sábado, maio 15, 2004

Cuidado que nem todos os sábados há sol

Muito importante é a gestão do tempo que temos. Nos últimos anos, tenho verificado uma solicitação crescente do tempo para reuniões que consomem imenso tempo e onde nada mais se faz do que um encontro no mesmo espaço e à mesma hora de pessoas que pouco têm que ver umas com as outras e que até nem gozam significativamente com o encontro (antes pelo contrário, muitas vezes). Fico frequentemente com a impressão de que no fim foi tempo perdido.
Hoje, depois de mais um destes episódios, decidi que irei ter mais cuidado com estas cerimónias de exibição de pseudoprotagonismos. Não encontro, realmente, interesse em qualquer construção colectiva, mas apenas sinais de auto-afirmação e a habitual lamentação da falta de tempo para fazer o que quer que seja, sempre com a insinuação de que estamos a produzir muitíssimo. Neste país, as pessoas não têm tempo para preencher uma simples base de dados. Em Londres vi muitas vezes consultores de endocrinologia ficarem horas ao fim das consultas a fazê-lo. Por isso uns têm, outros lamentam não ter.

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