sexta-feira, maio 28, 2004

Work and some cognac too

Atenas vista do ar tem aquele ar de desconsolo pálido de que me lembrava de há uns anos atrás. Não a vi mais ao perto, porque fui para Vouliagmeni, uma pequena cidade vizinha, ao que me disseram, tipo Cascais. O percurso do aeroporto até lá é feito por estradas em ampliação, em conversão para 4 faixas, que os Jogos Olímpicos, estão aí quase a estalar. Fica a dúvida se estarão prontas, mas parecem optimistas.
A tal Cascais, de custo de vida elevado, é o Algarve mais seco e feioso que se possa imaginar. Tem uma praia de areia escura e um hotel a tender para o Luxo, Divani Appolon Palace, onde acabei por passardois dias fechado em trabalho. Quem se terá lembrado de pôr num sítio destes este hotel?
Desta vez, foi mesmo trabalho. Até as refeições estavam incluídas no programa...
A história é recente, nasceu há 3 anos e tudo começou quando o pai de um doente perguntou ao neurocirurgíão que cuidava do traumatismo craniano do filho, acha que as hormonas do meu filho estão bem? Há quem tenha os doentes certos no lugar certo... Depois, foi pesquisar sem grande entusiasmo, o que se passa na hipófise de quem bateu com a cabeça e o resultado surpreendente de haver efectivamente alterações, que até podem ser tratáveis e talvez estejam relacionadas com algumas das dificuldades que estes doentes sentem e que, até agora, se pensava não terem uma causa tratável. (Se teve um traumatismo craniano e esteve internado por isso e se sente, agora, com problemas de fadiga, alterações da memória, dificuldade em concentrar-se, deprimido, ansioso, irritável ou com dificuldade em dormir, pode enviar-me um mail!)
E ali estivemos, dois dias fechados, a debater este tipo de coisas, a criar normas de actuação. O artigo ficou pronto para publicar...e os contactos feitos para continuarmos a cooperação nos diversos países. Tudo isto feito em mangas de camisa, sem reverências patetas. Era assim que gostava de trabalhar todos os dias, com humor e rendimento.

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