avançam. Até fizeram decobrimentos ou achamentos que nesta coisa do achar ninguém nos leva a melhor. E os sensatos ficam na praia. Depois, há o sentimento do coitado, a falsa solidariedade de se não poder criticar naturalmente, explicar que assim não serve.
Já ontem a entrevista feita ao Bill Gates mostrava o fosso dos conceitos, neste caso da jornalista pobrezinha e do homem (é assim que se chamam os que não são doutores, engenheiros e tal) rico. Ela a falar de protecção, ele de livre inovação. Ela não percebia, ele explicava por que não pode parar de inovar.
Somos um país de cansados, desistentes por falta de estímulo e rigor nos contendores. Andamos em correrias pequeninas na pequena aldeia, sem nos confrontarmos com o deafio global, sem perceber que de nada serve sermos os melhores na pequena aldeia, razão de patrioteirismos de bandeira na janela, E vivam os nossos heróis mourinhos de além mar cantados nos sermões dominicais do professor. Nada nos safa desta pequenez. Mas, na verdade, não é inocente a coisa que assim se determina. Os prémios são razoáveis, muito acima mesmo dos méritos dos concorrentes. E assim se vão criando mitos e autoridades em matérias no país. Autoridades no sentido policial ou guarda-republicano do conceito, autoridades e não referências como bom seria que fosse.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Sem óculos

Ficar sem a prótese deixou-me, de repente, à deriva. As palavras desapareceram, as fotografias desfocaram-se. Impressiona a desvalorização que fazemos do adquirido. É no momento em que falha que o sobrevalorizamos a ponto de deixar quase de ter preço, de passar a valer o que for preciso. É preciso olhar com atenção redobrada para o que nos faz mexer no dia a dia e se esfuma no tempo cheio de pressa em que se anda. Só damos conta dos dedos quando a ferida os afecta e começamos a tocar com eles nos objectos à volta. Aí percebemos toda a importância que têm apesar da desatenção que lhes votamos todos os dias. E a vida está muitas vezes e quase só aí, no que nos não apercebemos por andarmos distraídos a valorizar o que, afinal, nem será assim tão importante.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Dilema

Julgar o trabalho de alguém que se conhece é duplamente difícil. Complexo é distinguir o que se conhece do trabalho a conhecer. A certa altura a dimensão em que se está fica esfumada na impossibilidade de se ser objectivo sobre o objecto que se julga pela intensidade do conhecimento que se tem de quem o produziu.